pintura facial.

1.1K 138 38
                                    

Namu bebia o suco de laranja quietinho, era tão gostoso estar sentadinho no sofá bebendo o que mais amava, com um leve soninho de ficar paradinho asssitindo um filme na televisão no finalzinho da tarde.

Mesmo que seu papai malvado não quisesse brincar com o Namu, ele estava bem. Pelo menos é o que ele aparenta demonstrar sorrindo sorrateiro para o desenho colorido, mesmo que seus olhinhos estivessem pesando de tanto sono.

Amava imaginar e exercitar a mente. Sua brincadeirinha favorita era contar os carneirinhos que pulavam no cercado da sua mente. Ficou muito feliz quando seu papai um dia lhe deu de presente, um quadro com carneirinhos pulando, e o Namu batendo palminhas para os carneirinhos saltitantes.

Aquele realmente era o melhor presente do mundo.

Despertou quando lembrou justamente do seu desenhinho, papai estava trabalhando no quartinho de fora, pintando mais algum quadro para colocar a venda e ganhar o seu dinheiro.

E se ele fosse dar só uma espiadinha no papai? Ele não brigaria por aquilo, só estava com saudades.

Então o bebê fez, desligou a televisão da sala e as luzes, engatinhando pelo chão e chegando até a portinha para o quintal. Era difícil abrir aquela porta, mas tinha de fazer silêncio, afinal, queria fazer uma surpresa para o papai. Tentou devagar e delicadamente, e assim conseguiu abrir a portinha. Quase deu um gritinho de felicidade, mas somente balançou as mãozinhas sorrindo por trás da chupetinha, lembrando de não gritar.

Saiu devagar e fechou a porta, mas logo recuou e se apoiou na porta, agachado no degrau de cimento. Á sua frente, tinha a graminha de fora, o pequenino olhava com um certo medo, afinal, a sua única forma de se locomover enquanto pequenininho era engatinhado, e poderia se machucar em alguma pedrinha. Seu rostinho estava pensativo, os olhinhos abertinhos e brilhando, focados na graminha em meio á escuridão, imaginando como chegaria até lá sem se machucar.

— Namu, a luvinha. — viu a luva de jardinagem do seu papai logo ao seu lado, poderia usá-la! Não machucaria a mãozinha. — Amalelinha', e o joelho?

Olhou para as luvas amarelas e logo em seguida olhou para os joelhinhos, não podia machucá-los também. Olhou em volta, e encontrou as joelheiras da sua bicicletinha, e puxou as duas para sua mãozinha. Pensou o quão inteligente ele era e deu um sorrisinho por trás da chupeta, fazendo os olhinhos virarem tracinhos.

Estava indo tudo bem, agora era hora de ir até o quartinho do papai.

Engatinhou no escuro, tomando muito cuidado por cada lugar onde pisava, e finalmente chegou ao outro lado e ficou sentadinho na frente da portinha do quarto. Tirou as luvinhas e as joelheiras, deixando-as no cantinho, e sem querer acabou passando a mãozinha em um espinho. Soltou um gemido de susto e viu a mãozinha com um cortezinho.

— Poxa... Namu tava ditinho'... — pensou alto, estava indo tão bem, mas chegou no final e se machucou, por sorte não era um machucado feinho, e não doía.

— Namu? — perguntou Taehyung, abrindo a porta e vendo o seu pequeno ali na frente da sua porta, segurando a mãozinha. — Me desculpe, te deixei muito tempo só.

— Namu visitar' papai. — respondeu animado, estendendo os bracinhos para ser carregado no colo.

Taehyung o carregou no colo e logo pegou na mãozinha do mesmo, que havia percebido o machucadinho enquanto Namjoon estendia as mãos. Olhou por um tempinho ali do lado de fora, mas sorriu e deu um beijinho estalado na bochecha do Kim "mais novo", e entraram na salinha.

A sala de Taehyung era grande e muito bonita, cheia de quadros e de gotas de tinta seca, o quartinho era feito de madeira, era simples e pequeno, como o quarto de uma pessoa normal. Taehyung fez daquele quartinho a sua salinha para confecções de suas obras, um lugar de trabalho.

Pintura facial Onde histórias criam vida. Descubra agora