Reconhecimento

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Robin

Despertei ouvindo o gotejar, algo pintava incessantemente próximo de onde estava. Ao tentar abrir meus olhos percebi o quão pesado estavam, esta simples tarefa demandava uma enorme força de vontade, acabei por abrir apenas um, pois o outro parecia grudado, a pálpebra nem se quer mexeu. Estava sentado em uma cadeira, com os braços presos a ela, o lugar em minha volta era escuro e parecia ser um depósito abandonado com inúmeras prateleiras de ferro vazias e enferrujadas. Olhando em minha volta relembrei dos acontecimentos passados que me levaram a essa situação.

Bruce havia discutido comigo me dizendo que não estava preparado para voltar a combater o crime, pois desde a minha partida para ajudar os titãs, voltei de maneira diferente, o que não era bem uma verdade, só estava receoso com o fato de quase ter morrido para o Exterminador. Eu estava bem, apenas precisava dele ao meu lado para me relembrar como era acabar com criminosos, porém ele não aceitou me levar consigo para nenhuma missão.

Ver Bruce me tratando como um fraco fez com que procurasse de todas as formas mostrar a ele que ainda era útil e podia ajudá-lo no que ele precisasse. Por conta disso, procurei o Coringa que havia recentemente fugido de Arkham, o meu objetivo era encontrá-lo e entregar sua localização ao Bruce, para que nós dois fossemos prende-lo, mas Bruce não quis saber do Coringa, quando liguei ele disse estar ocupado resolvendo burocracia da empresa e quando voltasse, seguiria minhas pistas para encontra o palhaço.

Sabia que quando Bruce regressasse Coringa não estaria mais presente e de nada adiantaria todo o meu esforço para encontrá-lo, assim resolvi eu mesmo ir atrás dele. Pensei que séria fácil surpreendê-lo e o mandar de volta a Arkham, que tolo fui em pensar isso. Todo o meu plano deu errado, o seguir até um parque infantil e ao chegar lá fui atacado pelo próprio Coringa, em um momento estava olhando para um pôster e no outro algo duro bateu na minha cabeça me atordoando, fui ao chão e nesse instante ele aproveitou para me espancar com o pé-de-cabra até que perdi a consciência.

Somente agora acordei aqui, sentindo todo meu corpo dolorido, a dor era tanta que algumas partes do meu corpo, como minhas pernas pareciam anestesiados, mal os sentia e por conta disso não os mexia muito, já os braços também estavam doloridos e fortemente algemados para trás da cadeira me incapacitando de usá-los. Ao que parece Coringa me sequestrou, ele provavelmente vai chantagear o Batman e faze-los ter que tomar decisões arriscadas para me salvar.

Droga, queria mostrar saber me defender e que tinha utilidade e olha só como acabei, surrado pelo arqui-inimigo do Batman. Talvez Bruce estivesse certo em me ver como um fracote, não era como o Richard Grayson, eu era o Jason, o Robin que deu errado, o filho que não era tão forte e astuto como o primeiro Robin, o Dick era tudo o que o Batman esperava de um filho e parceiro, mas eu era o completo aposto. Por conta disso, estava sempre tentando mostra a ele que também sabia ser um Robin digno, por isso tinha essa impulsividade de fazer as coisas para agradá-lo e ter tal reconhecimento que eu tanto queria.

O som de um portão se abrindo me trouxe de volta a minha realidade, alguém se aproximava, ouvi um risinho baixo e contido seguido de passos acompanhados de algum animal, se não fosse pela falta de iluminação já teria visto quem estava ali, contudo o barulho das hienas me alertou para sua dona. Arlequina, a fiel parceira do Coringa estava presente, não sabia o que espera daquela mulher, todas às vezes que já a vi a moça agia como uma completa maluca que fazia coisas impensáveis para agradar o parceiro, mas era estranho a ver aqui, soube que eles haviam rompido por conta de alguns dissentimentos, depois do termino ela até começou a fazer sua própria onda de crimes. Parece que o termino não durou muito tempo.

De repente às duas hienas surgiram em meio a escuridão, e sua dona vinha logo atrás delas, mantendo as feras a sua frente sendo presas por uma corrente que poderia facilmente ser quebradas pelos animais. A mulher sorria minimamente, como uma criança que apronta alguma bagunça e esconde dos pais o que fez, ela se abaixou retirando a guia das duas hienas que correram livremente em minha direção, sentir todos os meus instintos gritarem para fugir dali, mas como estava imobilizado e tudo doía, pude apenas contrair minimante meu corpo esperando o pior, entretanto às duas feras pararam quando a dona assobiou, elas estavam a milímetros de mim e gargalhavam, como se debochassem de tudo, a mulher em questão se uniu as gargalhadas das hienas.

O Filho PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora