Capítulo 1: A Tempestade.

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Eram duas horas da tarde quando Malaquias percebeu que o horário do almoço já havia se passado e que ele não iria conseguir pegar nenhum peixe mesmo se quisesse pegar um.

A simples força do querer não faria com que algum peixe burro surgisse e mordesse o seu anzol e também, não encheria o seu estômago vazio.

Mesmo que ele tivesse o anzol, a vara e um mar enorme lhe faltava técnica e coragem para entrar no mar-coisa que ele não faria nem pago-como qualquer pescador da Vila.

A algumas horas atrás ele estava sendo instruído pelas únicas crianças da Vila que eram atrevidas o suficiente para demonstrarem coragem de falar com si, crianças que mesmo que tivessem seus poucos doze anos de idade, em poucas horas, conseguiram encher um cesto inteiro, enquanto ele (vulgo adulto) se mantinha a semanas com o cesto vazio.

Era uma imagem deplorável-E vergonhosa-de se ver. Um homem adulto, sentado em uma pedra segurando uma vara por estar com medo de entrar na água.

Como ele poderia viver assim? Pelos Céus, esta é uma Vila de Pescadores, como você não consegue nem pôr o pé no mar?!

E o tempo passou normalmente como sempre, e como até o mar estava calmo como se fosse a própria terra firme, o cochilo de Malaquias teria durado mais se não fosse pelo som de um trovão distante ecoando pelo seu ouvido.

Antes mesmo que pudesse lembrar de como o Sol a algumas horas atrás estava brilhando forte, viu aquele céu cinzento e sombrio que não parecia nada amigável.

Quem vivia no Segundo Piso sabia muito bem o quão comum era ter Grandes Tempestades acontecendo de tempos em tempos; assim como todos sabiam o quão grave era a situação.

Era comum que vilas e pequenas cidade distantes das Capitais e que não possuíssem a proteção da magia ou de Árvores de Pilar acabassem de repente com um sopro deixando um rastro de devastação pra trás ou sumindo completamente com tudo, quase como se nunca tivesse existido alguém vivendo por lá.

Os únicos que não conheciam o perigo que era, são somente aqueles que viviam atrás de uma dessas proteções. Essas pessoas nunca sequer chegaram a sentir uma rajada de vento em seus rostos, e quando menos esperassem, estariam esmagados por uma árvore que foi derrubada pelo vento, com um membro distante e sozinho, morrendo longe de onde deveriam estar: em casa.

E Malaquias sabia que se caso não quisesse morrer aqui e agora sendo atingido por um raio ou derrubado pelo vento em direção às pedras, teria que se abrigar o mais rápido possível.

Sua casa ficava muito longe dos Pilares, então nunca houvera tanta proteção, o melhor era se apressar.

Mas antes que seu pé tocasse direito o solo arenoso, um vento forte veio da direção do mar direto na praia, derrubando Malaquias em terra.

Malaquias que estava ocupado demais comendo areia não percebeu que acima do céu, como uma pedra que se choca em água parada, uma luz dourada caia fazendo ondas azuis brilhantes se formarem atrás de si. Sumindo na mesma rapidez em que aparecerá.


𓆝 ¿𓆟 𓆝 ?𓆟

Malaquias não havia percebido quanto tempo havia passado desde que tinha sido derrubado pelo vento e também não teria tempo de contar quanto tempo se passou desde que havia acordado, e nem teria como, o caos da Tempestade estava ali.

O vento que ela trazia não era constante; sempre parando por alguns minutos e instantes para logo soprar novamente com toda sua força.

Em pouco tempo o que antes era uma linda praia com água esmeralda coberta por pedras e árvores que a rodeavam, agora era a sombra de algo que fora um dia belo.

Todas as árvores que Malaquias conhecia muito bem e eram tão fortes que chegavam a ser uma atividade cansativa ao tentar as cortar, agora tentavam firmemente se manterem em pé contra a tempestade; algumas-sem sorte-se deram ao destino e estavam caídas para a frente, outras quebradas para trás em uma ordem perfeccionista diante da Tempestade.

Recuperando sua consciência, Malaquias se preparou para levantar e correr, mas assim que deu o impulso sentiu algo prendendo seu pé.

Monstros marinhos, bestas ferozes do fundo dos mares era algo bastante comentado em dias de Tempestade, então a primeira coisa que surgiu em sua mente era exatamente isso.

Um monstro.

E isso foi confirmado quando olhou para o que é que fosse aquilo, se enojado com aquela criatura gosmenta.

A criatura envolvia toda a extensão de sua perna em um abraço gosmento e desconhecido de perigos; seu sapato de couro, seu único par, estava agora dentro do ser que estava próximo de o engolir.

Malaquias em um impulso falho de tentar escapar da criatura, escorrega na areia, mas por sorte do destino ou infortúnio de si mesmo, a única coisa que ficou para trás foi um de seus velhos sapatos.

Com um só dos pés ainda calçados, Malaquias deixou o que é que fosse aquilo à mercê dos Céus; ele não poderia ficar ali nem mais um momento, então correu o mais rápido que podia em direção a sua cabana.

Protegido do caos dentro da proteção de madeira, o rapaz não havia percebido o tempo passar até que viu o céu limpo.

Obrigada por ler até aqui.
Se estiver interessante e estiver sendo de seu agrado, pfvr, vote nos capítulos

(Assim saberei que alguém tem interesse em PLP, me incentivando a continuar a história e igualmente, a n procrastinar haha...)

Pena e Lágrimas de Pavão [WebNovel BL ORIGINAL]Onde histórias criam vida. Descubra agora