t h i r t y t w o

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Adentrei minha casa sem corresponder ao "eu te amo" de Rafe. Eu nunca sei como reagir a essas três palavras de primeiro momento. Eu acho que o amo, sempre amei mesmo quando dizia o odiar, mas não sei se estou pronta pra dizer tal coisa. Da última vez que disse, não durou como eu esperava.

Me escorei na porta e deixei minha mente percorrer em pensamentos. Por que eu nunca consigo ter paz? Estava tudo tão certo e agora tudo desandou novamente. Os pogues são minha maior preocupação no momento, não posso deixar minha mente pensar em qualquer outro problema que não seja o que eles podem estar passando no momento.

Uma lágrima escorre e um aperto no peito é presente, um pressentimento de que algo ruim vai acontecer fala alto no momento. Desde o primeiro momento sabia que iríamos nos meter em uma enrascada, mas nunca senti o que estou sentindo agora. O medo e a falta de esperança é grande.

—Por que você tá chorando?— meu irmão pergunta parado em frente à escada, enquanto analisa meu estado deplorável— Você tá bem?

—Eu tô com medo, Top— respondo quase que em um sussurro.

Topper corre até mim e me abraça apertado. Ele afaga meus cabelos e deposita um beijo em minha testa, tentando me passar apoio e conforto. Baixo minha guarda e me permito desabar na frente do mesmo. Só em um momento de tensão para sermos tão carinhosos assim.

—Do que você tá com medo?— perguntou preocupado.

—Eu não sei— respondi em meio aos soluços.

—Eu tô aqui, tá bom?— perguntou olhando em meus olhos— Do meu jeito meio estranho, mas estou aqui, sempre estarei.

—Obrigada— o abraço novamente— Promete que vai me contar se algo acontecer? Eu sinto um pressentimento ruim e sei que vão tentar me proteger se algo sair dos trilhos.

—Não vai acontecer nada— ele sorriu de canto.

—Só me promete, pode ser?

—Pode— respondeu segurando em meu rosto— Eu prometo!

—Senti falta do seu abraço— confessei com um sorriso de canto simpático— Até que você não é tão inútil.

Topper soltou uma risada gostosa, me distraindo da dor que toma conta de meu peito.

—Você é minha irmã mais nova e eu sempre vou proteger você, mesmo que o máximo que eu possa fazer seja te dar um abraço de urso bem apertado— colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

—Acredite, seu abraço confortante ajuda bastante— sorri para o mais velho.

—Pode não chorar mais?— limpei minhas lágrimas— Te ver chorar me dói mais do que tudo nesse mundo.

—Para de boiolagem— caçoei do garoto.

—Não posso mais me importar com minha irmã?— perguntou fingindo ofensa.

—Pode sim— depositei um beijo demorado na bochecha do mesmo— Vou tomar um banho, tudo bem?

—Tudo— respondeu com um sorriso de canto— Qualquer coisa estou aqui. Sempre.

Sorri para o garoto e subi as escadas em direção ao meu quarto. Fechei a porta devagar e pulei de bruços em minha cama, afundando minha cabeça em meu travesseiro.

Minha aproximação e o carinho que Topper teve comigo há poucos minutos me trouxe um conforto enorme, mas enquanto não tiver notícia dos pogues, eu não vou ser capaz de relaxar e abrir um sorriso verdadeiramente sincero.

Soltei um grito abafado pelo travesseiro e me aliviei um pouco. Levantei da cama e abri meu celular para ver se Kiara me deu alguma notícia, mas nada. Nem uma mensagem se quer.

Stupid things • JJ Maybank e Rafe Cameron [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora