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Narradora P.O.V.

Larissa encarava John, ela estava pálida. "Meu pai?" - ela diz, se sentando.

"Isso, eu melhorei a imagem e consegui algo. Na hora eu meio que identifiquei ele, mas só depois de usar o programa de reconhecimento facial veio o nome dele, e aí pude ter certeza"

"Meu deus do céu" - ela diz colocando a mão na cabeça. "'Meu deus" - Larissa no fundo imaginava que haveria uma chance de ser seu pai, ela só preferia não acreditar.

"Sim. O que vai fazer?"

"O que eu vou fazer?" - ela pergunta suspirando. "Eu não tenho ideia. Será que ele está ligado a tudo isso?"

"Não sei, mas precisamos achar ele, logo. Sinto que ele vai nos ajudar a entender e avançar nesse caso"

"Certo... certo..." - Larissa ainda estava em choque. "Sabia que esse filho da mae não tinha acabado de atrapalhar minha vida ainda, eu não vejo ele fazem mais de 15 anos. Mas claro, ele tem que estar envolvido, aparecendo só agora..."

"Pois é, e eu tenho o endereço dele." - John diz.

"Você tem? Ele mora aqui?" - Larissa pergunta. "Ele mora perto?"

"Na verdade não na nossa cidade, uns 40 minutos daqui. Então se ele estava por aqui, era porque queria algo, não te viu por acaso."

"Okay, quer ir até lá hoje?" - Larissa pergunta, decidida. Óbvio que se ele não fosse ela iria sozinha, e John jamais deixaria ela ir sozinha.

"Vamos"

Larissa sorri. "Bom, Ohana vem aqui depois das 16h, espero estar de volta. Mas qualquer coisa aviso ela que vou atrasar."

"Sim, claro. Não é como se ela morasse do outro lado do mundo né? Ela mora na sua rua." - ele ri.

"Tem razão, tem razão. Bom, vamos? Tem o endereço aí?" - ela pergunta abrindo sua gaveta, pega sua arma, carteira, e sua jaqueta na cama.

"Tenho sim, mas podemos parar pra comer né? Nem que seja um drive thru. To morto de fome."

"Eu to dirigindo, então eu escolho o lugar." - ela diz decisiva, ele a segue rindo.







A verdade é que Larissa estava apavorada. Apavorada de ver o pai, apavorada de saber o resultado desse encontro. Um pai é uma figura importante na vida de uma filha, e se por qualquer motivo essa figura seja distante, ou não exista, pra uma filha, ou um filho, isso acaba deixando marcas na vida da pessoa. Marcas irreparáveis.
"Olha, eu entendo que possa estar nervosa" - John começa, assim que eles estacionam o carro na rua da casa do pai dela.

"Ele abandou minha mãe, me abandonou, que tipo de pessoa faz isso? Quer perder qualquer tipo de contato com a filha? Ele acabou com minha mãe. Meu tio ajudou a gente. Se não fosse ele... eu e minha mãe não íamos nem ter o que comer. Eu tenho medo de ver ele e meu único pensamento ser querer acabar com a raça dele." - ela confessa.

John observa ela, atento.
"Não acho. Acho que no fundo, lá no fundo você só quer que ele te explique, o motivo de tudo isso. De tudo. Ele deve ter as razões dele, e você deve estar morta de curiosidade pra entender."

Larissa olha para John curiosa, mas logo seu semblante muda. "Você tem razão."





"E depois dele se explicar vou acabar com a raça dele" - ela finaliza. John sorri. Larissa nunca iria mudar.




Eles descem do carro. Larissa vai na frente. Seguem pra casa branca enorme. Número 1937. Ela vê dois carros na frente, um é uma mini van. Ela observa confusa. Ele é casado? Tem filhos? John olha pra ele com o mesmo olhar, de dúvida.
Sem mais delongas ela toca a campainha.
Uma mulher abre a porta. Ela tinha cabelos pretos, pele clara, olhos azuis, parecia beirar os 35 anos.
"Olá? Posso ajudar com algo?"

Ohana e Larissa (anitta) - uma historia diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora