SEIS
Caleb e Caitlin ficaram parados ao lado do rio,
olhando nos olhos um do outro. Ela tremeu,
preocupada com a possibilidade de que ele
estivesse prestes a dizer adeus.
Mas algo chamou a atenção dele, e a sua linha
de visão mudou repentinamente. Ele olhou para o
pescoço dela, e pareceu paralisado.
Ele esticou o braço, e ela sentiu seus dedos
tocarem a garganta dela. Ela sentiu o metal. Sua
gargantilha. Ela havia esquecido que estava
usando-a.
Ele levantou a gargantilha e a examinou.
"O que é isso?" ele perguntou suavemente.
Ela colocou a sua mão sobre a dele. Era a sua
cruz, sua pequena cruz de prata.
"É apenas uma cruz velha,
" ela respondeu.
Mas antes que ela tivesse terminado de dizer
aquelas palavras, ela percebeu: a cruz era velha. Tinha estado na sua família por gerações. Ela não
lembrava quem tinha lhe dado a gargantilha, ou
quando, mas ela sabia que era antiga. E que havia
vindo da família de seu pai. Sim. Aquilo
significava algo. Talvez até fosse uma pista.
Ele a observava atentamente, examinando-a.
"Esta não é uma cruz normal,
" ele disse. "As
suas pontas são curvas. Eu não vejo uma dessas à
mil anos. É a cruz de São Pedro,
" ele observou,
fascinado. "Como você conseguiu isto?"
"Eu...sempre a tive,
" ela disse sem fôlego, seu
entusiasmo crescendo.
"Esta é a marca de um clã antigo. De Jerusalém.
Um clã secreto, de grande poder. Haviam rumores
de que ele nem existisse. Como você tem isto?"
Ela sentiu seu coração batendo forte. "Eu... não
sei. Me disseram que ela pertencia ao meu pai.
Eu... nunca havia pensado sobre isso."
Ele virou a cruz gentilmente, olhando a parte de
trás. Seus olhos se abriram.
"Ela tem uma inscrição." Ela acenou com a cabeça, lembrando de repente.
Sim. Havia uma inscrição. O que era?
"Algo em grego, eu acho,
" ela disse.
"Latim,
" ele corrigiu. "Spina rosam et
congregari Salem,
" ele disse, e olhou para ela,
como se esperasse que ela houvesse entendido.
Ela não tinha ideia. Nunca havia tido.
"Aqui diz: A rosa e o espinho se encontram em
Salem."
Ele olhou para ela, e ela retornou o olhar.
Sua mente voou, se perguntando o que aquilo
significava. Seus olhos brilhavam com um novo
propósito.
"Isto pertencia ao seu pai. Deve ter pertencido.
Aquela inscrição é um antigo enigma vampírico.
Ele está lhe dizendo como encontrá-lo. Ele está
nos dizendo para onde ir."
Ela olhou para ele. "Salem?"
Ele assentiu seriamente.
Ele colocou uma mão em seu ombro. "Eu me
importo muito com você. Eu não quero vê-la machucada. Esta guerra é minha. Eu não quero
que você seja envolvida. As coisas vão ficar
perigosas, e você não é totalmente vampira. Você
pode se machucar. Você não precisa vir comigo,
especialmente agora que eu sei para onde ir. Você
já me ajudou mais do que eu posso agradecer."
Caitlin sentiu seu coração afundar em seu peito.
Ele não a queria por perto? Ou ele estava tentando
protegê-la? Ela sentiu que a segunda opção era
mais provável.
"Eu sei que tenho uma escolha,
" ela disse. "Eu
escolho ficar com você."
Ele a encarou por um longo tempo, e finalmente
assentiu. "OK,
" ele disse.
"Além disso,
" ela adicionou, sorrindo,
"Eu não
posso deixar você conhecer a minha família
sozinho."