VENENUM

Reinar

Se lembrem, em itálico são memórias ou flashbacks!

Esse capítulo possui trailer e 2 músicas.

Trailer: acima

Habibi - Tamino:
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Can't Help Falling In Love (DARK) - Tommee Profitt:
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Alexandria, agosto de 30 a.C.

Cleópatra

Do minha própria Nau capitania observei os sessenta navios emprestados por mim a Marco Antônio caírem um por um perto da costa da Grécia em uma batalha travada contra Otaviano.

Apertei minha têmpora ao saber naquele momento que havia cometido um erro gigante e que traria consequências maiores ainda.

Após deixar-me grávida Marco Antônio voltou para Roma, tentando garantir o império em suas mãos, porém três anos haviam se passado e o comandante estava casado com Otávia, deixando-me o titulo esdrúxulo de amante desamparada por um casamento que não havia sido oficializado perante o Egito e Roma.

Não o vi durante os três longos anos, com poucas cartas suas chegando durando o período vergonhoso.

O romano havia voltado a pouco tempo, pedindo um encontro que apenas impressionou meus pensamentos mais curiosos. Eu sabia que iria precisar de dinheiro para conseguir vencer Otaviano, um rival nosso em comum, e por mais que o amasse, nosso casamento — agora oficializado — seria nada mais do que um ato político, uma tentativa de garantir que Cesário, meu primeiro filho, iria herdar o império de Roma deixado por César.

Barganhei com o comandante de que toda a Arábia, Armênia, os campos de grãos do Norte da África, as minas de cobre do Chipre e os estratégicos portos da Fenícia iriam me pertencer.

Se eu não pudesse ter o amor, que eu tivesse a bonança. Que os filhos dos meus filhos tivessem.

E por isso, ali estava no meio do mar da Grécia, observando em meu próprio navio a guerra que se desenrolava, olhando cada uma das embarcações da minha frota afundarem em direção ao solo no fundo do mar, e que seriam esquecidas e apagadas pelo tempo.

Não era do meu feitio estar em meio às guerras, mas não era do meu feitio fazer milhares de coisas, entretanto as fiz, inicialmente visando o bem estar do meu poder e atualmente tentando garantir que meus filhos vivessem confortáveis e longe das ameaças que se existia ao dominar o Egito e mais tantos outros lugares que estavam sob meu poder.

Minha decisão estava tomada ao pedir para bater em retirada, deixando a guerra para trás e todos meus navios, içando as velas para seguir com rapidez de volta ao meu país de nascimento, deixando o amargor da desistência perpassar meus lábios.

Estava ganhando distância da guerra quando observei ao horizonte que Marco Antônio havia abandonado a embarcação de guerrilha, vindo em uma menor e quase imperceptível barco a velas, acenando para mim com rapidez incontida.

Engoli em seco ao imaginar que a percepção da desistência logo o atingiria em escalas maiores do que atingiu a mim. Eu, como Faraó, rainha e dona da minha própria vida, conseguia entender que reclinar certas oportunidades e escolher batalhas era um gesto de inteligência, entretanto o mesmo não valia para um guerreiro romano.