ARO IMISCÍVEL • JJK + PJM

07|| O milagre de estar vivo

#ChamaEscarlate

TW: crise de pânico (caso não se sinta confortável, leia após o primeiro "火")

— Oh! Bem, este jantar é para celebrar seu noivado com Yan Lee, criança.

— O-o que i-isso significa? — Jimin perguntou, sentindo o suor frio descer por sua epiderme.

Apesar de ter uma vaga noção do que aquilo significava, por já ter lido coisas relacionadas a isso, Jimin queria tirar a prova, o jovem sentia que a realidade era distante de tudo aquilo que lia em seus contos fantasiosos. E ele não estava errado.

— Vocês serão esposo e esposa, assim como eu e tua mãe fomos um dia. Vocês dois gerarão herdeiros para o nosso clã.

Jimin estava assustado demais para esboçar qualquer resposta para o pai, de relance, o garoto olhou para a jovem de cabelos pretos e brilhosos, presos em um penteado formoso e se sentiu estranho. Ela não parecia nada contente com o motivo daquilo tudo, mesmo que Park não entendesse muito bem, pôde, inevitavelmente, notar que a garota mantinha o cenho franzido. Ela parecia furiosa.

Foi então que tudo se tornou cinza. Jimin não parecia ter controle de mais nada, sentia que não havia mais controle sobre seu próprio corpo.

Suas mãos suavam; seu coração batia numa velocidade fora do comum. Ele sabia que não podia ir contra os desejos do pai, o homem já tinha se mostrado cruel demais, ele não queria o ver ficar furioso mais uma vez.

— Inclusive, seu novo treinador será Kashi Dan, o pai de sua noiva.

— N-não! — Jimin já tinha lágrimas viscosas nos olhos, que desciam descontroladamente.

E, no entanto, mesmo sabendo que seu pai ficaria furioso ao vê-lo ir contra suas decisões, Jimin não pôde controlar quando uma crise intensa lhe atingiu.

Suas mãos começaram a tremer em demasia e suas vias respiratórias estavam sendo bloqueadas, ele não conseguia respirar e nem enxergar nada em sua volta.

O medo se apossou de seu corpo de tal forma, que o garoto não tinha a chance de sequer pensar em controlar.

Naquele momento ele desejou Jungkook ali.

Jungkook. O que havia acontecido com ele? Por que ele não o treinaria mais? Em sua mente inocente, a única causa disso, seria Jungkook o odiar pelo que havia acontecido ao seu pai. Era a única coisa que fazia sentido.

— J-jungkook. — Ditou sôfrego, seu coração doía tanto que parecia que ele iria morrer a qualquer momento.

Suas vistas — já atrapalhadas pelas lágrimas —, foram escurecendo e quando menos ele esperava, sentiu-se caindo de joelhos com o corpo frágil. A crise se intensificava ainda mais ao passar dos segundos.

— Levem esse imprestável para o quarto e o tranquem lá. Não quero que levem comida e nem água para esse moleque inútil, ele não está merecendo piedade pelas ações que tem feito! — ordenou Jiyang aos samurais que estavam no salão a serviço.

— Sim senhor!

E assim eles fizeram. Sem dó e qualquer dignidade, agarraram os braços delicados do ruivinho com uma agressividade absurda, fazendo com que o garoto soltasse um grito agudo.

Ele foi arrastado pelos cruéis soldados do Rei sanguinário até o seu quarto — que mais parecia uma cela. — e jogado ali de forma bruta.

E ali, largado no chão, Jimin permaneceu. Com o corpo marcado pela dor, Park resmungava desesperado o nome daquele que o havia abandonado há dias, aquele que seria o único que o entenderia, e ele sabia, e ainda agonizava a dor que, naquele momento, superava qualquer dor física.