Gaudérios Abutres

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POV Arthur

Chegamos em São Paulo a alguns dias, a pedido de uma emissora de TV que queria nos entrevistar, eu e meu pai nem conseguíamos acreditar que isso estava acontecendo, nosso sonho tava se realizando, realizando mesmo. Temos nossa banda desde que sou um menininho, foi ideia do Murilo torna-la pública e tentar crescer no ramo musical, e estávamos crescendo tão rápido, mas tínhamos um problema, eu queria ficar aqui em São Paulo, seria uma oportunidade incrível, porém nem tudo que queremos nós podemos ter, meu pai tinha que ficar em carpazinha, pra ajudar a Ivete com o bar e mantê-lo protegido dos assombrados, nunca entendi por que eles tinham tanta raiva da gente, mas continuavam frequentando nosso bar. 

Eram 7 da manhã, e eu nem tinha conseguido dormir de tanto nervoso, tínhamos que estar no estúdio de gravação as 9, mas de tanto eu insistir, e de mostrar milhares de possíveis situações que nunca iriam acontecer, como uma arvore cair no meio da estrada, ficarmos presos e chegarmos atrasados lá, meu pai concordou de sairmos mais cedo, Murilo e Marcelo se levantaram emburrados, por termos os acordado antes do horário combinado.

Nos arrumamos com as roupas que a gravadora tinha separado um dia antes, e preferimos tomar café no caminho até lá. Como o lugar onde a entrevista iria acontecer é bem afastado do "centro" da cidade, ficamos um bom tempo dirigindo, no fim até os meninos concordaram que foi uma boa ideia ter saído mais cedo. 

Ainda estávamos no meio do caminho e já eram 8:00, e eu estava surtando, meu pai estava nervoso também, mesmo ele não "fazendo parte" da banda, ele que nos motivou a continuar com o nosso sonho e nos acompanhou por todo o caminho até aqui, sou muito grato a ele e a Ivete por ter nos ajudado. A estrada estava completamente vazia, era de manhã em um lugar que poucas pessoas iam, mas mesmo assim meu pai não quis passar do limite de velocidade para chegarmos mais rápido.

Finalmente conseguimos chegar na Gravadora, e ainda eram 8:40, porém mesmo assim fiquei angustiado, demorou até que eles encontrassem nossos nomes e nos deixassem passar.

Atentente: Me desculpem senhores mas não consigo ach- Ah, aqui, vocês são Arthur, Brulio, Murilo e Marcelo certo?

B: Isso, somos nós;

A: Ah ok, podem passar, perdão por esse erro senhores;

B: Que isso, sem problemas, poderia nos dizer onde fica a sala 7 de entrevistas?

A: Ah claro, é so você seguir esse corredor, virar a direita, logo depois disso você vai ver um grande salão, entra na porta escrito "Bastidores", atras dela vai ter outro corredor, segue nele e vira no segundo corredor a esquerda, nesse corredor estarão as portas de entrevistas, é so procurar a número 7;

B: A-Ah, okay, obrigada;

A: Disponha, boa sorte;

Ela voltou a digital alguma coisa no computador depois de nos mostrar um sorriso simpático, tentamos seguir suas orientações mas o caminho até a sala de entrevista era longo, e acabamos nos perdendo entre as direitas e esquerdas, eu suava frio, estava nervoso, nossa primeira entrevista e já estávamos atrasados, que primeira impressão estávamos passando? 

Finalmente achamos a bendita sala 7, assim que abrimos a porta tinha um homem, de mais ou menos 20 anos, ele usava uma calça jeans e um colete com uma camisa listrada amarela por baixo, ele tinha uma barba por fazer e uma cicatriz no rosto. Parecia que ele estava ali a algum tempo. Ele estava conversando com algumas outras pessoas, que pareciam estar ali para auxiliarem na gravação. Entramos na sala e já fui me apresentando enquanto estendia o braço para um aperto de mão. 

A: Olá, meu nome é Arthur, esses são meus irmãos de banda, Murilo e Marcelo, e esse aqui é meu pai Brulio.

Moço: Ah oi, meu nome é Thiago, muito obrigada por terem vindo, é um prazer entrevistar vocês. 

✩ 𝑁𝑜𝑡ℎ𝑖𝑛𝑔 𝑏𝑢𝑡 𝑌𝑜𝑢 ✩- JoesarOnde histórias criam vida. Descubra agora