Algo de errado não está certo

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A ideia desse shipp que vocês vão ver veio de uma comic que eu vi aqui no Wattpad (link no final). Mais uma vez escrevi no surto por puro tédio, espero que gostem ❤️.

Sendo bastante honesto, eu não tenho a mínima ideia de como isso começou

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Sendo bastante honesto, eu não tenho a mínima ideia de como isso começou. Mas partindo apenas do meu ponto de vista, a história começa no fim do último verão, quando uns parentes (que eu nem sabia que existiam) convidaram toda a nossa família para um casamento (de umas pessoas que eu nunca vi na vida) lá no Arizona, em Mesa para ser mais exato.

Foi bem chato, mas não do chato que eu gosto, chato e quieto, foi aquele chato agitado. A minha única prima não foi, já que aqueles parentes eram da parte de pai, e ela é da parte de mãe. Eu não conhecia ninguém, mas aparentemente todo mundo me conhecia. Não faltaram moças velhas e excessivamente maquiadas com enormes unhas postiças vindo em cima de mim e da minha irmã com aquelas vozes roucas de fumante dizer "nossa, como vocês cresceram!"; "Craigzinho, lembra de mim? Sou eu sua tia XXXX, te carreguei no colo"; "Trícia, querida, tá uma moça linda! A última vez que te vi você era desse tamanhozinho!"; "Craig, tá um gatão! Lembra de mim? Sou sua tia XXXX! Eu estava no hospital no dia do seu nascimento, parece que foi ontem!". Eu não me lembro nem do que comi no café, como eu vou me lembrar dessa gente?

Tinha também uns tios inconvenientes que chegavam nos meus pais com aqueles cutucões de cotovelo pra dizer "esses dois vão dá trabalho, Trícia e Craig já já vão estar destruindo corações"; "tomem cuidado com esses dois" e por aí vai. Também iam na minha irmã, de ONZE anos, com aqueles papos de "e os namoradinhos?" e quando ela dizia que não tinha, com aquele jeito monótono e apático eles ficavam tipo "preocupa não, já já você encontra um, você é uma menina bonita", eles tinham noção que estavam falando com uma CRIANÇA? Pra mim vinham com "Iaí, campeão, muitas namoradas?", "você deve fazer sucesso com as garotas, não é?". Pelo menos aí foi engraçado, porque ficavam falando "namorada", "garota", "menina", e quando eu corrigi, "namorado", me olharam com uma cara... Como se eu tivesse dito que entrei pra Al Qaeda, que realizei um tiroteio em massa e que trafico drogas. Tudo junto. Os meus pais me olharam como se eu tivesse dito algo que não deveria, mas eu não aguentei e comecei a rir. Imagino que por eu ter rido eles acharam que era uma piada e riram junto, não me dei o trabalho de explicar que era verdade, que eu tinha um namorado (ainda tenho, no caso) chamado  Tweek,  ele é  louco por café, toca piano, pratica boxe, é lufano, etc, etc.

Bem, isso foi no jantar de ensaio do casamento, no dia do casamento mesmo não foi muito diferente. Eu diria que estava tudo normal, mas não estava. Minha irmã tava estranha... Mais que o normal. Devo explicar antes os problemas de Trícia. Minha irmã tem problemas de comunicação, ela tem muita dificuldade de interagir com a maioria das pessoas, não é a toa que ela é muito quieta, sendo assim, ela nunca teve muitos amigos, se bobear o único amigo de Trícia é o gato dela,  e além disso, ela tem uma hipersensibilidade nos olhos e quando a luz, mesmo que baixa, vai diretamente de encontro aos seus olhos ela sente muita dor de cabeça. Por isso, Trícia quase não mexia no celular, muito menos em aplicativos de mensagem, mas naquela viagem, ou ela ficava teclando ou ficava ansiosa, mexendo com as asas da sua extravagante capinha de borboleta , como se esperasse por algo. Para mim era muito estranho, mas meus pais não pareciam notar, não que eles costumem notar alguma coisa.

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