Bônus

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Namjoon estava entediado, havia acabado de acordar do seu sono da tarde e sua cabeça de dois aninhos não tinha noção do que ele poderia fazer agora. Seu cabelinho bagunçado e o rostinho inchado olhavam para a cortina procurando o sol, mas parecia estar começando a anoitecer. A chupetinha caiu da boca quando acabou ficando paradinho sobre a cama mas logo despertou quando Taehyung adentrou o quarto.

— Oh, eu vim te acordar. — respondeu o cuidador, se deitando ao lado de Namjoon e o pequeno se jogou na cama e se aconchegou debaixo dos braços de Taehyung.

Ele se sentia no seu porto seguro.

— Você quer ajudar o papai lá na salinha? Eu também estou entendiado. — Taehyung pediu e claro que a resposta não seria diferente de um sim.

Namjoon assentiu com os olhinhos tão brilhantes que fez o cuidador sorrir, e logo em seguida deixar um beijo prolongado em sua bochecha. Como chovia bastante, Taehyung colocou um casaco pesadinho em Namjoon, o fazendo ficar quentinho, quase empacotadinho de tão grosso que era aquele casaco. Namjoon odiava sentir frio, então a melhor forma de deixar o bebê quentinho era enchendo ele de casacos fofinhos.

Segurando na mão de Taehyung, tomou muito cuidado para não escorregar na graminha molhada. Segurava forte a mão do Kim e prestava bastante atenção onde pisava, agora com a chupetinha na boca e segurando um brinquedo de super herói na outra mão. Quando finalmente entraram na salinha, Namjoon correu para seu cercadinho e juntou o seu novo brinquedo á outra pilha de brinquedos que já estavam lá.

— Namjoonie, você precisa tirar alguns brinquedos daqui e colocar na sala de casa. — Taehyung avistou, enquanto limpava seus pincéis e paletas de um quadro recente.

— Namu brinquedos, aqui. — isso era como um "não", onde o pequeno dizia que queria os brinquedos ali, como estavam.

Taehyung não insistiria tanto, depois ele poderia levar alguns para a sala novamente.

— Papai trabalhar? — perguntou o pequeno, colocando as perninhas dentro do casaquinho, parecendo ainda menor e mais fofo.

— Sim, meu benzinho. Se quiser comer alguma coisa, eu pego um lanchinho lá em casa. — respondeu, puxando as mangas para cima enquanto digitava alguma coisa em seu computador.

— Namu sozinho? Namu sozinho não, papai! — respondeu rápido, não queria ficar sozinho se seu papai fosse para casa e o deixasse ali.

Taehyung sorriu e se aproximou do pequeno, deixando um beijo em sua bochecha. Como alguém poderia ser tão doce como Namjoon? Ele se sentia o homem mais sortudo do mundo, ele nunca cansaria da ingenuidade e do jeitinho fofo de Namjoon, era simplesmente a paz em seu mundinho.

— Papai pode te levar junto, meu menininho. — respondeu e Namjoon se sentiu mais seguro, então agora estava tudo bem.

Então permaneceram quietinhos ali, Taehyung negociava com compradores de todo o mundo, desde os mais simples negociadores até os maiores do mundo. Ninguém sabia como funcionava os bastidores além de Namjoon, afinal, tudo era feito com muito amor e dedicação independente de onde era feito. Ninguém colocaria crédito na obra, mas sim no lugar, então nunca se foi revelado onde Taehyung trabalhava em seus quadros. Apenas Namjoon sabia, porque ele merecia saber do espaço de paz de Taehyung.

O pequeno Namu costumava brincar caladinho quando estava em baby space, mexia nos bracinhos e nas perninhas do boneco, dava giratórias e sua criatividade aflorava. Mas ele estava elétrico após o soninho e queria brincar com algo diferente. Seus olhinhos começaram a vasculhar todo o interior, até que pararam na caixinha de tintas para pintura facial.

A mesma que seu papai pintou uma linda plantinha na sua bochecha.

Largou o bonequinho no colchão e engatinhou até a pontinha do cercadinho e estendeu os braços, já que estava sobre a mesa um pouco longe de onde o pequeno estava. E sem deixar cair no chão, conseguiu pegar a caixinha com segurança e se sentou no colchão novamente. Taehyung nem sequer estava desconfiando.

— Tinta. — sussurrou consigo mesmo, abrindo a caixinha vagarosamente para que não caísse tinta.

Eram várias cores, todas muito diferentes uma das outras e espalhadas pelos quadradinhos da paleta. Seus olhinhos brilharam e até mesmo tirou o biquinho da boca e começou a decidir qual seria a primeira cor que usaria em seu rosto.

Verde, era a sua favorita.

O dedinho indicador logo correu para a cor verdinha da paleta, e quando estava meladinho, decidiu passar no rosto sem bem ver por um espelho, apenas deduzindo onde seria melhor passar. Ele queria refazer a mesma plantinha linda que seu papai havia feito. Quando viu que já estava bom, agora era hora de outra cor.

O marrom foi o escolhido, o que seria o vasinho da planta que ele desenhava em seu rosto. Na sua cabeça, tudo aquilo estava ficando igual ao do seu papai, e prontinho, sua plantinha já estava pronta. Mas ele queria mais, do outro lado da sua bochecha, desenhou uma pequena estrelinha amarela e com o branco, fez pequenas particulas pelo canto.

E sua pintura facial estava pronta, ele se sentia como seu papai, um artista.

— Papai, olha! — chamou o pequeno, e Taehyung se virou logo em seguida. — Namu pintor, Namu papai!

A comparação fez Taehyung sorrir e se aproximar do pequeno para ver a obra de arte que ele havia feito em seu próprio rosto. E por mais que estivesse bagunçado, dava para entender o que significava e Taehyung sorriu com a genialidade do pequeno Namu.

— Amorzinho, eu adorei mesmo. Quer ver no espelhinho? — perguntou e Namjoon sorriu, assentindo em seguida.

— Papai, igual não. — Namjoon ameaçou chorar assim que viu o desenho, e achou que não estava igual ao de Taehyung.

E o Kim se preocupou, porque Namjoon não havia gostado?

— Ei bebê. Eu amei, está mais bonito do que o papai fez hm? Eu adorei mesmo, você desenha muito bem. — Taehyung respondeu o pequeno, que sentiu o coração se aliviar.

— Papai, mesmo?

— Sim, meu menininho. Está lindo, você é realmente como o papai, um artista. — a fala fez Namjoon rir e voltar a agora, admirar seu novo desenho no rosto.

Ele estava feliz, contudo. Taehyung não tirou a paletinha da mão do mesmo, ele estava tomando bastante cuidado para não sujar o cercadinho e se divertiu bastante desenhando aquilo. Apenas limpou o dedinho que estava bastante sujo e deu a Namjoon um pincel comprado apenas para o pequeno usar, e assim ele continuou brincando com as tintas.

Taehyung se inspirava em Namjoon diversas vezes para todas as suas obras, desde o significado aos pequenos detalhes, que muitas das vezes, eram reparados pelos donos com espanto, todos costumavam ressaltar aqueles detalhes e ele sentia orgulho de saber que se tratava de seu garotinho. Fazia muito tempo desde que ele não pintava um quadro para pôr na sala, e agora tinha uma pequena inspiração.

Enquanto desenhava, imaginava o quanto a arte poderia ser além de uma tinta e um quadro. Sua arte era um rapaz de três aninhos que desenhava coisinhas no rosto com tinta para pinturas faciais.

Pintura facial Onde histórias criam vida. Descubra agora