Caso Perdido; sufocante final

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Caso Perdido - 04 de abril de 2013

— As coisas ficaram estranhas. - Senti minhas pernas doerem um pouco por causa do tempo que estava ali, me permiti me ajoelhar em frente ao túmulo de YongSun, respirei fundo observando a lápide cinzenta e velha. — Eu me sinto frustrado por não conseguir entender o que se passa com eles, em especial com o GiWook. - Apertei o punho que rodeava os caules das rosas que tinha trazido comigo. — O que o SeoHo disse fica rodando na minha mente, eu sei que não deveria confiar em tudo que ele diz, mas de fato… Eu não sei nada sobre o GiWook… E Harin é uma raposa mentirosa...

Uma brisa leve e fria estava presente no cemitério, sempre ficava incomodado com o ar daquele local, desde que me entendia por gente evitava lugares com áureas esquisitas, mas a situação atual era grave e eu precisava urgentemente de conselhos de YongSun. Por isso estava ali.

Depois dos acontecimentos do ônibus, GiWook passou a faltar mais no trabalho e mesmo quando aparecia, ficava distante de tudo, já Harin estava sempre evitando ficar perto de GiWook, mas não tirava os olhos dele em nenhum momento, a raposa parecia ter medo de ficar com o outro assistente, sempre se agarrando a mim quando saía de perto.

Era esquisito vê o Lee daquela forma, muito sério, não me encarava um minuto sequer e evitava ao máximo trocar palavras comigo. Isso estava me matando, não só por não conseguir resolver essa problemática, mas também por causa da frieza do meu assistente, aquilo estava deixando meu coração em cacos.

Talvez eu realmente estivesse tendo sentimentos demais por ele. E esse era outro problema grave para minha mente turbulenta.

— Eu só preciso de um guia, uma dica, eu sei que você sempre sabe de tudo, não é atoa que sempre soube resolver todos seus casos. - Um vento forte bateu em rosto, fazendo-me fechar os olhos com força, quando os abri, estava no meu escritório. — Hm. - A decoração antiga e o local apertado deixava claro que aquele não era meu escritório atual.

Olhei ao redor tentando buscar algo naquele ambiente que tinha sido colocado, olhei os livros nas estantes, papéis na mesa, post-its grudados na parede, nada me dizia algo.

— O que você quer me trazendo aqui? - A porta do local se abriu chamando minha atenção, YongSun entrou quase que correndo, não parecendo me notar ali. Acompanhei-a com o olhar, ela estava bastante jovem então supus que isso era uma espécie de memória muito antiga. Estranhei não encontrar Hyejin e nem Wheein junto dela, já que raramente se separavam em serviço.

— Onde eu deixei? - Ela revirava todas as coisas desesperada, logo um sorriso enorme iluminou seu rosto ao tirar um diário de uma gaveta escondida da escrivaninha. — Vamos olha sua classificação, Moonbyul. - Ela sentou-se na poltrona velha e eu aproveitei para ficar ao seu lado, a fim de observar o que tanto ela procurava naquele diário. — Eu tenho certeza que tem uma classificação sua, não é incomum um espírito ruim de locais te perseguir.

— Espírito de locais?

— Achei! - Estiquei meu pescoço, mas eu não conseguia ler uma palavra sequer do diário, como se tivesse em outro idioma ou simplesmente embaralhadas. — Então é isso… - O sorriso dela se esvaziou, me assustei quando ela virou o rosto na minha direção, mas não parecia estar encarando a mim. — YongHoon é um… - Gelei por um momento. — Ela quer o YongHoon! - Ela se levantou em um pulo e saiu correndo antes mesmo que eu pudesse processar o que estava acontecendo, olhei para o diário que ela havia largado ali.

Foi em um piscar de olhos e eu me encontrava novamente no cemitério, sentia minha boca seca e faltava ar no pulmão, uma viagem astral sempre puxava energia demais.

— Isso vai me ajudar em algo? - Respirei fundo tentando recuperar meu fôlego, coloquei o buquê de rosas em cima do túmulo e me levantei ainda tonto. — Quem me queria? E por que me queria? O que eu sou? - Suspiro pesadamente. — Você poderia me dar respostas mais concretas… Porém, agradeço pelas dicas, talvez eu tenha um norte disso tudo. - Coloquei a mão na lápide. — Até outro dia, nonna.

Chase MeOnde histórias criam vida. Descubra agora