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HOSEOK

Acordei com um braço em cima de mim. Virei o corpo e dei de cara com o rosto de Yoongi próximo ao meu. Provavelmente ele havia se mexido durante a noite e me abraçado.

Sorri.

Ele sempre me fazia sorrir.

Na verdade, me fazia sentir muitas coisas. Sentir demais. E eu adorava isso.

O cabelo preto descansava em sua testa quase caindo por cima dos olhos. Devagar, levei o dedo indicador até ele e o afastei.

Como ele era lindo.

E como eu era patético.

– Yoon, acorda – Chamei-o suavemente tantando acordá-lo devagar.

Não funcionou.

Ao invés disso, me puxou ainda mais para perto de si, escondendo o rosto em meu pescoço e apertando o abraço por cima do meu peito.

Oh céus.

Como era bom tê-lo assim perto de mim. E como era ruim tê-lo assim perto de mim.

Eu queria poder falar, me declarar, explicar, mas... nah! Não era mais hora. Desde que nos conhecemos, Yoongi nunca me deu muita abertura. Por mais que eu tentasse puxar assunto ele se esquivava, me respondia com uma certa frieza. Até que fizemos um trabalho juntos e tudo mudou.

E era tão bom tê-lo no meu dia-a-dia, tão bom saber que ele gostava da minha presença, que finalmente estava se abrindo e me permitindo ser seu amigo. Eu não iria arriscar perder tudo isso. Era só uma paixonite. Logo logo eu esqueceria.

Eu não podia estar mais enganado.

Quanto mais o conhecia, mais queria estar perto dele, mais encantado eu ficava, mais eu me envolvia na bolha de sensações que sua presença me proporcionava.

Nem os anos distantes após a faculdade resolveram.

Eu tive meus rolos por aí, claro. Mas nenhum deles era o Yoongi.

E quando passamos a trabalhar juntos e voltamos a conviver, mais uma vez eu não tive coragem de arriscar. Ser amigo dele bastava. Tê-lo na minha vida bastava.

Pelo menos era o que eu pensava.

Até o seu pedido insano de fingir seu namorado.

Porra, qual é. Eu sou apaixonado pelo cara há pelo menos uns oito anos e aí ele me pede pra vir visitar a família dele e comentar na mesa de jantar sobre o quão apaixonado eu sou por ele e conhecer sobre sua infância e adolescência? E como se não bastasse ele agora estava deitado ao meu lado me abraçando e sendo cego o bastante para não perceber meus sentimentos.

Como vocês acham que eu me sinto?

Puto.

De propósito, mexi o ombro com força e levantei. Eu posso até te ajudar no seu plano amoroso, seu arrombadinho fofo do caralho. Mas chega de me torturar desse jeito.

– Acorda, Yoongi!

Ele piscou algumas vezes, com o rosto amassado e desgraçadamente lindo e sentou na cama.

– Que horas são?

– Quase nove. Você ficou de me ensinar a patinar, esqueceu?

– Ah sim! Vou tomar banho.

E assim ele se arrastou para o banheiro e me deixou sozinho no quarto quase arrancando os próprios cabelos de frustração.

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Um amor de Natal || SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora