Capítulo 14: Liberdade

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×Eu vou libertar esse mundo!×

Eu e Eleonor havíamos conseguido escapar do inferno. Naquela situação eu tive de cometer meu primeiro assassinato, ou melhor, meus primeiros assassinatos. E para ser sincero, eu havia gostado daquela sensação, de espurgar uma vida miserável desse mundo de merda
Após isso, ordenei a Henrique. Um cientista que provavelmente não sabia das merdas que estava fazendo. Que fosse e ficasse infiltrado na EBAZ, o órgão do exército que estava fazendo toda aquela porra acontecer, e que muito provavelmente, fez esse vírus começar...
Então eu e Eleonor fugimos do lugar. Nós fomos até uma casa em busca de suprimentos, ficava até que bem perto daquele buraco no qual havíamos fugido, apenas uns 5 ou 6 quarteirões abaixo
- Nossa que casarão lindo - disse ela sorrindo
- Ah, é bonita - eu respondi sem esboçar muita reação
E realmente era bonita, só estava meio mal cuidada. A casa tinha dois andares, a frente na entrada uma linda varanda, no estilo casas dos estados unidos que normalmente se vê em filmes.
Nós entramos e nos sentamos no sofá
- O que vamos fazer ? - ela me perguntou após encostar sua nuca no encosto do sofá
Eu fiz o mesmo
- Não sei. Quero encontrar Arik, e cortar meu cabelo
- Arik é aquele seu melhor amigo que você vivia mencionando, não é? - ela perguntou - E sim, esse seu cabelo está bem grandinho já
- Sim, ele mesmo. O gênio mais sabichão que conheço. Vou cortar meu cabelo depois que encontrá-lo
Me sentei naquele sofá, eu estava feliz ? Não, não estava, mas pelo menos, foi um momento de descanso que eu não havia tido a muito tempo. Mas acho que descansei até de mais
Tudo começou a escurecer, e de repente apaguei em sono profundo

Então me vi em uma escola, que claramente pude reconhecer, era Zilda Gomes, a escola de ensino fundamental 1 na qual conheci Arik.
Tinha diversas crianças correndo no pátio, e então nos vi. Arik estava brincando de pega pega com uns garotos, enquanto eu estava sentado na beira do palco da escola comendo um Ana Maria com Dolly, mas havia algo diferente em mim, eu não era eu, eu estava lá, porém completamente envolto por uma escuridão, um tipo de sombra
A cena cortou, estávamos na sala de aula, dessa vez no segundo ano da escola, no qual eu e Arik havíamos nos conhecido.
E a escuridão que me cercava estava muito maior do que a um ano atrás. Para ser sincero, eu estava começando a sentir medo de mim mesmo. Até que
- Ei, esse é o Goku ? - Arik criança perguntou
- Sim, é do meu desenho favorito - joséf criança respondeu
E algo estranho foi acontecendo, a escuridão, estava, diminuindo ?
- UOOOOO, O MEU TAMBÉM
- Que legal
E cada vez mais e mais, gradualmente aquela sombra foi se esvaindo
- Agora, você é o meu melhor amigo, tá ? - Arik perguntou
- Tá bom - eu o respondi
Agora parando para pensar, fico impressionado com a cara de pau de uma criança, chegar em uma pessoa que mal conhece e simplesmente dizer que ela será sua melhor amiga
Após Arik dizer aquilo, as trevas que me cercavam sumiram completamente. E uma luz começou a surgir de Arik
Após isso, tudo ficou escuro, a única coisa que eu conseguia ver era eu mesmo. Estendi minha mão direita para ter certeza disso. E nela estava aquela escuridão, bem na palma da minha mão
Foi quando escutei uma voz estranha dizer
- Existe o caos em você. Aceite o caos
De repente aquela chama negra que estava em minha palma cobriu todo meu corpo
- Aaaaaaa, sai, sai
Comecei a tentar tirar aquilo de mim, mas não saia
- Aaaaaaa
Acordei, suando. Que porra de sonho foi aquele ?

Comecei a refletir, ao que tudo indicava, Arik era a minha luz em meio a escuridão ? Ah que idiotice, foi apenas um sonho. Não sou um vidente ou algo do tipo para o sonho ter de fazer sentido
Quando me levantei do sofá, percebi que havia adormecido com a cabeça encostada, e acordei deitado, enrolado em uma coberta e apoiado com a cabeça em um travesseiro
- Ele ... falei
E então a vi deitada no chão, dormindo
Abaixei, a peguei no colo e então a ele até um dos quartos no andar de cima, a coloquei na cama box de casal, e então a cobri
Me deitei ao seu lado e comecei a olhar o teto
Pri pri pri
- Ham?
Me sentei na cama, e então vi, enfrente a mim, em cima da estante, estava uma gaiola de ferro, com um pássaro dentro
Acho que havia pessoas morando naquela casa até pouco tempo, ou se não um pássaro engaiolado não sobreviveria
Um pássaro engaiolado... Era assim que eu me sentia desde que o mundo se tornou apocalíptico
Me levantei da cama e abri a gaiola, então o pássaro saiu voando pela janela
A janela dava direto para o telhado do primeiro andar, então decidi sair e ficar sentado ali. E foi o que fiz, comecei a refletir, sobre tudo que estava acontecendo. Comecei a olhar ao redor as casas, e percebi que não havia avistado nenhum zumbi naquela região, seria sorte ? Será que estavam acabando ? Não sei, mas aquele lugar me parecia seguro
O pássaro que soltei da gaiola havia voltado, e então pousou no meu ombro
Eu sorri
- Mesmo após eu ter lhe libertado, você voltou, por que ?
Pri pri pri
- Entendo, eu o liberei de sua prisão física, não a mental
E agora parando para pensar, eu estava tão engaiolado quanto aquele pássaro. Eu era livre, mas ninguém nunca seria completamente livre nesse mundo
- Nhiinnnha - Ele se espreguiçou - Bom dia, joséf, que horas são ?
- Eu sei lá - eu ri para ela
Então ela se levantou da cama, ainda enrolada nas cobertas e saiu para ficar comigo
- Você vai pegar um resfriado aqui fora - avisei
- Seria muito aleatório morrer de um resfriado em um mundo com zumbis - comentou ela
- Sim, mas tenho certeza que algum idiota conseguiu morrer assim por aí kkkkk

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