Me Aceite

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Robin

Passou-se um longo tempo desde que vi o palhaço e sua companheira, após aquele incidente apaguei por um tempo e acordei aqui, nesse cubículo claustrofóbico, o lugar se assemelha com uma solitária de penitenciaria, era pequeno, gélido, sem colchão ou qualquer coisa para se chamar cama e havia um vaso sanitário. A luz da cela ficava o tempo todo ligada e às vezes ela dava leves piscadas, mas fora isso nenhuma outra coisa mudava de forma ali dentro.

Estou preso a pelo menos um mês, isso conforme os meus cálculos super elaborados como os de um estudante de humanas. Se isso fosse uma punição do Coringa por eu ter tentando matar a parceira dele, cara, ele estava sendo bem rígido, pois fiquei tanto tempo parado olhando para aquelas paredes brancas e a porta de metal que estava prestes a enlouquecer. A falta de contado humana ou qualquer outra coisa que distraia a mente te deixa maluco. Já tentei sair daqui batendo na porta, analisei o perímetro a procura de falhas, câmera ou qualquer coisa que fugisse do padrão, gritei por ajuda, xinguei deus e mundo e conversei sozinho por sabe se lá quantas horas.

O fato era: estou ficando doente de estar nesse cubículo, nada acontece. Deu até uma saudade das hienas raivosas da Arlequina, gostaria que um dos dois malucos aparecessem aqui para me tirar desse interminável tédio, ou que o próprio Batman surgisse e me salvasse para depois me esculacha com seus sermões sobre conduta e os caralho a quatro.

Os machucados que o Coringa fez com aquele pé-de-cabra já estavam menos doloridos, conseguia mexer melhor as partes do meu corpo, o meu próprio rosto estava menos inchado, até já consegui abrir meu olho direito que antes nem se quer mexia. O problema era o uniforme que estava incomodando bastante, ele foi feito para o combate e não para ficar dias o usando como um pijama confortável, a máscara já estava no chão há muito tempo, sabia que o Coringa já devia ter a retirado e procurado saber quem eu era, com isso não fazia sentido continuar a usar.

Outra coisa que estava acabando comigo era a minha fome e sede, enquanto minha barriga roncava alto, a garganta clamava por algo líquido. Se o vaso sanitário não fosse apenas uma fossa improvisada, eu teria bebido a própria água que sai de dentro dela. Credo, que nojo. Por que pensei isso? Não importa, estou cogitando a hipótese de que eles tenham me deixado aqui para morrer.

Céus que algo aconteça, ou que eu pelo menos consiga dormir por algumas horas, pois até o momento só conseguir ter leves cochilos, essa luz ligada o tempo todo me impedi de saber se é dia ou noite, fiz meus cálculos para saber mais o menos quando deveria tentar dormir. O que não ajuda tanto muito já que a luz me impedi de conseguir adormecer.

Um barulho de passos acompanhado de pigarros se aproxima gradualmente do meu cativeiro. Levantei rapidamente do chão e lembrei dos inúmeros planos que bolei para conseguir fugir quando abrissem a porta. Só preciso pegar a arma que estiverem usando e incapacitar meu capto, eu consigo fazer isso, vai ser moleza.

Entretanto, ao contrário do que pensei que fariam, a porta não foi aberta, mas sim uma pequena janelinha na parte de cima da porta. Vi a escuridão e o peitoral de um homem grande e forte, ele usava um terno escuro, levantou sua mão e jogou para dentro da cela um pano escuro e fechou a janelinha antes que pudesse raciocinar e fazer algo.

- Cubra seu rosto com isso! Depois fique de costas com os braços para trás! – Disse ríspido com sua voz rouca, tipicamente de um fumante.

Peguei o pano do chão e vi que se tratava de um capuz, o coloquei sobre a cabeça e me virei como foi ordenado. Só preciso esperá-lo abrir a porta para agir, mesmo que ele seja o dobro do meu tamanho se eu for rápido posso vencê-lo.

Ouvi a porta sendo destrancada e puxada para abrir e nada mais aconteceu, ele não se aproximou para me avisar sobre sua localização. Em fração de segundo, agi por impulso retirando o capuz da cabeça enquanto virava para onde a porta estava, o homem gigante estava na frente da entrada e usava uma máscara de pano escura que mostrava apenas seus olhos. Fui em sua direção para fingir atacá-lo e quando ele fosse para minha direção mudaria o trajeto e passaria entre ele e a porta. Como o previsto ele foi para minha direita tentando me impedir de atacá-lo, com isso mudei o trajeto antes que ele encostasse em mim e quando ia passar entre ele e a porta, sentir algo me puxando pelo uniforme por de trás e jogando o meu corpo para o chão fortemente.

O Filho PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora