Arlequina
- Se você me amasse mesmo não teria feito o que fez. – Disse a mulher morena chorosa.
- Isso aí, não aceita essas desculpas esfarrapadas. – Me animei com a fala de Ana.
- Ana Maria, só fiz o que fiz por te amar. Você deveria me entender, eu matei Antônio, pois ele não aceitava o nosso amor. – Se impôs o Carlos Eduardo segurando a moça pelos braços.
- Que desculpa ridícula, ele deveria saber mentir melhor já que ele é advogado. – Debochou a ruiva próxima de mim.
- Mas Antônio era meu irmão... – A morena ficou pensativa.
- Por isso você deveria me entender, ter o matado foi a mais pura prova de amor que eu poderia ter lhe dado. Porque Antônio também era meu irmão. – Proferiu o homem moreno com um olhar sério enquanto uma música tocava anunciando a recente descoberta.
- O que? Eles são irmãos? – Me espantei ficando rente a televisão que já mostrava o enceramento da novela.
- Se o Carlos Eduardo sabia que ele era irmão da Ana Maria por que ele continuou querendo se casar com ela? – Perguntou a ruiva tentando achar logica na novela latina que nós duas já acompanhávamos a algum tempo.
- Por amor... – Suspirei passando a mão por uma mecha loira do meu cabelo.
- Hahaha claro que não! – Gargalhou Hera sentada no sofá me observando com aquela típica soberba.
- Então, por que ele faria isso? – Perguntei séria para a ruiva que sorria gentilmente para mim.
- Porque ele quer o dinheiro dela, só está usando a garota. O Carlos Eduardo é o vilão da novela, isso está bem explicito desde o começo. – Explicou Hera.
Revirei os olhos com sua resposta, até mesmo em uma novelinha besta existe essa coisa ultrapassada de rótulo unilateral.
- Não existe isso de vilão ou herói, são apenas pessoas fazendo escolhas. Nós duas, por exemplo, só somos vistas como vilãs porque a sociedade dita isso por meio das leis... – Comecei a falar ciente das minhas convicções, não existe isso de bom ou mal.
- Tem razão, não somos vilãs por assaltar bancos e machucar pessoas, nós somos vilãs por assistirmos uma novela mexicana às três da madrugada enquanto nos entupimos de sorvete. – Hera me interrompeu fazendo uma cara pensativa soltando uma risada ao final.
- Isso não é crime. – Sorri para sua suposição sem lógica.
- Mas deveria ser. – Olhou maliciosamente para mim.
Um calafrio gostoso passou por todo meu corpo, conhecia muito bem aquele olhar gatuno que a ruiva me lançava. Nós havíamos voltado a ser parceiras de crime a dois anos, éramos uma dupla e tanto, os nossos assaltos eram perfeitos. Contudo, de lá pra cá depois de um ano de convivência nos tornamos "amigas mais íntimas" e até que era legal ficar com ela, embora soubesse que para ela aquele desejo era muito mais do que uma simples pegação entre amigas, era uma pena esse sentimento não se reciproco.
- E você mocinha, anda fazendo isso a um bom tempo. Existe uma punição pra quem comete esse tipo de infração. – Se aproximou agachando e segurando meu rosto.
- Mas você também assistiu. – Falei perdida em seus olhos.
- Neste caso, nós duas deveríamos ser punidas. – Aproximou sua boca da minha.
Nossos lábios se juntaram e nos beijamos lentamente enquanto nos aproximarmos cada vez mais, Hera aproveitou para passar seus braços ao redor da minha cintura e eu segurava seu rosto delicadamente. Aquela mulher sabia ser quente nas horas certas, o verde dos seus olhos e seus cabelos vermelhos sempre me encantavam deixando com que qualquer pensamento incomodo saísse de mim quando nos tocávamos assim. A ruiva gentilmente me deitou no chão ficando por cima de mim, sua mão passeava pelo meu pijama querendo retirá-lo.
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O Filho Perfeito
FanfictionApós Robin ter se desentendido com Batman, ele sai a procura de Coringa para mostra ao morcego que ele é forte e sabe se cuidar sozinho, entretanto seu plano dá errado e o garoto é sequestrado pelo palhaço que fará dele um exemplo para Gotham City.