CAPITULO I

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A música parou enfim.

Todos pararam e se jogaram no chão, ofegantes com suas camisas coladas pelo suor. Alguns passos adiante e chego aos sete garotos com garrafinhas transbordando de água gelada nas mãos, entrego-as igualmente recebendo um agradecimento seguido por um lindo sorriso cansado de cada integrante.

Ao chegar à vez de Suga me agacho a poucos centímetros do seu corpo estendido sobre o chão. Das minhas primeiras tentativas de chamá-lo ele não se moveu – dando a impressão de estar num sono profundo ("e merecido" – Pensei).

– BU! – O Min riu fixando seu olhar para o teto acima de nós, provavelmente os motivos de suas risadas seria a visão de me ver, num ato de choque, levar as mãos ao peito.

– MIN YOONGI! Não teve graça! – Trovejei em repreensão, porém não consegui levar minha fúria a sério, acabando por entrar no coro de risadas dos presentes na sala de dança – Quase me matou! – Ousei dizer entre o acorde de gargalhadas vindas de ambos os lados – Vai ter vingança, me espere! – O avisei, enquanto seguia para o fundo do lugar com a intenção de deixar a garrafa de água no freezer localizado na sala ao lado.

– A cada pegadinha Suga-hyung se supera! – Escutei ao longe a voz de JungKook se intensificar palavra por palavra.

– Eu estou ouvindo você JungKook, não se preocupe quanto a isto! – Revidei do mesmo modo para o garoto.

Adentrando a pequena sala rodeei o freezer parando somente a sua frente, mais especificamente ao meio das tampas, abri uma delas deixando a garrafa dentro. Ao o fechar me virei dando de cara com uma montanha de roupas sujas que imploravam por uma lavadora, todas jogadas no canto da parede.

– Garotos! – Murmurei.

Apressei meus passos à porta em tentativa de fuga ao odor horrível de suor, mas fui parada ao notar uma antiga caixinha de jóias entre aberta no fundo de um dos armários presos a parede. Normalmente eu não pararia se fosse algum sem importância para mim, mas aquele objeto era familiar, que há anos não via.

"Como nunca notei isso?" – Pensei.

"Por isso não estava junto à penteadeira, danadinha. Suga a levou como lembrança talvez. Mas por quê? Não... Não faz sentido, por que justo uma simples caixinha de jóias?" – Estendi minha mão alcançando o pequeno objeto. Já em minhas mãos a abri, confesso estar ansiosa para ver o que guardava no seu interior, entretanto tive uma surpresa, não havia nada! Sequer o resquício de qualquer coisa.

Isso só aumentou minha curiosidade, também agravou as vozes na minha cabeça gritando por uma explicação sólida, ou seja, eu iria atrás de respostas ao menos que me queira ver rodando a noite em claro.

A devolvi para o lugar onde a tirei. Desta vez sem interrupções sai da sala, contudo os pensamentos continuaram me atormentando, desfazendo-se em milhares de partículas dentro de mim, como num estádio com o jogo em andamento, as vozes dos torcedores juntas esbravejando "Vá! Ache sua resposta".

Talvez eu devesse investir na ideia, não era tão ruim assim. O que poderia acontecer?

Mais tarde, encontrávamos todos reunidos sentados em roda. Comemorando depois de um longo e ultimo treino na sede da empresa.

A nova sede, renomeada como HYBE, terminara as construções e sua organização. Eu não havia ido ainda a conhecer por bobagem dos garotos – eles queriam me fazer surpresa –, mas eu já tinha uma ideia da noção daquele castelo; um grande prédio com andares no solo e no subsolo, a maioria espelhados, e a arte como foi detalhada só demonstrava o luxo e a grandiosidade que há quase oito anos sete meninos ergueram uma empresa quase na falência. É aquele ditado: o mundo não gira, ele capota.

Rapper 2: De Volta a MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora