Chuvas de Incertezas;

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magenta & dark night

[...] 8AM — Jardim de Áster [...] 

Harin se sentia cansado, talvez exaustão mental fosse a palavra certa para definir seu estado atual, nem mesmo Deméter conseguiu tirar o garoto de seu quarto naquela manhã, desistindo depois de algumas horas tentando convencê-lo a colher áster — sua flor favorita e que tinha em abundância naquele jardim —. O Ju estava em estado vegetativo desde o seu encontro com GeonHak.

Kim GeonHak. Aquele nome trazia para seu peito tantos sentimentos confusos e conturbados, sentia como se fosse explodir só de pensar no rosto daquele garoto novamente, sabia que aquilo era obra além das brincadeiras de Eros, não era bobo em acreditar que aquilo era por acaso, mas sabia que algumas coisas eram inevitáveis, ainda mais quando o Deus do Amor adorava brincar com as linhas avermelhadas dos filhos de Hades.

— Wee woo, resgate de Harin. - O moreno abriu os olhos encarando HwanWoong em pé do lado da cama, estava tão pensativo que nem havia sentido a aura do irmão por ali. — Recebi chamados divinos. - O Yeo se jogou na cama junto do Ju. — Na verdade, mandatos divinos… Não tão bons quanto parecem.

— Você veio trazer más notícias? Acho que já estou cheio delas. - Apenas suspirou quando o mais novo lhe entregou uma carta, não precisou ler muito para saber que se tratava aquilo, era nada mais e nada menos do que um mandato de Hades para que ele assumisse suas responsabilidades no submundo. Como filho puro, precisava estar ao lado do pai para aquele tipo de coisa, pelo menos era o que o deus tanto falava naquele papel. — Ainda ousa me chamar de filho.

HwanWoong observou o papel virar migalhas em instantes juntamente da sanidade do irmão, notando os espinhos que cresceram na pele dele. Já havia visto aquilo em Perséfone uma vez, sabia que aquilo era um sinal claro de ataque de pânico, então tentou puxar na memória todas as coisas que poderia fazer para trazer Harin de volta e acalmá-lo.

— Ei. - Chamou a atenção do maior, pegando em seu braço sem se importar com os espinhos que machucavam. — Estou aqui contigo, ok? Não vou sair do seu lado e vou garantir que ele nunca vai te pegar, só se for por cima de mim. - Sua mão ardia pelos furos, mas não tirou até os espinhos sumirem por completo e a respiração de Harin voltar ao normal.

— Te machuquei… - Murmurou segurando a mão do Yeo, o menor apenas sorriu e abraçou o irmão. — Desculpe.

— Está tudo bem, consigo me curar fácil. - Não soltou do abraço. — Ignore essa carta, eu só vim, pois, a Perséfone tinha fé que era uma coisa legal, mas sabemos que nada de bom vem daquele cara. - Suspirou. — Vamos conversar um pouco, até sua mente ficar boa.

— Vamos ter que conversar bastante tempo então. - O moreno olhou para o telhado. — Você nunca saiu muito do submundo, certo?

— Não, o único lugar que eu vou é para cá… Não que eu não tenha como ir para os locais, só não vejo motivos… - Notou a feição pensativa do outro. — Você saia muito?

— Deméter costumava me levar ao centro comercial, no caso, ela apenas me guiava para chegar lá, já que não podia aparecer em meio de todo mundo. - Yeo acenou com a cabeça esperando ele continuar. — Imagino que esteja bem mais cheio hoje em dia, era minha diversão ir escutar as músicas e ver as barracas de vendas de lá, tinha muita comida boa também… Deméter disse que é um centro abençoado por Dionísio, então não me admira ter uma aura tão leve.

— Parece bom. - O mais novo encostou a cabeça no ombro alheio, pensando na imagem de um Harin criança correndo ao meio de barracas, sentia-se na vontade de trazer aquela liberdade de volta, uma coisa era ter sido criado no isolamento, como Yeo foi, outra coisa totalmente diferente era só terem tirado sua liberdade.

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⏰ Última atualização: Dec 21, 2021 ⏰

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