Agulha de chakara

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Sakura pov

Acordar e saber de tudo o que aconteceu me deixou desesperada e com medo. Meus filhos tinham sofrido as consequências de meus atos, mas o que eu deveria ter feito enquanto Sasuke-kun estava quase morrendo?

Eu não tenho a resposta para essa pergunta, mesmo porque, no momento foi a única coisa que eu pensei e acho que nunca terei a resposta para essa pergunta.

Chegar na UTI e conhecer meus filhos por redomas de plástico estava muito longe do que eu imaginava.

Hiroshi tinha menos fios ligados a ele. Na verdade apenas o aparelho para ajudar a respirar e eu sabia que poderia pega-lo no colo, em compensação Hideki tinha incontáveis fios, monitorando seu coração, sonda para alimentação, oxigênio, soro. Segundo Sasuke-kun ele não o havia visto acordado ainda e eu sabia que seria assim até seu coração ter força suficiente.

Minha mente trabalhava como um relógio nesse momento, tentando me lembrar de todos os livros que eu li sobre bebês e prematuros, ninjutsu médico, problemas cardíacos e uma luz surgiu em minha cabeça.

Havia um jeito, mas era arriscado muito arriscado na verdade, mas havia uma chance e eu conversaria com Tsunade Sama e tentaria, era uma em um milhão mas eu tinha que fazer isso por meu filho, mesmo que custasse a minha vida.

- Sasuke-kun pode me levar até Tsunade Sama? - perguntei inocentemente. Se ele soubesse poderia se opor a ideia.

- Claro.

Chegamos a minha sala onde minha mestra usava enquanto me substituía ou se tinha alguma reunião importante. Ela estudava um caso que era meu, pelo jeito para aliviar um pouco a pressão sobre Shizune.

- Sakura! Vejo que está se recuperando. - disse do jeito dela de se preocupar - precisa de algo?

- Sasuke-kun poderia nos deixar a sós?

Ele assentiu desconfiando claro, e saiu logo em seguida fechando a porta.

- Diga o que você está pensando em fazer ? - ela já sabia, tantos anos de convivência ela e Shizune só faltavam ler minha mente.

- Transferência de energia. - ela abriu a boca para negar mas eu fui mais rápida - ele é só um bebê não vai me matar e a energia que usarei será mínima, vou tentar salvar o coração só isso. Por favor shishou!

Quando terminei de falar percebi que já estava chorando, mas era inevitável conter as lágrimas. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Pensando nas consequências, que não eram poucas, mas eu confiava nas minhas habilidades médicas e de controle de chakara. Eu tinha que tentar.

- Sakura, você vai aguentar as consequências se não der certo? - ser médica é arriscar, e eu estava arriscando com meu filho. Se desse errado eu nunca me perdoaria, mas se desse certo ele teria chances de sair do hospital junto com o irmão.

- Eu me responsabilizo totalmente e tenho convicção de que vai dar certo.

- Sakura você está brincando com fogo. Tem certeza disso?

- Tenho. - disse convicta.

- Então se prepare e faça. E me chame para estar junto.

Pedi a Sasuke-kun para me deixar no quarto, eu precisava descansar e estar com minhas plenas forças para o que eu ia fazer. Descansaria o máximo possível hoje e no dia seguinte iria por meu plano em prática. No final da tarde voltei a UTI para passar mais tempo com os dois, a enfermeira que estava de plantão me deixou segurar Hiroshi por algum tempo deixando ele no sling. Prática que eu apoiei muito no hospital quando surgiu. Ajuda bebês prematuros a se sentirem mais seguros. Na verdade faz bem a qualquer bebê. O alimentei na mamadeira enquanto eu mesma não tinha leite e ele ainda tinha dificuldade de sugar. Cheguei perto de Hideki e toquei o acrílico, queria que ele soubesse que estou aqui ... Mas logo isso iria mudar.

No dia seguinte, já podia me levantar sozinha e andar por aí. Me levantei bem cedo, antes de Sasuke-kun chegar, coloquei um robe por cima da camisola e fui até a UTI e pedi para que chamasse Tsunade Sama. Eu iria tentar antes que qualquer um me impedisse e me dissesse que eu teria que me conformar em esperar meu filho se recuperar ou não.

Tsunade não tardou a chegar e explicou a enfermeira de plantão o que iríamos fazer, claro que ela não se opôs a Tsunade, acho que ninguém fazia isso...

Higienizei minhas mãos e comecei.

Introduzi minha mão na abertura da incubadora e toquei sua mãozinha e seus dedinhos se fecharam no meu, sua mão quentinha e pequena fez meu coração bater mais forte. Nesse momento reuni meu chakara nas minhas mãos que irradiavam uma claridade verde típica do ninjutsu médico, soltei de sua mãozinha, moldei o chakara como se fosse uma agulha fina e toquei levemente seu peito como se estivesse introduzindo uma agulha no peito dele, a diferença era que não doía pois era apenas energia, consegui sentir seu coração ficar mais forte.

- Só mais um pouco Sakura - Tsunade dizia com uma certa animação na voz olhando para o monitor cardíaco que estava ligado a ele - o coração está mais forte.

Isso me deixou mais empolgada, empurrei meu chakara até o final e logo em seguida retirando minha mão.

O coração batia como deveria, para um bebê e um recém nascido, a enfermeira se animou pois agora os dois bebês estavam no mesmo ritmo cardíaco. E nesse momento olhei meu bebê nos olhos. Pela primeira vez ele estava abrindo os olhos para mim, verdes e muito familiares...

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