6 Seis milhões

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Liam

Acordei com batidas na porta, batidas que não eram de Stela. Abri uma fresta de um dos olhos e peguei o celular, ainda eram seis da manhã.

Me arrastei para fora da cama e abri a porta ainda sem ter acordado direito. Geralmente eu acordava antes daquele horário, mas não quando eu treinava a noite.

⸻ Bom dia, Stela pediu que eu passasse aqui. ⸻ sorriu ela, linda e pronta como se nem tivesse dormido. O cabelo castanho estava levemente ondulado e parcialmente preso do lado direto. ⸻ Aqui. ⸻ forçou minha garrafa de suplemento para meu braço. ⸻ Toma seu suco nojento e me encontra no café, em... ⸻ me olhou de cima a baixo, e aí me lembrei que estava apenas de calça de moletom. ⸻ Vinte minutos?

Fiz uma careta confusa, esfregando o rosto. ⸻ Você não dorme? ⸻ perguntei rouco.

Ela riu e parecia mais elétrica que o normal. ⸻ Durmo, mas acordei às quatro e achei minha geladeira cheia de energéticos do nosso patrocinador! Eu adorei. Adiantei muita coisa enquanto o belo adormecido descansava a beleza.

Esfreguei o rosto. ⸻ Por que a Stela mandou você?

⸻ Ela disse que você não respeita mais ninguém, e que precisava se levantar, ela me passou seus horários e vou cuidar disso hoje.

Ergui uma sobrancelha para ela, Stela não costumava delegar funções.

A pausa para pensar aparentemente a irritou, porque ela bateu palminhas na minha cara me apressando.

⸻ Vai, Vaux! Não tenho o dia todo pra te esperar não.

Suspirei e fechei a porta na cara dela agitando minha vitamina e tomando um gole antes de procurar uma roupa. Ainda era quarta-feira, então provavelmente em algum momento teríamos a volta na pista.

Sorri. Talvez fosse um bom começo para ela. Conhecer a pista é o começo de tudo. Até o fim da temporada ela amaria tudo aquilo ou não me chamaria mais Liam Vaux.

***

Me troquei depressa e já coloquei a camisa da equipe. Teria um treino, mas aquele deveria ser filmado, o que não me permitia usar outra roupa senão a da equipe.

O restaurante ainda estava bem vazio quando cheguei. Passei pelo balcão de frios me servindo, e peguei uma garrafa de suco de laranja antes de ir para a mesa onde ela parecia entretida no trabalho.

Dei uma olhada em seu prato e não consegui conter o riso. Tinha uma torta de morango com creme mordida e dois croissants de chocolate.

⸻ Que foi? ⸻ Perguntou seguindo meu olhar.

⸻ Nada. ⸻ dei de ombros.

⸻ Eu não sou atleta, e tenho uma coisa chamada TPM, querido. Se eu não comer doces, provavelmente você não vai sobreviver até o fim do dia.

Arregalei os olhos tentando não rir. ⸻ Caramba... Coma todo o doce que conseguir então, Souza, você já é assustadora no seu estado normal.

Ela abriu um sorriso de lado e esticou a mão pela mesa. Por um momento achei que ela fosse segurar minha mão, seu olhar para mim dizia isso, parecia travesso e inocente ao mesmo tempo. Não me movi, mas quando olhei para baixo ela puxava meu celular para o seu lado da mesa.

Ainda não havia conseguido tirar os olhos dos dela quando ela falou com uma voz baixa e provocante.

⸻ Me dá seu dedinho, Vaux?

Um arrepio percorreu minhas costas e desceu até... O que aquela garota tinha? Mas que merda. Estava de pau duro no meio de um restaurante.

Tentei não demonstrar nada quando toquei o leitor de digitais e desbloqueei o aparelho para ela.

O Coração  do Campeão - Serena e Liam Onde histórias criam vida. Descubra agora