Capitulo 5

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Já no FBI, Jane precisou sair para ver uma nova cena de crime, ele foi junto de Cho e Kim, Lisbon decidiu se limitar no trabalho visto que o médico recomendou cinco dias de repouso, então ela prencheeu alguns relatórios de casos enquanto Mackenna brincava no sofá do pai.
- Chefe, licença, é sobre o novo caso. - Wylie bateu na porta e entrou. - oi Kenna
- Oi
- filha fica um minutinho aqui, eu já volto.- a menina concordou com a cabeça, então a agente saiu da sala. - Pode falar
- Bom, sobre a vítima, ela morava sozinha e era soltera, no entanto seu último telefonema foi para Richard Dawkins, um corretor de imóveis, já foi preso duas vezes por porte de arma.
- vai com Rebeca averiguar
- só tem um problema, Rebeca não veio hoje, não atende o celular . - Wylie depois da morte de Michele, não saiu com ninguém e se dedicou ainda mais ao serviço de campo. Ele estava cada vez melhor o que orgulhava Cho. Afinal ele ainda era o mais novo agente do grupo com apenas 25 anos.
- certo, eu vou com você. - indagou Lisbon
- mas e a Mackenna ?- perguntou Wylie, claramente Lisbon havia esquecido da filha.
- ela vai junto- o que poderia dar errado pensou Lisbon, era só um interrogatório de rotina. - Mackenna, vamos. - ela abriu a porta e a filha veio saltitando, a menina estava animada não era sempre que a mãe deixava ela ficar em seu serviço.
- mamãe, você vai me levar com você? - perguntou a menina no banco de trás do carro
- sim, vamos fazer umas perguntas para um moço, mas você tem que prometer que não vai falar nada!
- eu prometo mamãe. - Kenna era curiosa como a mãe, mas ela era um docinho de criança, amava abraçar a todos.
Logo eles chegaram na casa, era pequena e chamava atenção por parecer abandonada, digna de casa de terror.  Lisbon bateu na porta, uma mão segurava sua filha e a outra estava depositada em cima da sua arma como precaução, Wylie bateu novamente mas ninguém apareceu.
- vamos entrar? - ele perguntou. Lisbon pensou durante um tempo.
- Kenna, entra no carro, fica sentada no chão atrás do banco da mamãe.- a menina fez o que a mãe disse. Mackenna era bem treinada por Lisbon e Jane, sabia o que fazer em emergências. Wylie entrou na frente e Lisbon em seguida, a casa estava vazia, sua aparência era horrível, roupas e alimentos espalhados e fedia.
- acho que algum animal morreu aqui! - Wylie tampou o nariz
- não foi um animal, foi uma pessoa. - Lisbon viu o corpo do homem que estavam procurando, estava em decomposição, cheio de facadas. Ela ficou enjoada e procurou um lixo, depois de colocar o café da manhã pra fora, ela decidiu voltar ao FBI.
- você está bem?
- uhum, Wylie ligue para o pessoal da perícia, estou voltando para o FBI, preciso levar Mackenna para almoçar, qualquer novidade me liga.- ela se retirou da residência e foi para o carro. - Kenna já pode se sentar normal, coloca o sinto.
- o que vamos fazer agora? - a menina perguntou
- almoçar.
- e o papai ?
- se ele tiver lá, vamos juntos. - rapidinho elas  chegaram no FBI. Cho e Kim estavam dentro da sala de interrogatório com um suspeito, cujo Jane acusou de ser cúmplice,o mesmo estava preparando seu chá quando as duas entraram.
- Papai vamos almoçar- a menina correu e abraçou o loiro
- Claro, o que acha de hambúrguer e refrigerante?
- acho que a mamãe não vai deixar eu comer besteira. - indagou a menina sorrindo - nem você papai, tá muito gordinho
- ei, não estou não- ele fez cosquinhas na filha. E notou a esposa no telefone, parecia seria.- por que não vai ver se a tia Rebeca voltou?  - a menina afirmou e seguiu até as mesas dos agentes.
- tá tudo bem? - Jane perguntou sussurrando para a esposa. Ela afirmou com a cabeça e pediu para ele ficar de olho na filha. Quando Lisbon acabou a ligação eles foram almoçar juntos, perto de um parquinho, onde Mackenna pode aproveitar depois de comer um hambúrguer gorduroso contra a vontade de sua mãe.
- quem era no telefone?
- era Gracy, perguntando se estava tudo bem, contei sobre o episódio com Mackenna e ela disse que isso era super normal- lisbon respirou fundo - ela contou que já encontrou as crianças brincando com sua arma, e que fez o mesmo que nós, os colocou de castigo.
- sabíamos que isso poderia acontecer, e você sempre foi cuidadosa, nunca deixou sua arma carregada em um lugar fácil.
- mas ela poderia estar, já ouvimos tantos casos em que crianças brincam  com armas e acaba em fatalidade.- a mulher derrubou uma lágrima
- ei, não se preocupe, Kenna está bem. - ele sorriu e limpou a lágrima dos olhos da mulher- Wylie me contou que você passou mal hoje.
- eu só fiquei enjoada, o corpo estava em decomposição e o cheiro estava muito forte. Mas então, como foi lá? - Lisbon desconversou
- foi tranquilo, ele tentou fugir, mas Kim conseguiu pega-lo. - ele explicou- eu estava desarmado.
- francamente Jane, não sei pra que você pediu licença pra carregar uma arma se nem a usa! 
- vai que um dia preciso, você sabe que não gosto de correr. - Patrick havia mudado, ele agora era considerado mais que consultor, passou um agente do FBI, tinha sua própria arma e mesa. Embora ainda preferisse seu sofá, ele usava bastante sua escrivaninha.
- eu vou pra casa, tô cansada.
- eu tenho que voltar, prometi que ajudaria Cho a seguir uma pista que encontrei na vítima.
- tá bom, te vejo em casa então, toma cuidado.- ela indagou e deu um selinho de despedida do marido. Ela chamou a filha com a mão. - já vamos querida.
- tchau papai.- ela abraçou o pai
- até mais tarde kat kat
Jane seguiu para o FBI, ele não gostava quando sua  mulher não estava, mas ela era rígida quanto a isso, ele deve cumprir com seus horários.
- mamãe
- Oi- lisbon dirigia tranquilamente, ao contrário do marido que sempre corria no volante. Depois que a filha nasceu ele passou a respeitar o limite e isso surpreendia a mulher mas também era motivo de risos.
- como você e o papai se conheceram? - Mackenna estava na fase de fazer perguntas, até então nenhuma foi tão difícil quanto essa.
- ah... ah... bom, ele apareceu no meu serviço e foi assim
- conta mais
- por que não esperamos seu pai e ele me ajuda a contar ?- lisbon olhou para trás um segundo e ao ver o sorriso da filha se derreteu, mas quando olhou para frente um carro vinha na contra mão, por ser policial Lisbon tem um bom reflexo, ela desviou, porém o carro dela acabou batendo numa árvore, o tranco da batida fez a agente desmaiar, por sorte Kenna sabia o que fazer.
- mamãe, mamãe acorde - Mackenna tirou o cinto, pegou o celular da mãe e discou o número do pai.- papai
- " o que foi filha ? Cadê sua mãe? "
- Papai - Mackenna estava chorando
- "filha está me assustando" - Patrick estava assustado, seu coração estava acelerado -" Mackenna responde"
- a mamãe bateu o carro, ela não me responde, estou com medo papai - quando finalmente a menina falou Patrick já estava no carro.
- "onde vocês estão?"
- na floresta papai. Vem rápido por favor - toda vez que voltavam para casa Tereza falava a filha que eles iriam passar pela floresta, afinal o caminho era cheio de árvores e o sol batia nelas e fazia parecer típico dos livros que a filha amava.
- " tô indo filha" - rapidinho Patrick estava lá, ao ver a filha sentada quietinha perto da ambulância ele se assustou, depois que pegou ela no colo percebeu que a menina parou de chorar. Tereza ainda estava desacordada e foi levada para o hospital. Patrick deixou a filha com o agente Cho e Kim para dormir no hospital com a mulher.
- você me assustou - ele disse fazendo um carinho no cabelo da esposa. 
- me desculpa - ela respondeu sussurrando, ainda estava fraca e acordando aos poucos
- eu te amo Tereza e francamente você tem que parar de me assustar.
- o carro estava na contra mão, eu... eu desviei e bati na árvore.- Tereza colocou a mão na cabeça- Mackenna- quando ela disse o nome da filha, tentou se levantar.
- calma, ela está bem sem nenhum arranhão, Cho e Kim estão cuidando dela.- ele explicou e ela suspirou aliviada.- nossos filhos estão bem
- você já sabe
- o medico me contou- Patrick sorriu
- queria fazer uma surpresa- ela sorriu e ele beijou a testa dela
- você fez uma baita surpresa. Agora precisa descansar.- ele segurou a mão da mulher até ela pegar no sono. Então Jane aproveitou e ligou para Cho e deu boa noite para a filha.
No outro dia, Cho ligou para Jane cedinho e disse que a menina havia ficado com febre, Jane disse que poderia ser por causa do acidente ou porque a mãe dela estava internada, pediu que Cho desse Dipirona em gotas e um banho morno quase frio na filha.
- Bom dia
- Bom dia amor, quem era no telefone ?- Lisbon havia despertado. Jane pensou no que falaria para a esposa, não queria que ela ficasse preocupada a ponto de estender sua estadia no hospital, então resolveu dar qualquer desculpa.
- era Cho, queria saber se você estava bem.- ele beijou a cabeça dela e colocou sua mão sobre o ventre de Tereza - temos que contar para Mackenna.
- sim, ela vai ficar feliz.- Lisbon sorriu e com o carinho do marido.
Quando foi de tarde, Tereza foi liberada do hospital, os dois pegaram Kenna e foram para casa, tiraram o dia de folga. A menina estava dormindo desde que eles a pegaram na casa do padrinho, Tereza como mãe sabia que algo estava errado mas optou por ficar quieta, depois que entraram em casa, Kenna começou a despertar.
- mamãe, você tá melhor ?- perguntou  a pequena que estava deitada em sua cama
- sim, estou bem.- Tereza sorriu para a filha e acariciou sua bochecha- me desculpa querida
- pelo que mamãe?
- por que não descansa mais um pouquinho? Eu vou tomar um banho agora. - Lisbon levantou, mas a filha se recusou a ficar sozinha.
- não, fica comigo, não me deixa sozinha mamãe.- O acidente claramente afetou a filha, embora não seja fisicamente mas psicologicamente.
- eu fico.- então a mulher esperou até que a filha pegasse no sono. Depois ela se retirou do quarto e seguiu para o banheiro.
- Oi - Patrick entrou de mansinho no banheiro.
- ela não tá bem, e você sabia
- você está grávida, não pode se preocupar muito nem se esforçar.- ele tentou explicar. Tereza é uma mulher de opinião forte, e sincera, isso sempre fascinou Jane.- eu sei, devia ter te contado, me desculpa.
- tudo bem, ela teve com febre ?
- o mentalista aqui sou eu - os dois sorriram - sim, mas Cho deu um banho morno e remédio pra ela. Acho que foi o susto, e você estava internada, ela apenas se preocupou.
- coloquei a vida dela em risco e a do bebê também
- você sofreu um acidente, não foi sua culpa e vocês três estão bem, isso que importa Tereza. - ela abraçou o marido e depois de tomar banho resolveu deitar, os dois assistiram um filme e depois tiraram um cochilo. Já de noite Patrick se levantou e preparou uma sopa, estava frio e nada melhor que algo para aquecer, ele estava na cozinha separando os pratos e talheres.
- Papai, tô com fome
- Filha - Patrick sempre carinhoso pegou a filha no colo e lhe deu um beijo.- você fica linda quando acorda, igual a mamãe- a menina riu
- Sendo irônico Patrick ?- Tereza sorriu
- abraço em família- disse Mackenna. Os três se abraçaram.
- eu trouxe o cobertor, vamos assistir filme e tomar sopa - Lisbon não era muito romântica, mas sempre sugeria momentos em família, sabia que isso era bom para Kenna e também para Patrick, cada momento era único e especial.
- ótima ideia - indagou Jane sorrindo.
- posso comer com você mamãe? - Mackenna ainda não era tão independente, sempre que tinha a oportunidade Lisbon ajudava ela a comer ou as duas comiam no mesmo prato.
- come comigo hoje filha - Jane sugeriu isso já que Lisbon deveria comer por duas pessoas agora. Ele pôs sopa em duas tigelas e levou ao sofa onde as duas meninas se encontravam, depois de jantar os três decidiram escolher um filme para assistirem juntos, porém as luzes começaram a falhar e derrepente tudo se apagou.
- mamãe, papai tô com medo- indagou Mackenna
- nós estamos aqui filha.  - Lisbon ligou a lanterna do celular, tocou no nariz da filha com a ponta do dedo - não precisa ficar com medo, enquanto estivermos aqui você estará segura.- Jane se levanta e acende algumas velas, isso acalma a filha que está no meio dos pais.
- pronto, o que vamos fazer agora? - perguntou o homem
-  tive uma ideia
- qual querida ?- lisbon sabia que se a menina teve uma ideia, viria arte incluso
- me conta como vocês se conheceram !- a pergunta antes do acidente, Lisbon sorriu sem graça e olhou para o marido que entendeu. Era um assunto complicado, como falar a sua filha de cinco anos que conheceu o pai dela, depois  do assassinado de sua antiga família.
- Bom, nos conhecemos no serviço da mamãe, eu ainda não trabalhava com ela - Mackenna nunca ouvirá a história dos pais, a essa altura seus olhos brilhavam.- mas precisava de uns arquivos de um caso que só ela poderia me dar, então depois de perseguir a mamãe durante um dia, eles me chamaram para trabalhar com ela. A partir daí viramos amigos e sempre estávamos juntos, mas eu me apaixonei pela sua mãe desde a primeira vez que vi ela no escritório, só que eu demorei para falar pra ela e na verdade ela tá sabendo agora- Tereza sorriu e ficou um pouco surpresa com o que acabara de ouvir.
- só isso ?
- só filha- indagou Lisbon se divertindo
- então me fala mais sobre a minha irmã papai, como ela era ?
- por que não deixamos para outro dia? - Lisbon sabia que era difícil para Jane falar de Charlotte
- não, tudo bem Tereza. - indagou Jane - Charlotte cheirava morangos quando tinha sua idade, ela ficava corada quando estava com vergonha, assim como você e sua mãe.- ele sorriu para a esposa e colocou a acariciar o cabelo da filha- ela tinha os olhos verdes e era loirinha, gostava muito de abraçar como você.- Mackenna pegou no sono rapidamente.
- acho melhor levar ela pra cama - indagou Lisbon sonolenta, ela estava com a cabeça apoiada no sofá enquanto admirava a filha dormindo.  Jane pegou a menina nos braços e a levou para seu quarto

O mentalista- A continuaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora