Cartas para a realeza.

Presentes e amizade.

Arthur estava deitado em sua cama, olhando as paredes de seu quarto, repletas de pinturas de coisas que gostava, algumas até mesmo feitas pelo próprio, quando ouviu batidas na porta.

— Com licença, príncipe Arthur, me pediram para te entregar uma coisa — Ouviu a voz de Alexandra, uma das camareiras do palácio, uma mulher jovem, com cabelos loiros brilhantes e que ele sempre via com um sorriso no rosto.

— Muito obrigado Alex, pode deixar aí na porta, eu estou um pouco ocupado agora mas já pego, muito obrigado mesmo, e desculpa não poder sair agora — Arthur se sentia muito triste de não poder sair e conversar como estava acostumado, mas não queria que o vissem como estava, ainda não estava preparado para a reação que as pessoas teriam.

— Tudo bem, vou deixar aqui, até mais vossa alteza.

Esperou alguns minutos antes de abrir a porta e viu um carrinho de biblioteca com uma cesta de frutas e dois livros, achou aquilo a coisa mais linda, não estava esperando nada do tipo, até sentiu seu peito aquecer.
Puxou o carrinho para dentro ainda maravilhado e fechou a porta, ficou alguns minutos só olhando pois queria registrar aquela imagem para sempre em sua mente, não costumava receber presentes de outras pessoas além de sua família.
Abriu o primeiro livro que viu, "A história dos instrumentos de corda através dos séculos" se interessou pelo título mas dentro viu algo que o interessava ainda mais, a carta de D, não conseguiu segurar o sorriso que cresceu em seu rosto, se sentia feliz em conversar com alguém, mesmo que não o conhecesse propriamente.
Abriu rapidamente a carta e a leu, as frutas eram do pomar do palácio, sentia tanta falta do pomar, estava encantado de saber que D havia colhido as frutas ele mesmo, pensando em lhe agradar, realmente havia agradado.
Decidiu retribuir o presente de seu novo amigo, queria o fazer feliz também, colocou a carta entre as frutas na cesta e as posicionou no parapeito da janela, pegou seu material de pintura e sentou em sua mesa para começar.
Havia treinado muito nesses dias em que ficou recluso, a pintura e a música eram suas únicas companhias e distrações, mesmo que achasse difícil tocar agora, pelo menos ainda conseguia pintar de uma maneira que o deixasse satisfeito.
Olhou feliz para a pintura finalizada, conseguiu capturar todos os detalhes do presente e da carta, estava muito orgulhoso de si mesmo e esperava que o outro gostasse também.
Deitou em sua cama e começou a ler o livro de poemas, descobriu que fazia sentido ser um dos favoritos de D, ficou completamente imerso na leitura até acabar pegando no sono.
No outro dia de manhã resolveu ler um pouco do outro enquanto comia algumas frutas. Acabou lendo ele inteiro em poucas horas, ficou preso em uma parte específica, onde contava a história de Alastor da Silva, Musicista que desenvolveu técnicas para tocar instrumentos de corda usando apenas uma das mãos, ou somente os pés, ficou ansioso para saber mais sobre o assunto e resolveu escrever logo para D.

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Querido D,

Primeiro gostaria de te agradecer pela cesta, já fazia muito tempo que eu não recebia um presente, fiquei muito feliz, então obrigado, de verdade.
As frutas estão deliciosas e me lembram as festas no pomar, tentarei participar de alguma mês que vem, não posso prometer que irei mas juro que vou tentar, também sinto falta das crianças.
Adorei os livros que você me recomendou, ainda estou lendo o de poemas mas consigo ver o motivo de ser um de seus favoritos, ele realmente é muito bom.
Acabei lendo o "A história dos intrumentos de corda através dos séculos" em apenas um dia, me interessei bastante pela história de Alastor da Silva, gostaria de ler mais algum livro sobre ele e sua técnica.
Sobre meus interesses, eu gosto muito de passar um tempo cantando e tocando todo tipo de intrumentos, gosto também de pintar e desenhar, inclusive fiz um presente para você, espero que goste, foi feito com bastante carinho.
Se me permite perguntar, qual é o seu nome? tenho minhas teorias mas adoraria confirmá-las.
Atenciosamente, Arthur
P.S. Você não precisa ser tão cordial, nós já somos amigos.
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Arthur colocou a carta e a pintura dentro do livro que já havia lido e os colocou sobre o carrinho da biblioteca, sentia muita vontade de entregar por conta própria e conhcer D mas no momento tinha que se conter, ainda não estava preparado para sair e não sabia se o outro queria o ver pessoalmente, se contentou então em parar o carrinho na soleira de sua porta e esperar pela resposta.