Imerso em trevas, me afundando em agonia...ela foi meu único bálsamo. Foi somente ela que me tirou da escuridão, mostrou que poderia ser salvo, mesmo odiado por mim mesmo ainda haveria alguém que me amaria eterna e incondicionalmente.
Pena que...
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Sinto seus lábios se afastando devagar, a lágrima que derramou agora escorre por meu rosto causando cócegas. O corpo pequeno se debruça sobre o meu e ouço pequenos soluços angustiados, e pela primeira vez em muito tempo sinto medo. Não por mim, mas de que algo a aflija. Sei quem é, minha companheira, minha tão esperada companheira.
Luto para despertar e me mover, a consolar. Lentamente abro meus olhos me deparando com lindos cabelos ruivos. Movo o braço esquerdo para acaricia-los já que o direito ela aperta firmemente em desespero.
- Por que choras, minha rosa? - Pergunto tocando suas madeixas rubras. A mesma levanta a cabeça surpresa, encarando-me por um longo tempo até pular em mim rindo compulsivamente, uma risada linda...soa como uma bela canção.
- Está vivo, você está vivo! – Sou apertado ainda mais, enquanto comemora.
- É estou vivo...
- Ah, d-desculpe. - Se desprende de repente, e logo sinto um vazio tento seu corpo longe do meu.- Eu estou tão feliz por não estar morto que acabei pulando em você. Pela deusa eu pulei em cima de você, que vergonha. – Minha companheira cobre o rosto de uma forma fofa, enquanto murmura culpando-se.- Bom mais é compreensível, eu pensei que estava morto. Não é todo dia que se encontra o que era pra ser o amor da sua vida em uma tumba, pelo menos ainda vai poder ter a oportunidade. - Para novamente e me analisa. - Se bem que vou ganhar bem mais, você é divino!
- Obrigado, espero não a decepcionar. - A lanço meu melhor sorriso, tento ser amável e espero ter dado certo. - Tudo bem? Faz alguns minutos que está me encarando...
- Só pensando no motivo de estar preso aqui dessa forma. - Ela olha em volta aparentemente magoada - Um lugar tão sombrio e solitário.
Não era desconfiança, dava para sentir que estava desconfortável com a possibilidade de ver seu companheiro preso em um local como esse e mesmo o assunto em questão sendo complicado gostei da preocupação. Penso o que poderia dizer em resposta a sua sutil pergunta, um sentimento de amargura crescendo no peito."Em algum momento terei que contar, mas não será neste".
- Mereci estar aqui. - Vejo questionamento em seu olhar, como se tentasse descobrir cada mínimo significado por trás das minhas palavras.
- Devo me preocupar com esse fato?
- Nesse momento não, acredito que minha situação já tenha se resolvido.
- Certo. Falaremos disso mais tarde, agora vamos sair daqui, deve estar cansado desse ambiente.– Ela se levanta saindo do caixão, me fita por alguns instantes e fala levantando uma das sobrancelhas. – Não vai sair daí? Porque acho que não poderia te carregar como uma noiva até em casa.
