- Ai, Deus… - Rafaella ofegou e jogou o braço sobre a testa suada, uma vez que sua cabeça descansou no travesseiro. Seu corpo inteiro se recusou a parar de vibrar - ... Jesus.
Quando Rafaella recuperou o fôlego, Gizelly fez um tour sem pressa por seu corpo. Ela fazia uma pausa a cada poucos segundos para beijar canelas, joelhos, coxas e os quadris. Beijou sua barriga, suas costelas, o meio do peito de Rafaella, saboreando o salgado do suor antes de encontrar seus olhos hipnotizantes. Ela se deitou sobre o corpo quente, a sentiu tremer, sentiu seu peito subir e descer.
- Você é religiosa? Você chama muito o nome de Jesus e Cristo.
Rafaella riu e envolveu levemente os braços em volta da mulher menor.
- O mais perto que cheguei de religião foi um idiota que vivia com a gente e se dizia "O Messias".
- Por que tinha um maluco morando na sua casa? - Ela quase engasgou com sua própria pergunta, seus olhos fechados com o quão rude isso soou. - Quero dizer, a menos que fosse seu pai ou irmão ou…
Rafaella revirou os olhos apertando o corpo menor.
- Eu cresci em uma casa comunitária. - A pele de Gizelly era tão macia, tão quente. A porta aberta da varanda não ajudou muito a esfriar as duas, especialmente depois de todo aquele esforço físico. - Teve um tempo em que umas quinze pessoas moravam na minha casa e apenas uma delas era minha parente. A maioria era legal. Alguns eram loucos pra caralho... Tinha um cara que andava nu. Usava apenas um toca-fitas velho amarrado na cintura.
- Agora estou realmente surpresa que você não tenha feito terapia. - riu.
- Eu disse que provavelmente deveria. - Rafaella se virou, ela e Gizelly agora estavam deitadas de lado, os olhos nivelados.
- Como cabia tanta gente? Era uma casa grande? - Gizelly passou os dedos pelo quadril de Rafaella seguindo para as costas.
- Eu não sei como. Não era muito grande. Minha mãe... eu acho que dá pra chamá-la de hippie… Totalmente ligada à ideologia comunitária. - Ela alisou o cabelo castanho à sua frente, acariciando a orelha ao lado dele, depois ao longo da linha da mandíbula até o queixo.
- Eu nem sabia que os hippies ainda existiam.
- É, tipo... Ela cresceu com uma família bem doida e estava tentando salvar o mundo de um "desastre", como ela mesma dizia.
- E não está mais?
- Nah. Quando eu tinha dezesseis anos, ela se apaixonou por um professor de política e expulsou todo mundo. Ela ainda está envolvida com várias vilas ecológicas, mas diz que tudo o que ela realmente precisa agora é sexo e batatas.
Gizelly deu uma risadinha ao olhar diretamente nos olhos de Rafaella. Ela respirou fundo, saboreando os cheiros e o calor incrível entre elas. Ela não conseguia se lembrar da última vez em que estivera tão relaxada, tão contente, apenas por estar com alguém. Parecia fácil. Elas ficaram em silêncio por um tempo, apenas os ruídos aleatórios flutuando para dentro através da varanda.
Os olhos verdes de Rafaella desviaram-se dos penetrantes olhos castanhos de Gizelly descendo lentamente.
- Eu gosto do seu nariz. - Ela tocou levemente na ponta dele com o indicador, quebrando a tensão crescente entre elas.
Gizelly riu mais uma vez.
- O quê? Eu odeio. É… - seus protestos terminaram assim que Rafaella o beijou e, em seguida, seus lábios.
- Não importa o que você pensa. Eu gosto. É fofo. E esse piercing dá um charme a mais.
- Fofo?
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Room In Rome - Girafa
FanfictionDuas mulheres se encontram em Roma, e um quarto de hotel se transforma em seu pequeno universo particular à medida em que vão se conhecendo profundamente de uma forma carnal, pessoal e espiritual. Baseado no filme de mesmo nome. @ninafofoca no Twitt...