Tomates, balas e café

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SAKURA POV

No dia seguinte a descobrir minha gravidez, me levantei cedo para trabalhar, afinal só estava grávida e pretendia trabalhar até o último minuto para deixar tudo bem encaminhado no hospital e também para poder passar o máximo de tempo com meu bebê. Mas logo cedo, ele tinha que dar o ar da graça e antes de chegar a cozinha eu tive que parar no banheiro para por o que sobrou do jantar para fora. Fui até a cozinha preparei um chá de camomila e umas torradas enquanto via sarada terminar de se arrumar para seu dia de missões.

- Tem que comer mais Mama, meu irmão precisa crescer forte e saudável - revirei os olhos pensando nas ordens que iria receber. Mal sabia ela que logo depois que ela saísse o irmão dela me faria por tudo pra fora de novo.

Peguei minha bolsa, as chaves de casa, umas balinhas de Sarada que haviam ficado no balcão e um tomate de dentro da geladeira, que me pareceu extremamente apetitoso.

Cheguei em minha sala, organizando papéis que deixei jogados no dia anterior por ter ido embora com muita pressa. O hospital continuava tranquilo como ontem, não havia guerra iminente ou batalhas sangrentas, então o máximo era feridas de missões, normalmente gatinhos nervosos que machucavam genins inexperientes, grávidas como eu, crianças mais peraltas e idosos. Meus dias era calmos e Shizune sempre aparecia na minha sala para bater papo. Hoje não foi diferente, porém ela veio animada de mais.

- Como se sente hoje ? - abriu a porta , feliz como se tivesse visto um passarinho...

- Estou bem, tendo somente enjoos. Parece que quando a gente descobre eles pioram. - falei animada. - mas você não veio aqui atoa, veio ?

- É, não mesmo. Eu reservei a sala de ultrassom pra você hoje. E eu queria fazer seu pré natal.

- Calma, tenho muito o que fazer hoje - menti, estava me acostumando com minha condição e me sentia meio perdida. Achava que estava indo rápido de mais. - não podemos começar isso semana que vem?

- Claro que não, pelas minhas contas você já deve estar de dois ou três meses e estou te achando muito gordinha.- abri a boca para retrucar a ofesa mas fui interrompida - Temos que verificar o máximo possível, nada de sustos ou surpresas desagradáveis e... - olhou para minhas balas na mesa e pegou uma - o que é isso ? Você não pode exagerar nos doces não, faz mal para o seu bebê.

- Ah claro e você vai come-las por mim ? - respondi sarcástica - elas me ajudam com o enjôo.

- Sei... seu exame de ultrassom está marcado para as 11h da manhã então você tem tempo de fazer suas " muitas coisas" - ela sabia que eu estava mentindo- e amanhã venha em jejum para fazer seus exames de sangue. Porque depois de comer todos esses doces seu exame será inconclusivo.

Saiu da minha sala e nesse momento me lembrei do tomate, corri para pegar na minha bolsa e o comi com tanta vontade, como se fosse a última comida da terra. Nesse momento Ino entrou na sala, sem bater, claro, porque ninguém respeita uma porta fechada nesse hospital.

- Testuda ...- me olhou atônita e me lembrei que estava com o rosto todo sujo de tomate - tá tudo bem? Comendo tomate a essa hora da manhã ? Então os boatos são verdadeiros??

Suspirei fundo, inconformada com os fofoqueiros dessa vila, e imaginando quem foi o fofoqueiro.

- São verdade sim, Ino e antes que você me julgue dizendo que sou uma pessima amiga me justifico que eu só soube ontem e sinceramente quem foi que te contou se só eu, Sasuke-kun e Shizune sabíamos?

- Foi o Sai que me contou, mas acho que Naruto e Shika já sabem, foram eles que contaram.

Sasuke-kun.

Provavelmente foi me tirar de missões. Como se eu tivesse tempo para faze-las ...

- Ei espera aí ? Como você sabe se não são nem 10h da manhã ? Aprendeu a ler mentes? - perguntei e logo percebi a idiotice que eu disse, claro que ela aprendeu...

- É, mais ou menos - respondeu rindo da minha cara - shintenshin no jutsu.

Depois de me lembrar que Ino podia se comunicar por telepatia e achar um absurdo essa técnica ser usada para fazer fofoca a convidei para me acompanhar.

- Farei um ultrassom hoje, quer me acompanhar? - queria companhia, me sentia meio perdida ainda e seria bom uma amiga comigo, apesar de preferir que fosse Sasuke-kun, mas como não consegui avisá-lo vai a Ino mesmo, ninguém mandou ela ser enxerida...

- Claro que eu quero!- ficando animada- Vim aqui pra saber uma fofoca e vou sair sabendo até o sexo do bebê !

- Não viaja Ino, estou no máximo de três meses não dá pra saber pelo ultrassom ainda.

- Três meses ? Tem certeza ? Com essa barriga ? - me disse com cara de desdém, já era a segunda hoje que me chama de gorda na cara dura. Eu estava grávida, tinha licença para dar uns supapos no próximo que me dissesse isso. Fechei a cara - tá bom não tá mais aqui quem falou.

- Vamos, falta uma hora para a ultrasson dá tempo de tomarmos um café antes de... - vomitei de novo, na lixeira do meu escritório dessa vez - agora preciso comer de novo. Droga...

Enquanto tomávamos um café no refeitório do hospital, jogando conversa fora vimos Tenten sair com um envelope em mãos, ela parecia nervosa e nós a chamamos mesmo assim. Na verdade Ino a chamou, não conseguiu manter a língua dentro da boca.

Ela se aproximou, me pareceu meio desconfortável, mas sentou na mesa conosco. Ela vivia sozinha, até onde sabíamos ela não tinha se casado. Neji foi o único em sua vida e isso de certa forma me deixava melancólica, acho que eram os hormônios aflorando. Ela se sentou e pedimos um café para para ela também. Ela estava quieta, tirando os cumprimentos não falou mais muita coisa e quase não tocou no café. Ino como sempre parecia uma vitrola não calava a boca.

- Já sabe a novidade ? - ela negou com a cabeça de uma forma triste. - Sakura vai ter um bebê.

E nesse momento ela desabou. Não sabíamos porque nem como, mas ela chorava de forma copiosa. Ficamos perdidas e minha vontade era de dar uma surra em Ino. O que aquela porca tinha que falar? parece que não morava na mesma vila que nós. Tentem dentre todas ou quase todas as garotas da nossa geração foi a única que não teve filhos ou que se casou. Mal sabiamos de seus relacionamentos. E eu sabia, mas não por ela, então mantive meu silêncio, de que ela queria ter filhos mas não conseguia. Já havia feito duas inseminações mas sem sucesso.

Com certeza era por isso que ela chorava de forma tão sentida na nossa frente, e eu fiquei sem ação quando ela me entregou um envelope lacrado e entre soluços me pediu para abri-lo

- Tentem o que houve ? - Ino foi buscar um copo d'água para que ela se acalmasse - se acalma primeiro e me diz o que houve.

Ela tomou a água, limpou as lágrimas, respirou fundo, estava se acalmando e agora parecia mais disposta a começar.

- Eu não tenho coragem de abrir esse exame. Depois de tantas tentativas... - ela me olhou nos olhos, os dela estavam vermelhos e lacrimosos, Ino não sabia do que ela estava falando mas eu sabia e quase podia sentir sua dor - Sakura poderia abrir e me dizer qual o resultado.

Eu abri, já estava acostumada com exames e quando vi a sigla Beta-HCG me alarmei e sabia que a notícia poderia ser boa ou desastrosa para nossa amiga.

Passei os olhos e vi o resultado:

POSITIVO

Não consegui segurar meu sorriso e disse com todas as letras a ela.

- Você está grávida !

Blood CirculatorOnde histórias criam vida. Descubra agora