Hot Love (Romance Lésbico)

Capítulo XVI

Ao saírem do hospital no outro dia escoltada por policiais, não esperavam a quantidade de repórteres que viram na porta. O caso repercutiu em rede Nacional!
Do hospital partiram direto para a delegacia onde prestaram queixa formal contra os agressores.
Assim que deixaram a delegacia, ainda escoltada por policiais o hotel ligou para Anna para lhe oferecer um quarto maior e uma semana de hospedagem com tudo grátis. Anna aceitou, pois deveria prestar depoimento ainda no tribunal.
Mas logo que chegou no hotel, sempre com policiais de guarda, Anna quis desesperadamente ir pra casa. Os olhares que lhe lançaram no salão do hotel... era como se ela fosse culpada da agressão que recebeu. Entraram no elevador e uma moça se afastou delas como se tivessem uma doença contagiosa. Anna Julia se sentia pequena, humilhada. Só queria entrar em seu quarto e cair nos braços de Drica, pois sabia que a dor passaria só de estar com elas. Após tomarem um banho de banheira se deitaram e ficaram abraçadas a tarde toda. Se levantaram e planejavam sair e jantar no restaurante do hotel, mas ao se aproximar da porta ouviu uma conversa que a fez parar.
-Você viu o caso das meninas? As turistas que foram espancadas na praia? -Dizia uma voz.
-Eu vi sim, que horrível neh?- Respondia a outra.
-Horrível nada! Não sei o que essas sapatão tem que ficar se agarrando por aí! Isso causa revolta nos homens mesmo. Isso aí de fazer denúncia e essas coisas... Isso é cena! Se fosse juíza, inocentaria eles. Afinal, quem quer ver a família exposta a essas cenas?
Anna ouvia aquilo como se fossem golpes que lhe davam. Sentou-se no chão do quarto e chorou. A viagem dos seus sonhos havia virado pesadelo!
Pediram o jantar no quarto depois foram assistir ao jornal para saber o que diziam sobre o caso.
A opinião popular se dividia. Alguns acusavam os agressores os chamando de monstros. Mas havia uma parte que as culpava por "Fazer essas pouca vergonha em público." De acordo com essa parte da população, elas deveriam agir como "Pessoas normais na rua. Afinal, essas coisas não são adequadas para uma praia".
Anna se sentia perdida e impotente. Não queria se pronunciar sobre o caso. Não falaria com jornais, e ao contrário do que diziam, não queria se expor.
Após o jornal, ela e Drica dormiram abraçadas. Mas nenhuma das duas tinha mais clima para fazer absolutamente nada.

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A cada dia que passava Anna Julia queria mais voltar pra casa. Queria sua mãe perto dela. A mãe que sempre a apoiou, mesmo não aceitando muito bem.
A mãe ligava todos os dias. Os amigos já estavam em desespero na cidade delas, Jhon e Lua queriam vir ficar com elas. Sabiam o quanto estavam sofrendo.
Mas mesmo com as ligações deles, Anna e Drica estavam sozinhas em uma cidade que não conhecem nada, a quilômetros de casa. E ainda sofrendo com os olhares e comentários sobre como elas deveriam ou não agir.

Após uns dias do acidente, Anna se lembrou de seu vestibular. Ela perderia! Perderia um ano inteiro de estudos! E isso era ainda pior do que qualquer coisa.
Agora mais do que nunca ela queria JUSTIÇA! Aquele homem havia lhe tirado a dignidade, e agora também estav lhe tirando seus sonhos.
Foi então que resolveu falar! Ligou para um jornal e decidiu desentalar tudo o que sentia. As pessoas precisavam ouvir sua versão da história. Precisavam saber o motivo daquele beijo e daquela agressão. Já que iriam falar sobre ela, ela queria dar o que falar.

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No dia seguinte a equipe de reportagem de um jornal de grande repercussão no Brasil e no mundo estava em um salão reservado por eles no hotel.
Drica e Anna Julia. Desceram até o salão olhando para o chão. Não queriam ver os olhares que lhe dirigiam.
A reportagem correu bem. Perguntaram sobre o relacionamento das duas, sobre a viagem, sobre os pais e amigos delas. E depois sobre a agressão. Ainda era difícil falar sobre isso. As meninas ainda estavam assustadas e angustiadas com o que havia acontecido. Perguntaram sobre os planos para o futuro e Anna Julia chorou ao se lembrar do vestibular perdido. Anna ainda contou que gostaria de fazer sua faculdade e depois se casar com sua princesa. Mas o principal plano era voltar pra casa.
Acabaram a entrevista que seria exibida no domingo à noite e as duas voltaram para o quarto.
Anna recebeu o aviso de sua conta que o valor da entrevista exclusiva havia chegado. R $5.000,00 reais por meia hora! Isso sim era notícia boa. Ainda não cobria o que precisava, mas era bom.
No outro dia Anna resolveu abrir seu facebook. E ficou emocionada ao ver quantas pessoas estavam ao seu lado! Pessoas de todo o país lhe mandavam mensagens de apoio e coragem. Isso deu a Anna um novo ânimo.
Acordou a amada com beijos doces. E quando ela acordou os beijos foram ficando mais quentes. Logo Anna havia se esquecido de tudo e só queria ter sua mulher amada. Fizeram amor de forma doce e cheio de entrega.
Tomaran um banho e finalmente decidiram sair daquele quarto de hotel.
Na rua os olhares eram variados. Desde olhares de pena, ostis, compaixão. Olhares que mostravam preconceito, mas outros que mostravam amor.
Caminharam de mãos dadas pelas ruas do pelourinho e foram abraçadas por muita gente que torcia por elas.
Cada palavra amiga lhes dava mais motivos para não largar a briga.
À tarde Anna procurou um bom advogado, e com o dinheiro da entrevista, lhe pagou para abrir o processo de danos morais e difamação.

"E O QUE DIRÃO QUANDO O AMOR VENCER?"