- Você tem um lindo nome. - Murmurei olhando ela voltar a sentar-se.
- Obrigada! - Sorri, era incrível que a voz dela fosse tão linda assim. - Você passa o dia todo assim? - Franzi o cenho com sua pergunta - Entrando nas propriedades das pessoas.- Neguei rapidamente com a cabeça e cocei a nuca.
- Bom, hoje estavamos explorando o túnel abandonado - Dei de ombros e vi sua expressão fechada.
- É perigoso, não deveria andar por lá - Espremi os lábios e logo sorri.
- Se ninguém sabe o que tem lá, como vão saber que é perigoso - Falei risonha, mas ela continuou com a expressão fechada.
- Deveria ouvir um adulto, lá não é lugar para criança - Ela parecia se irritar quanto mais falava.
- Eu não sou criança - Murmurei baixo. - O que tem lá? Ninguém me fala o que houve. - Ia continuar perguntando quando ela levantou o dedo em um pedido de silêncio.
- Não deveria perguntar, só obedecer que não pode andar por lá - Assenti, bom eu não pararia, mas ela não precisava ficar sabendo disso. - Por que não usa saia ou vestido como qualquer garota da sua idade? - Sua pergunta fez meu coração aumentar ainda mais sua velocidade, me fazendo suar mais do que já suava quando estava perto dessa mulher.
Fiquei com vergonha de falar o motivo, não que meu pai escondesse isso, mas eu sempre ficava constrangida com ele falando para todo mundo que eu era um menino, e os motivos para não me tratar como mulher, normalmente ele só falava isso para os amigos homens dele, mas com certeza esses mesmos amigos espalhavam para amigos e parentes então logo todo mundo da minha cidade sabia da minha condição, e saber que ela não sabia disso me deixava nervosa pois não tinha meu pai aqui para me poupar de passar a vergonha de explicar.- Eu não posso usar, meu pai não deixa. - Falei de uma forma mais simples.
- E por que ele não deixa? - Fiz uma careta imaginado sua reação.
- Bom, eu não sou totalmente menina- Acenei em concordância pela minha resposta rápida.
- Explique direito - Sua fala seria me fez negar seu pedido. - Por que não?-
- Eu tenho vergonha - Sussurrei brincando com meus dedos.
- Vamos lá, não precisa de vergonha pode me falar qualquer coisa - Sorri, ela parecia falar com sinceridade.
- Minha mãe estava um pouco doente quando ficou grávida de mim - Iria resumir o motivo do grande desastre - E era grave, quase que eu não nascia, bom então eu vim ao mundo com um problema - Não sabia mais o que estava falando, só queria sair correndo dali - E eu tenho o que os homens tem - Sinalizei meu abdômen até meu joelho. Ela arqueou as sobrancelhas e franziu o cenho olhando justamente onde havia sinalizado, sentia meu rosto queimando pela vergonha.
- Bom, eu acho que entendi - Sabia que ela ia falar alguma coisa, pedi a todos os deuses presente que ela não me julgasse. - Você tem muita sorte - Franzi o cenho olhando seu rosto que não tinha nenhum sinal de julgamento. - Sabe, não sente as dores todos os meses - Eu sabia do que ela falava, minha mãe tinha a mesma coisa.
- Ah! - Soltei uma risada de alívio - Pensei que você iria me julgar - Murmurei ainda sorrindo e olhando seus olhos castanhos.
Ela sorriu e negou com a cabeça, olhou para frente da sua casa tinha uma bela vista, principalmente agora que a tarde estava indo embora e a escuridão da noite se fazia presente, me sentía um pouco incomodada porque com a chegada da noite era um sinal que a hora estava perto de voltar para casa.
- Já fui muito julgada e definitivamente não é uma coisa que faria - Mordi os lábios quando a vontade de perguntar qual o motivo dela ser julgada veio forte. Mas ela pareceu perceber e sorriu - Eu fugi de casa com meu ex marido muito cedo, meu pai espalhou para todos como sua filha era uma vagabunda, então fui muito julgada até me mudar de Cuba.
- Bom, parece que nossos pais não são muito legais - Ela sorriu e logo acompanhei sentindo um frio na minha barriga.
- Você não me falou o motivo de seu pai não ser legal - Assenti com a cabeça e me encostei na coluna de madeira que ficava no final da escada, assim fiquei mais perto de camila.
- Ele me trata como um menino e bate bastante em mim - Ela ficou em silêncio e logo fez uma careta.
- E qual o motivo dele bater em você? - Ela agora parecia mais séria, me perguntei se tinha falado alguma coisa errada.
As vezes acho que quando estar com tédio ou raiva desconta em mim - Dei de ombros - Tenho seis irmãos, eles também me tratam mal.
- Você parece conformada com tudo isso - Segui seus movimentos quando ela passou a mão pela saia.
- É! já estou, faz tanto tempo que não me importo mais - Dei de ombros e sorri fraco.
- Acho que já está na hora de você ir para casa. - Falou se levantando, fiz uma careta e suspirei.
- Não queria ir agora. - Murmurei ficando em pé também, ela arqueou a sobrancelha e negou com a cabeça.
- Logo ficará escuro, é perigoso ficar na rua - Se ela soubesse, de tudo que eu e meu amigo já fizemos, soltei uma risada com meu pensamento.
- Tudo bem! É.. Posso voltar amanhã? - Ela revirou os olhos e sorriu.
- Acho que mesmo negando você apareceria aqui, assim como todas as vezes que mandei você não voltar mais aqui - Fiquei envergonhada, mas feliz poderia vir amanhã novamente.
- Então, acho que já vou indo - E lá estava meu coração novamente batendo como um louco contra meu peito. E por um impulso abracei sua cintura, ela pareceu surpresa mais logo passou a mão na minha cabeça, ela era um pouco mais alta, porém tinha a esperança de crescer um pouco mais.
- Tchau Lauren! Até amanhã - Sorri, ela ainda lembrava do meu nome. Saí correndo em direção ao trem, encontrei shawn dormindo com o livro em cima da cabeça, soltei uma risada e me joguei em cima dele.
Ele se debateu um pouco e logo acordou assustado, quando me viu sorriu e se levantou, olhou para fora e juntos fomos correndo em direção a minha casa, Shawn iria dormir lá hoje
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My First Love - Camren
FanfictionLauren única filha mulher entre seis irmãos homens, mas tratada como menino por seu pai Michael que não aceita ter uma filha mulher. Fanfic G!P Está fanfic se passa em 1940.