Depois do estalo de Thanos, chamado de blip, metade da população virou pó.
Isso já havia sido há mais de três anos. Natasha ainda pensava nas pessoas que perdeu, e nas que nem sequer conhecia, mas que sabia que haviam sumido também. Seu amigos, sua família. Metade do mundo simplesmente em algum lugar qualquer, inalcançável, que ninguém sabia qual.
Ela estava no complexo dos vingadores, totalmente sozinha, solitária. Há tempos ninguém a visitava. De vez em quando algum deles iam ver como ela estava, todos sabiam como era difícil, e pra Natasha não era diferente. Steve era um deles. Ia vê-la quando podia. Ela acabou se acostumando com a presença do homem ali, mas há meses ele não voltava.
Natasha olhava para a enorme sala de reuniões, que em um dia era completamente normal estar cheia, e no outro, apenas ela estava ali, virando esse o novo normal, esperando o dia em que tudo voltaria a ser como era antes.
Ela não conseguia conter as lágrimas. Já não lutava mais contra elas. Não funcionava mais. Já havia perdido o controle de seus próprios sentimentos. Não controlava as lágrimas que muitas vezes eram sua única companhia, a única coisa que a fazia se sentir humana novamente.
Natasha tinha feito um sanduíche, era uma das poucas coisas que ela tinha vontade de fazer, e que conseguia comer. Ela estava exausta, cozinhar agora não seria uma das melhores distrações para ela. Assim ela pensava.
— Eu ia me oferecer pra fazer o jantar, mas você ia ficar mais triste ainda. — diz Steve ao chegar onde ela estava, ele estava apoiado em uma estante olhando Natasha.
— Veio usar a lavanderia? — pergunta Natasha após secar as lágrimas que haviam caído.
— E ver uma amiga.
— Acredite, sua amiga está bem.
— É isso que você diz depois de eu ver você chorando enquanto come um sanduíche de manteiga de amendoim? — se senta na cadeira na frente de Natasha. — Eu sei que tá difícil. Tá difícil pra todo mundo. Não precisa fingir que está bem quando claramente não está.
— Eu sinto a falta deles. — diz após alguns segundos de silêncio. — Quando eu não tinha nada, eles viraram a minha família. Vocês são a minha família. — o olha com lágrimas nos olhos.
— Eu digo que vai ficar tudo bem. Que tudo vai voltar como era antes. Acontece que nem eu acredito mais nisso. Eu sinto a falta deles também. Queria poder fazer algo pra mudar isso.
— Mas não pode. Não podemos fazer nada. E isso me faz sentir fraca, incapaz, impotente. Nós fizemos o que podíamos, e não foi suficiente.
O clima estava pesado. Natasha e Steve estavam em silêncio. Ambos sabiam o que o outro estava sentindo.
— Eu senti a sua falta. — Confessa Natasha, sem olhar para Steve.
— Eu também senti a sua.
Steve se levanta e vai até Natasha. Ele pegou na mão dela e a puxou para um abraço. Um abraço forte que demonstrava a saudade que um estava do outro.
— E se eles nunca mais voltarem? — Pergunta Natasha depois de se desfazer do abraço.
— Eles vão voltar. A gente vai fazer isso acontecer. Olha pra mim. — Levanta o queixo dela. — A gente vai trazer eles de volta, ok? — ela balança a cabeça positivamente e Steve a abraça novamente.
•
Já fazia algumas horas que Steve e Natasha estavam juntos no complexo. Era a companhia que Natasha precisava.
— Você ainda sente a falta dela não é? — Natasha se pronuncia, olhando diretamente para Steve.
— De quem você está falando?
— Você sabe de quem estou falando. — Sim. Ele sabia.
— Sinto. — Confessa olhando para baixo. — As pessoas acham que o tempo cura tudo, mas não é bem assim. Não dá pra esquecer de alguém que você ama, ou deixar de sofrer por ela, só porque ela não está mais aqui.
— Eu sei como é. — Fala baixinho lembrando de Yelena. Queria tanto estar com ela agora.
— Ela devia ser muito importante pra você. — Natasha o olha, um pouco confusa pela frase recém dita pelo amigo. — Eu sei que está pensando em alguém. — Alguns segundos de silêncio se fazem presente. — Faz muito tempo?
Natasha não responde. Seus olhos se enchem de lágrimas novamente. Ela sabia que Yelena havia virado pó, assim como seus amigos.
— Ela foi blipada. — Diz Steve. Ele imaginou. — Eu sinto muito.
Natasha sorriu fraco pra ele.
Steve não sabia de sua família, somente Clint. Não que ela não confiasse nele, pelo contrário, confiava muito no amigo, mas era melhor assim.
— Já está tarde. Você não tem que voltar? — Diz tentando mudar de assunto.
— Eu acho que você precisa mais de mim. Eu vou ficar aqui com você essa noite.
Natasha sorriu agradecendo. Precisava mesmo de companhia. Depois de tanto tempo sozinha em um lugar tão grande, não seria nada mal dividi-lo com Steve.
Eles então vão para os seus quartos. Os mesmos que usavam há cinco anos.
— Se precisar tô no quarto ao lado. — Diz Steve para Natasha antes de abrir a porta do seu quarto. — Boa noite Nat.
— Boa noite Steve.
Natasha entrou e deitou em sua cama, se virando pra tentar dormir. Fechou os olhos, mas tudo o que vinha em sua mente era o rosto de Yelena. O último abraço que deu nela. Fazia tantos anos. A saudade apertou novamente.
Sem conseguir dormir — o que nem era mais novidade para ela — Natasha se levantou e bateu na porta do quarto de Steve. Não ouviu nenhum barulho vindo de lá de dentro, então pensou que ele já tinha dormido. Se virou para voltar para o seu quando ouviu a porta se abrindo atrás de si.
— Nat.
— Steve. Pensei que estivesse dormindo.
— Pensei o mesmo de você.
— Eu... eu posso entrar?
— Claro. — Cede espaço para Natasha entrar em seu quarto.
— Eu não queria incomodar, mas eu não consegui dormir, então achei que conseguiria aqui, com você. — Diz pausadamente, receosa.
Steve então se sentou na cama a a chamou para sentar do seu lado. Ele abraçou Natasha, que retribuiu fechando os olhos.
E assim, ambos conseguiram dormir naquela noite.
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Imagine Natasha Romanoff (One Shots)
FanfictionCompilado de algumas histórias one shots de Natasha Romanoff. Algum capítulos terão cenas hot, então se não gosta não leia. +16