Capítulo 13 Angustia

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(Anna xX)
Mais uma vez acordei no hospital, eu espero não seja nada grave, da última vez que eu tive em um hospital eu descobrir que estava grávida e com anemia. Danila ficou preocupado comigo, meus amigos também, vejo Dimka entrar no quarto, a cara dele é de poucos amigos, talvez uma cara de preocupação do que bravo.
- Oi querida. - disse ele.
- Oi amor- eu disse
- Finalmente você acordou. - disse ele ainda na porta.
- Porque você está aí parado na porta? Estou com alguma doença contagiosa? Por quanto tempo eu estava apagada?
- Você não está com nenhuma doença contagiosa, estou apenas com medo.. Você dormiu por 24horas, sem se mexer ou dar algum sinal que ia acordar, foram as piores 24 horas que já vivi. - ele disse caminhando em minha direção.
- Medo do que? - eu perguntei. Mas antes que ele pudesse responder uma médica entrou no quarto.
- Vejo que acordou senhorita Anna, eu sou a doutora Fernanda, estou acompanhando seu caso desde ontem. - disse a doutora Fernanda. Ela era morena, super bonita, - Temos que conversar pois seu caso é um pouco complicado. - continuou a médica pegando uma cadeira e colocando a mesma em frente à cama. Assim que ela sentou, Danila sentou na cama ao meu lado.- Anna, você está com leucemia, é um câncer....- eu parei de prestar atenção no que ela falava, as palavras câncer e leucemia ficaram rondando minha cabeça, eu só conseguia repetir "câncer, leucemia, câncer, leucemia". Meu mundo parou, eu estava grávida, não podia estar doente, anemia tudo bem, era um tratamento fácil, mas leucemia não, várias seções de quimioterapia, isso iria matar meu bebê.
- Mas fui diagnosticada com anemia- eu disse pra médica.
- Sim, seu marido meu disse, acontece que anemia é um dos sintomas da leucemia. Acontece que o doutor que te atendeu da última vez, fez o diagnóstico apenas pelos sintomas, ontem assim que você chegou, fizermos vários exames, inclusive o de sangue, que já manifestou alteração no seu sangue. Fizemos outros exames para termos certeza, e foi confirmado, você está com leucemia mileode crônica.- ela disse.
- E o que isso significa ? - eu perguntei.A doutora Fernanda explicou tudo com calma.
- Mas eu estou grávida, a quimioterapia vai fazer mal pro bebê, que afinal eu ainda não sei o sexo.- eu disse
- nós fizemos o teste, se quiser saber, posso lhe falar.- ela disse.
- Pode falar. - eu disse.
- É uma menina.- ela disse sem expressar qualquer tipo de reação de felicidade ou tristeza.
- Mas quanto à quimioterapia ? Vai fazer mal a ela?- por um lado eu estava explodindo de felicidade. Eu ia ter uma doce menina, por outro lado, eu podia morrer antes mesmo de ver-lá.
- Olha, ou interrompemos a gravidez ou você faz a quimioterapia após a gestação. Mas se você escolher fazer o tratamento será pior para você, pois a doença irá avançar demais. - disse a médica.
- Eu preciso pensar direito. - eu disse.
- Tudo bem, vou te dar alta, vá pra casa converse com seu marido, pense com calma, depois, semana quem vem exatamente, na terça feira, você volta para conversamos.
- Ok. - eu disse.
Assim que sai o quarto, em cima de uma cadeira de rodas, Lauren e Camila, estava na sala de espera.
- Oi querida- disse a Lauren e Camila.
- você está bem? - perguntou Camila.
- Se ela está sendo tirada do hospital em cima de uma cadeira de rodas é óbvio que ela não está bem, sua lerda.- disse a Lauren
- Estou bem, é uma norma do hospital, os pacientes só podem sair de cadeiras de rodas. Pelo menos até o estacionamento. - eu disse.
- Toma sua retardada, sua tirada foi invalidada. - disse a Camila com um sorriso infantil no rosto.
- Larga de ser chata Camila. - disse a Lauren dando um leve soco no ombro da Camila.
Essas duas são comédias, só elas pra me fazerem rir, quando minha cabeça está a mil, onde será que estava o Gustavo, faz tempo que não o vejo.
- Vocês viram o Gustavo? - perguntei para as gêmeas
- Não.- elas responderam.
Quando cheguei em casa, eu quis chorar, mas não podia as gêmeas estava lá, eu queria ficar sozinha, eu amo a companhia delas, mas naquele momento tudo que eu mais queria era entrar pro banheiro, colocar água na banheira, e ficar lá por horas e horas.
- Anna, eu estou voltando pra Boston daqui a uma hora, vai começar o último semestre. Assim que terminar minha faculdade eu venho pra cá pra ficar com você. - disse a Lauren.
- Tudo bem La, não se preocupe comigo, vou ficar bem. Termine a faculdade com notas boas, me dê orgulho futura doutora. - eu disse.
Ficamos conversando por mais alguns minutos até que elas foram embora, Lauren me prometeu escrever e-mails. Assim que elas saíram, fui para o banheiro, enchi a banheira de água, tirei minhas roupas, e entrei na banheira, assim que relaxei, um no se formou na minha garganta, meu coração acelerou, uma dor tomou conta do meu peito, parecendo que ia me partir ao meio, um desespero tomou conta de mim, um medo de perder tudo aquilo que demorou tanto para acontecer, medo de perder meu marido, meus amigos e minha filha, que estava a chutar minha barriga, hoje ela está completando cinco meses, não posso interromper a gravidez agora, não depois de tanto sonhar com isso. Mesmo a decisão não sendo somente minha, eu não me importo é meu filho. Quando eu menos vejo, estou chorando descontroladamente, a dor e angústia só aumenta em peito. Eu achava que se eu chorasse eu iria me acalmar, mas não, o efeito foi justamente o contrário. Tudo só aumentou. Por que isso está acontecendo comigo? Eu sou tão nova, não tenho 30 anos ainda. Onde foi que eu errei? O que eu fiz pra merecer?. Esses e outros pensamento rondavam minha cabeça, soluços por conta do choro era tudo que era possível ouvir dentro da casa, Danila havia ido para o trabalho, ele não iria voltar tão cedo. Talvez ele não voltasse, quem iria querer uma mulher doente ?
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Por hoje é só pessoal.
Big beijos
Até o próximo capítulo.

O céu não é o limiteOnde histórias criam vida. Descubra agora