Capítulo 1: O massacre na escola

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×UM BEIJO SOBE AS ESTRELAS AVERMELHADAS×

Puta que pariu, isso tá a maior bagunça, todo mundo se mata para sobreviver aqui, meio contraditório não acham? E sim, como no primeiro livro, vai ter quebra da quarta parede no começo, foda-se
Para algumas pessoas o apocalipse foi a pior coisa que aconteceu, afinal, 98% da população foi extinta, e como eu disse, os outros 2% que restaram, matam uns aos outros para sobreviver. Mas você vai perceber no decorrer dessa história, que a porra do apocalipse, foi A MELHOR COISA QUE ME ACONTECEU
Tudo começou no ano de 2020, expecificamente, no dia 5 de fevereiro.
A, desculpem. Não me apresentei, sou Nathan Pincher e irei contar a vocês a minha história nesse mundo de merda, na verdade, a minha história e de meus amigos. E sim, meu sobrenome realmente é Pincher
Eu tenho 13 anos, sempre fui um garoto temente a Deus, extremamente devoto a minha religião. Eu trabalhava em uma loja após o horário da escola para ajudar nas contas de casa, afinal, eu morava sozinho com minha avó. Minha mãe morreu no meu nascimento, meu pai cometeu suicídio após eu completar 4 anos de idade e meu irmão foi assassinado quando era criança. Minha avó Romélia Pincher, mãe de meu pai, me criou sozinha desde então
A alguns dias, estava havendo uma grande repercussão por trás de uma nova doença, chamada Corona vírus, eu não sei muito sobre a doença pois nunca prestei atenção nas notícias que falavam sobre elas, após estudar de manhã e trabalhar a tarde toda, eu só queria cair na cama assim que chegasse em casa
No dia 5 de fevereiro de 2020, onde seria o primeiro dia de aula, no qual eu estaria começando o oitavo ano do ensino fundamental 2, foi onde toda merda começou a rolar
A escola era relativamente perto de minha casa, levava em torno de 10 minutos a pé. Quando cheguei na rua da escola, pude ver três adolescentes no portão, aparentemente eles não estavam permitindo que alguns alunos entrassem na escola. Não me preocupei com isso, pois eu nem conhecia aqueles garotos, então não iriam implicar comigo, nunca estive tão errado
- Ei garoto, onde você pensa que vai ? - me perguntou o garoto do meio
Era um garoto mais velho, aparentava ter em torno de uns 15 ou 16 anos, era um rapaz grande com olhos castanhos e cabelo loiro
- Eu só estou indo para minha sala, não quero confusão - falei intimidado
- Haha, parece que a confusão te achou, neguinho - o outro garoto a esquerda falou
- Neguinho ? Qual é a tua, racista filho da puta - Guilherme respondeu a eles por mim
Guilherme era um garoto que estava o tempo todo comigo, nunca me deixava, quando éramos crianças acabavam nos chamando de gêmeos pois estávamos sempre grudados, embora brigassemos bastante
Um garoto tão alto quanto o primeiro, porém, este era magrelo enquanto o primeiro era gordo, e este tinha olhos verdes e cabelos escuros
- Do que você me chamou ? - questionei impressionado com o que acabara de escutar
- De neguinho seu nojento, está surdo ?
- Nat, mata esse arrombado - Guilherme dizia
Ele me puxou pela gola do meu uniforme, e falou
- Vejam só, o neguinho usa uma daquelas coisas de religião no pescoço
- Deixa eu ver
- Segura aí Adolf
O garoto que me segurava pela gola, simplesmente arrancou meu crucifixo de meu pescoço, e o jogou para o garoto que aparentemente se chamava Adolf
- Ei, me devolve - empurrei o garoto que me segurava e fui em direção a Adolf
- Então você é crente ? - perguntou Adolf enquanto analisava meu crucifixo - E se eu não quiser te devolver ?
Eu parei em sua frente, e outro garoto de momentos atrás me puxou e me deu um soco, me fazendo assim, cair no chão
- E agora ? O que vai fazer seu preto idiota ? - falou o garoto que me socou
- Caralho Nathan, reage porra, acaba com eles
Falar é fácil né, Guilherme, não é sua cabeça que está chacoalhando
- O Deus da sua religião diz para dar a outra face, não é mesmo ?
Me levantei da lama, aonde havia caído com o golpe no rosto e me pus de pé diante a eles utilizando de toda minha coragem
- Já chega, nós vamos acabar com eles agora sim, Nathan, foda-se a religião, certo é certo
- Ei professora, ali estão eles
- Vamo embora caralho, a professora tá vindo - falou Adolf desesperado
- Isso mesmo seus filhos da puta, corram
- A professora tá aqui Guilherme, para de soltar palavrão - sussurei para ele
Adolf jogou meu crucifixo no chão, e após isso saiu correndo para dentro da escola. Me abaixei para pega-lo, porém percebi que não fui a única pessoa que abaixou, a minha frente estava uma garota, magra, pequena e de lindos olhos verdes e cabelo castanho. Ela pegou meu crucifixo e me entregou
- Você não deveria deixar eles mexerem com você assim, se não, nunca irão parar
- Eu entendo...
Naquele momento eu estava muito tímido
- Eu sou Lyra, qual é o seu nome ?
- Lyra, que nome mais lindo - sussurrei
- Gado pá boxta em Nat?
- Vai se foder Gui - respondi a ele mais alto do que era necessário
- O que você falou ? - me questionou ela
- Ah, eu falei que, meu nome é Nathan, prazer em conhecê-la - estendi minha mão a ela
- O prazer é meu Nathan
Quando apertamos nossas mãos, percebi que sujei a mão de Lyra totalmente, pois eu havia caído na lama quando eles me derrubaram
- Me desculpa
- Tudo bem, sem problemas - ela disse
PIRIRIMMMMMM
- É O SINAL, VAMOS - ela me puxou pela mão e corremos em direção a sala de aula
- Uhu, oba, vocês não sabem como eu amo ser deixado para trás, seus putos - Gui correu atrás de nós
Para minha felicidade, Lyra era da minha sala, para minha infelicidade ela não sentou-se ao meu lado, ela ficou junto a outra garota no canto extremo direito da sala
- Bagulho é o seguinte, tem uma pra cada, bora fazer a festa Nat
- Você é louco ? Sossega aí cara
Ao fim das aulas tive certeza de duas coisas, primeira: eu não entendi nada do que me foi ensinado, segunda eu quero me aproximar de Lyra. Mas eu não precisei fazer nada para realizar isso, ela tomou atitude e veio até mim. E fico feliz por isso, pois se ela não o tivesse feito, provavelmente Gui teria feito alguma loucura para me empurrar para ela e eu acabaria pagando um belo mico, ele era esse tipo de pessoa
- Ei Nathan, essa é minha irmã, Giselly Daher - falou ela após puxar a garota até minha mesa
Guilherme se ajeitou e fez uma posição de malandro, colocando um óculos escuro
- Eae gatinha, solteira ?
Me levantei e fiz reverência abaixando a cabeça
- Prazer em conhecê-la
TUM
Calculei mal a reverência e acabei batendo minha testa em uma mesa
- Aí ai ai
- HUEHHAAHAHHAUEUSAHAH - o idiota do Gui riu como um condenado
- Você está bem? - Giselly me perguntou preocupada
- Estou sim, obrigado
- Ah, então, você quer sair com a gente hoje a tarde ? - Lyra me convidou para sair
- Desculpem, mas eu não posso, tenho que trabalhar
- Da o cano, oxi
Acho que vocês podem perceber que Gui, não é necessariamente um bom exemplo para mim
- Você trabalha ? Que legal - Giselly sorriu para mim
- Nós vamos com você então
Após isso, saímos da escola e fomos até o meu trabalho, conversamos sobre diversos assuntos aleatorios pelo caminho para que pudéssemos nos conhecer melhor. Eu pude perceber que a Lyra parecia estar tentando me empurrar para a irmã dela, tentando fazer com que ficasemos íntimos ou sei lá, ou talvez fosse apenas impressão minha
Caralho para de ser burro, ela tá fazendo perguntas para conhecer você, ela tá te querendo manin. Sai da minha narração Gui. Tá, tchau
- Quais são seus interesses, Nathan ? - Lyra perguntou me
- Como assim? - questionei
- Tipo, o que você deseja ser no futuro ? Qual profissão seguir ?
- Hum, eu quero ser jogador de LOL profissional
Naquele momento estavam passando algumas pessoas na rua que escutaram
- Não, não gente, né meu amigo não, conheço não. Polícia, socorro tem um doido me seguindo aqui ó - Gui deu uma afastada de mim
Nesse instante elas não me responderam ou se quer comentaram algo, simplesmente ficaram com uma cara de paisagem, acho que não sabiam como deveriam reagir aquilo.
Após alguns minutos caminhando com elas, cheguei ao meu trabalho
- Bom, é aqui que trabalho - expliquei
- NOSSA QUE COINCIDÊNCIA - falou Lyra aumentando o tom de voz
- SIM CARA ISSO É MUITA SORTE
- O que ? - perguntei curioso para saber o que ela diria a seguir
- Eu sei lá, fui no embalo da Lyra, fala aí, por que é coincidência? - o retardado do Guilherme brincou
- Ham, nós moramos no apartamento ao lado, essa loja é do nosso pai
- OLÁ NATHAN
Eu sinto um frio na espinha ao escutar aquela voz
- O que você está fazendo com as minhas filhas ?
Ok, admito que minhas pernas bambearam
- Irmão, se tá fodido k k k
Fui me virando aos poucos, quando me virei por completo, pude ver os olhos sanguinários do Sr Daher
- Ah, Sr, eu só estava
- Giselly e Lyra, para dentro
- Mas, pai.. - tentou falar Giselly
Nesse momento pude sentir alguém me cutucando por trás, eu não me virei para não dar na cara, mas alguém enfiou algo em meu bolso traseiro
- AGORA! - ordenou o pai delas
Ambas as garotas entraram para casa emburradas, e o Sr. Daher, parecia que iria acabar comigo, porém, não vez absolutamente nada. Ele claramente não estava feliz com minha aproximação com suas filhas, mas tudo que ele falou foi:
- Está atrasado, vou descontar do seu salário no fim da semana. Ao trabalho, Nathan
- Sim, Sr
Então após quase me cagar de medo por ser pego pelo pai de minhas mais novas amigas, eu fui ao trabalho normalmente. Aquele dia foi calmo na loja, não tive muito trabalho além de arrumar as mercadorias em seus lugares certos e ficar no caixa entediado o dia todo.
- Aaaaa que tédio - Guilherme reclamava sentado em umas caixas de litrão
- Hoje realmente está pacato por aqui
- Ooo manézao, a Lyra não havia colocado algo no seu bolso ? O que era
- Nossa, verdade, eu havia esquecido
Coloquei minha mão por dentro do meu bolso e retirei um papel dobrado que estava escrito

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