#2 Não mostres as armas

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🎵 Bruno Coulais - WolfWalkers Theme (https://youtu.be/8RZhG1e3OSQ)

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John saltou do seu dragão ao ver a filha. O animal olhou para Chloe com o mesmo carinho que John usa com ela, permitindo até que a jovem o montasse de vez em quando. De qualquer forma a grande jornada de Chloe iria começar em algumas horas não o podia montar naquele momento. A sensação de ansiedade no fundo da sua barriga era muito real, as borboletas dentro dela furiosas com o peso do que tudo isso implica. Ela podia perder a vida apenas para encontrar um dragão para se conectar, mas ela precisa dele para manter o seu lugar na assembleia da aldeia e a segurança de todos. A sua família era a mais antiga portadora e protetora de dragões. Ela não podia desapontar, afinal, é uma tradição familiar.

"Tens a mala?"

"Sim, no meu quarto." Chloe olha para o pai.

"Levas mantimentos para quantos dias?" Ele questionou enquanto levava o seu dragão para uma grande gruta formada na encosta, o local estava repleto delas as famílias mais importantes mantinha os seus dragões ali. Ele forneceu água e deixou o animal descansar.

"Pelo menos 1 semana." Ela diz.

"Pode ser mais tempo." O pai olha para ela. "O teu tio levou 3 semanas a voltar."

"Sim eu sei... todos pensavam que tinha morrido." Chloe suspira. "Eu levo armas se tiver se caçar ou pescar." Ela informa.

O pai olha para ela. "Certifica-te que eles não as veem podem te achar uma ameaça. Naquela ilha todos os dragões são selvagens."

"Sim eu sei pai."

"Às vezes esqueço-me que já não és uma criança." Ele sorri. "És uma mulher de 22 anos... pronta para encontrar um dragão e um marido."

"Pai..."

"Chloe..."

"Não vamos começar..." Ela insiste.

O pai tentava fazê-la ver a razão. Depois de um dragão podia começar uma família estável e formar uma nova geração de cuidadores. Dragões são imortais até saírem da ilha. Depois disso eles escolhem perder a sua vida quando o seu mestre se for. Depois de iniciada a ligação não fazia sentido para os dragões se manter vivos, eles definhavam lentamente próximo da campa do seu dono. Os antigos acreditam que eles se voltam a encontrar no pós-vida, voando pela eternidade no paraíso. Encontrar um dragão era como um convite de entrada para o céu.

Outros acreditavam na procriação e no benefício durante a vida. Ao manter essas conexões os dragões "domésticos" procriavam muito mais do que os selvagens e assim voltavam a entregar novas vidas à ilha... para mais tarde outro bravo guerreiro encontrar o seu dragão e viver uma vida repleta de segurança e riquezas. Manter uma quantidade generosa de dragões na ilha aumentaria a chance de sucesso.

As conexões eram benéficas a muitos níveis, não só na proteção individual, mas também do clã. Chloe fará essa viagem principalmente para beneficiar o grupo, a sua aldeia ficaria segura por mais anos de invasores bárbaros e de caçadores furtivos de dragões... que apenas queriam a morte das criaturas místicas que "podem" ameaçar toda a humanidade.

Chloe também sabia a verdade sobre isso... dragões não deixam a ilha nem a sua aldeia sem o dono... apenas conhece o seu clã como coletor de dragões... então a probabilidade de encontrar dragões perdidos na terra dos "humanos" é praticamente nula.

Em Busca do DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora