01 - O Vilarejo da Pedra (Arco 1)

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Houve um tempo em que pequenos grupos de pessoas se reuniam em vilarejos, onde podiam se abrigar e proteger suas famílias de animais selvagens e também de seres místicos. Nem todas essas criaturas eram agressivas e carnívoras; algumas eram passivas e até mesmo gentis, deixando as pessoas viverem em paz nesses territórios.

Alguns desses vilarejos já estavam enormes e até mesmo se transformando em pequenos reinos, como era o caso do reino 'Lastrer', que havia sido recentemente fundado. Mas ainda existiam vários vilarejos pelo mundo.

Entre os diversos grupos onde as famílias se reuniam, tínhamos o Vilarejo da Pedra, onde existia estabilidade e segurança. Como toda civilização que se preze, a vila tinha um líder chamado Simão Valdez, responsável pelos mantimentos e pela estabilidade do vilarejo.

A religião também era bem influente nessa época. A devoção das pessoas a alguns 'Deuses' era bastante intensa e até mesmo macabra, pois as pessoas eram fiéis a essas entidades com a intenção de receber poderes divinos delas. Cultos e seitas já eram conhecidos, assim como a magia, que era considerada extinta por falta de praticantes. No interior do vilarejo, entre as montanhas, existia um templo cujo ninguém além do líder e seus subordinados poderiam entrar. E tudo que se sabe é que tinha algo a ver com magia e espíritos.

A Vila da Pedra era dividida em partes, seguindo o padrão da época. A casa do líder ficava ao centro, os estábulos para os cavalos à esquerda e as casas dos moradores à direita.

Nem todas as vilas tinham templos. No caso da Vila da Pedra, o templo da grande Deusa Yata se localizava ao norte, escondido nas montanhas, enquanto a saída principal da vila ficava ao sul.

Nesse vilarejo morava a família Yasse, cujos membros, Jansen e Natália, viviam há algum tempo naquele lugar. Eles eram felizes e apaixonados como qualquer outro casal.

Jansen era um homem corajoso, sempre disposto a ajudar, seja nas coisas mais simples ou nas mais difíceis. Ele prezava sua esposa e as pessoas da vila, colocando-as em primeiro lugar. Sendo ferreiro, uma espada era sua arma e também seu maior dom. Ele era conhecido por travar batalhas com membros de outras vilas, saindo vitorioso, mas sempre poupando vidas, pois para ele, uma vida não valia a pena ser tirada sem uma grande causa.

Natália, por sua vez, era uma mulher culta mas de punho forte, que não tolerava injustiças. Sempre disposta a ajudar quem precisava, conquistou a confiança e o carinho das pessoas do vilarejo. Trabalhava como costureira e artesã, fazendo as roupas para o povoado da vila. Amava o que fazia, mas ainda tinha um sonho: ter um bebê com seu marido.

Algo que ela conseguiria meses depois...

Então, tiveram um filho, cujo nome dado pelo pai foi Johnny, em alusão a um grande amigo que ele havia perdido.

(...)

Anos se passaram, e Johnny já é um adolescente de 15 anos. Seu pai decide treiná-lo para que possa se defender e caçar por conta própria. Durante um desses treinamentos, seu pai disse:

— Filho, perdi muitas pessoas queridas pra mim, porém estou aqui. Eu não permiti que essas dores me consumissem e se transformassem em feridas que poderiam me machucar ainda mais. Mas eu entendo que nem todos são como eu, por isso peço que, independentemente das situações que enfrentar no futuro, não deixe que elas interfiram na sua índole e no seu caráter como pessoa. — Johnny olhou para o pai, concordando com a cabeça, indicando que compreendeu o pedido.

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