Papai Número 1

- Três; Domingo -

Adrien acordou exausto naquela manhã de domingo com Plagg em seu ouvido. Louis o empurrou da cama a noite toda e ele não pode dormir direito.

- Acorda, garoto! - o kwami batia com as pequenas patinhas no rosto do dono.

- Hm. - o portador murmurou.

- ACORDA, ADRIEN! Antes que essas crianças coloquem fogo na casa! - o pequeno ser se aproximou do ouvido do aloirado.

Respirou fundo antes de se levantar, levemente irritado com as insistências do kwami em acordá-lo.

- Bom dia pra você também, Plagg. - a criatura bufou.

Esfregou os olhos pela claridade que fazia e ajeitou a blusa branca do pijama que usava antes de olhar para o lado esperando ver seus pequenos anjinhos ainda dormindo. Expressando uma feição de pura surpresa, viu que eles já não estavam mais ali, se dando conta do que Plagg queria dizer com "antes que essas crianças coloquem fogo na casa".

Arregalou os olhos. Olhou para o relógio da cabeceira constatando que já passava das dez da manhã.

Levantou da cama correndo, chegando até a porta segurou a maçaneta, não antes de escutar o barulho de algo caindo.

- As crianças! - se desesperou.

- Eu te avisei que elas iam destruir a casa, não avisei?! Eu tenho local de fala. - Adrien quase revirou os olhos.

- Você fica aqui e se esconde. - o kwami deu de ombros. Os gêmeos ainda não poderiam saber que seus pais eram os maiores heróis de Paris.

Saiu em disparada para o corredor seguindo um barulho que vinha da cozinha.

- EMMA! LOUIS! O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? - Adrien era a própria definição de vermelho de raiva.

Emma só teve tempo de soltar a colher que segurava pelo susto e Louis de largar o saco de farinha que estourou vindo ao chão deixando a cara dos três brancas como papel.

A cena um tanto cômica se não fosse trágica, fez Adrien ter vontade de morrer já que Marinette provavelmente o mataria se visse o estado da cozinha. Panelas, formas e bowls se distribuíram desorganizadamente entre a ilha da cozinha, a mesa de jantar e o chão. Farinha estava por todo canto, ovos quebrados com gema e clara denunciavam as tentativas de quebrá-los corretamente, porém sem sucesso; as portas dos armários completamente abertas possibilitava a Adrien ver a bagunça interna que o lugar sempre tão organizado tinha virado.

Respirou fundo limpando o rosto com a mão.

- Eu perguntei, o que vocês pensam que estão fazendo? - mais calmo ele os questionou novamente.

- Bolo? - Emma elevou as mãos dando de ombros. Louis bufou cuspindo farinha.

- Os dois pro banheiro agora!

Provavelmente os gêmeos jamais se esqueceriam do sermão que tomaram do pai durante aquele banho. Eles mal tiveram chances falar ou se defender.

Os três seguiram para a sala.

Adrien mal teve tempo de se surpreender com a bagunça que a sala estava. Alguma coisa que ele não sabia dizer havia caído no tapete. Brinquedos estavam espalhados por todo o cômodo e em lugares que Adrien sequer sabia ser possível de um brinquedo parar.

- Os dois sentados no sofá! - se ele já estava vermelho de raiva agora ele estava possesso.

Emma e Louis sabiam que estavam mais do que encrencados. Eles se sentaram no sofá. O aloirado esfregou os cabelos se acalmando. Não poderia ser tão duro com eles. Seus filhos só tinham três anos. Era dever dele como pai ensiná-los o que é correto e errado. Certamente eles receberiam a punição que mereciam, mas ele jamais poderia ser como o próprio pai que nunca o escutou, ele precisava entender a razão para aquilo tudo. Os gêmeos nunca foram arteiros. Algo estava errado e como pai ele precisava descobrir.