Capítulo dois

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~Dahyun~

Essa manhã, fui acordada mais uma vez com o som incessante das mensagens de Sana. Era uma atrás da outra, fazendo meu celular apitar e vibrar sem parar. Todas com um pedido de desculpa diferente e promessas de que o seu erro não se repetiria.

Nós havíamos brigado de novo a alguns dias atrás, por Sana sempre esquecer as mesmas coisas. Não importava quantas vezes eu repetisse para ela, a informação parecia não entrar em sua cabeça. Seja quando eu lhe explicava alguma matéria, ou até mesmo os nossos combinados. Ela nunca se lembrava, e isso já estava me aborrecendo.

Conviver intimamente com alguém não é fácil, ainda mais quando essa pessoa é tão cabeça dura quanto Sana. Todo mundo tem manias ou mesmo hábitos que podem incomodar o seu parceiro. E o nosso combinado é falar para a outra se tiver algo que nos incomode, por menor que isso seja e quantas vezes for preciso. E era exatamente isso que eu fazia.

Talvez seja por isso que vínhamos brigando muito de um tempo para cá. Fossem implicâncias da minha parte ou da dela, sempre que falávamos que tinha algo nos incomodando acabava gerando um conflito por não conseguirmos entrar em acordo. O que estava bom para ela, não estava para mim, e vice versa.

Eu amo a Sana, e odeio o fato de estarmos discutindo o tempo todo, nosso relacionamento não costumava ser assim, nós nos dávamos tão bem no inicio... Não sei quando exatamente essas brigas começaram, mas estavam consumindo muito do meu estado sentimental.

Era horrível quando eu a via tristonha ou até mesmo chorando depois de uma discussão nossa. Eu queria reconfortá-la, lhe dar um abraço e dizer que estava tudo bem. Mas eu simplesmente não conseguia fazer isso.

De alguma modo, era como se Sana se prendesse em uma bolha quando estava chateada. Uma bolha onde só havia espaço para ela, e mais ninguém. Eu tinha medo de tentar invadí-la e acabar piorando a nossa situação. Então, após nossas brigas, eu a deixava quieta por um tempo, até ela vir até mim.

Mas, sempre que Sana vinha, tinha a certeza de que era ela a culpada por termos nos desentendido, e ninguém tirava essa ideia da sua cabeça. Até mesmo quando a culpa era totalmente minha, ela insistia em pedir desculpas alegando ser ela quem havia errado, e não eu.

E isso era outra coisa que me deixava estressada. Sana sempre acabava saindo como culpada, não importava qual fosse a situação, ela dava um jeito de cavar a própria cova.

Tateio o criado mudo até encontrar meu celular, que ainda apitava com as mensagens da japonesa. Bocejei sonolenta enquanto abria o aplicativo de mensagens.

Sana: Você ainda está brava comigo?

Sana: Eu juro que vou lembrar da próxima vez. Realmente me esqueci de ir te buscar na escola, eu estava muito ocupada.

Sana: Me perdoa vai :(

Sana: Eu compro o que você quiser aqui na cafeteria mais tarde.

Essas eram as últimas quatro mensagens, as outras trinta e duas também eram pedidos de desculpas que vieram junto com o seu bom dia.

Dahyun: Bom dia, princesa.

Dahyun: Eu não estou mais brava com você.

Dahyun: Vou passar aí daqui a pouco. Já deixe o meu café expresso pronto!

Ela respondeu no mesmo momento.

Sana: Okay. Vou estar esperando.

Nós duas estudamos em turnos diferentes. Enquanto eu estou na escola pela manhã, ela está trabalhando na cafeteria e durante a tarde invertemos os postos. Sana vai para a escola e eu fico na cafeteria em seu lugar.

Unforeseen Passion - SaiDahMoOnde histórias criam vida. Descubra agora