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Até à volta

POV HOPE

Certo, estar limitado a um corpo estranho e menos poderoso que o meu estava me irritando em um novo nível. Com a Tríad no meu encalço depois das manipulações da Aurora, e eu estando menos invulnerável do que já fui, era hora de reconhecer que eu precisava de ajuda. Depois da ideia idiota da Lizzie de tentar me matar ter sido frustrada por uma vampira maluca que habita o corpo sobrenatural mais poderoso do mundo, e depois de o Landon ter descoberto que eu não era realmente eu – sim, ele voltou, junto com o Dr. Saltzman – estávamos todos na mesma página. Aurora descobriu que existe uma arma que pode me matar, Lizzie se tornou a prova viva de que essa arma está na escola e ela estava a caminho. Acho que concordaram em me ajudar mais por medo de uma vampira milenar descontrolada estar no meu corpo do que por mim realmente. Demorei um pouco para explicar tudo, pelo menos tudo que podia graças à marca da Tríad, além de estar especialmente irritada por ter sido enganada, ridiculamente usada, manipulada e enganada.

Antes de qualquer coisa, fiquei aliviada de ver que o Landon tinha bem menos poder sobre mim do que imaginei. Vê-lo vivo não religou minha humanidade, embora tenha sido um alívio maior do que eu esperava sentir quando não sinto nada. Acho que fiquei feliz que ele estava ali, mas essa não era a prioridade. Estávamos finalmente na mesma sala, todos nós, ele, eu e o stupid squad. Era hora de colocar as cartas na mesa, decidir como sobreviver à Aurora, como recuperar meu corpo e, a melhor parte, como me vingaria dela. Além disso, resolvi deixar para depois a conversa sobre a tal arma que pode me matar, não queria levantar dúvidas sobre meu comprometimento com a equipe, que já era nenhum.

H: - Certo, todos aqui ?

J: - É, acho que sim.

H: - Só a titulo de informação, preciso me preocupar com mais algum ato traiçoeiro como o da Lizzie com a Aurora ?

LA: - Claro que não, não queremos machucar você.

L: - Você não quer. – Ela disse com visível ressentimento.

H: - Bom saber. Sabe, você teve muita sorte que não era eu. – Disse me virando para ela.

L: - Não vejo como isso é seja verdade. Ela é muito mais perigosa que você no seu próprio corpo.

H: - Acredite, eu teria sido pior. Aurora não te conhece, não se importa com você, sua tentativa de matá-la foi ridícula, uma ameaça qualquer. Eu teria me irritado muito mais por ser Você a ter a audácia de querer me matar.

L: - Por que ? Você também não se importa, pelo que eu sei.

H: - Seria muita hipocrisia da sua parte jugar alguém de morte sendo que você não tem sequer um motivo para isso, teria me irritado mais.

L: - Não tenho motivo ?! Você quase matou meu pai!

H: - É, quase. E, ainda assim, ele está bem aqui esbanjando inutilidade até o momento.

A: - Certo, meninas, já chega. – Ele disse levantando. – Se me permitir, posso ser bem útil agora.

H: - Por favor.

Ele abriu a gaveta e sacou a arma, uma estaca mal esculpida e desenhada, típico de Lizzie Saltzman.

LA: - É ela ? A Arma que mata o corpo da Hope ?

L: - A própria.

Encarei o Dr. Saltzman friamente. Além da Lizzie, ele era a única outra pessoa da sala que teria coragem para usar aquela arma, acho que ainda estava presa na ideia de que habitava meu corpo. Eu não sentia medo, mas estava longe de me sentir segura enquanto encarava a arma que podia realmente me matar. O corpo da Aurora era antigo, forte, mas ainda era comum. Qualquer pedaço de madeira colocaria fim à vida dele, não gostava nada dessa vulnerabilidade. Confesso que me surpreendi com o que ele fez enquanto nosso silêncio reinou. Sem aviso, ele arremessou a arma de encontro a mim, para que eu a pegasse, estava me entregando a única coisa que me matava.