Capítulo 4.

712 93 6
                                    

Os dias foram passando e a amizade de Stephen e Tony estava indo bem. Muito bem, na verdade. Eles ainda tinham suas conversas sobre todo e assunto nenhum, ainda se divertiam um com o outro, o sexo foi apenas um bônus, um muito bem vindo. Não estava atrapalhando em nada a relação deles.

Todas as noites eles se perdiam um no outro na cama de Stephen ou de Tony, às vezes durante o dia também, e não necessariamente na cama. Servia qualquer lugar em que estivessem sozinhos e o desejo que sentiam um pelo outro surgisse.

— Ainda bem que você se resolveu rápido com o Stephen, nunca te vi tão feliz como está agora. — Pepper disse vendo Tony sair do elevador com um sorriso no rosto, resultado do sexo matinal que acabou de ter.

— O que eu posso dizer? Amizade é uma coisa linda. — Tony brincou e Pepper revirou os olhos.

Ela não aprovava que eles continuassem fingindo que eram apenas amigos, gostaria que ambos percebessem que toda a intensidade do sexo significava algo mais. Mas enquanto não estivesse ferindo nenhum dos dois, ela guardaria suas opiniões para si.

— Vai almoçar comigo e Rhodes hoje ou Stephen vem lhe buscar? — Pepper perguntou.

— Não sei, ele não disse nada. Mas caso ele venha, podemos almoçar nós quatro. — Disse encolhendo os ombros.

— Tony, sei como o almoço de vocês termina, prefiro não ser plateia disso. — Pepper disse saindo da sala e deixando um Tony risonho para trás.

*

Era de noite e Tony estava deitado no sofá de sua sala, não prestando atenção nenhuma no que passava na TV, já que seus pensamentos estavam direcionados para uma coisa, ou melhor, pessoa: Stephen Strange.

Durante cinco anos Tony desejou Stephen, querendo que ele fizesse algum avanço em si. Ele sempre achou que quando finalmente acontecesse algo entre eles, esse desejo passaria. Ao menos costumava ser assim quando ele se sentia atraído por alguém. Ele ia até a pessoa, flertava, eles transavam e pronto, dificilmente se viam uma próxima vez. Mas é claro que com Stephen seria diferente.

É claro que seu melhor amigo o conhecia perfeitamente bem para saber cada ponto de prazer seu, mesmo que nunca tenha os tocado até dias atrás. A cada vez que faziam sexo, Tony achava que seria monótono, que todo o fogo que os envolvia apagaria. Mas não, sempre queimava com a mesma intensidade, talvez até mais forte que a última vez.

Ele resmungou em frustração quando sentiu seu pênis reagir aos pensamentos que estava tendo com seu melhor amigo. Tony sabia que não conseguiria resolver aquilo sozinho, depois da primeira vez que Stephen lhe tocou, era como se ele fosse o único que conseguisse fazer Stark chegar ao final.

E é claro que Strange se aproveitava disso, vez ou outra fazendo Tony se tocar na sua frente, apenas para ele observar Stark resmungar frustrado e implorar que Stephen o fode-se logo, porque sozinho ele não obtinha o mesmo prazer.

— Merda. — Tony resmungou pegando seu celular na mesinha de centro e ligando para o amigo.

Amigo esse que no momento estava se arrumando para um encontro arranjado por Christine. Ela havia lhe perguntado se ele queria sair com uma amiga sua, já que o que ele e Tony tinham era puramente sexual.

E por mais que Stephen quisesse apenas ir para a casa de Tony e o abraçar e beijar, terminando a noite entre lençóis como fizeram nos dias anteriores, ele concordou com o encontro. Nem sabia explicar exatamente o porquê.

Talvez as palavras de Tony e a lembrança de Christine a elas de que tudo era apenas sexual o tenham impulsionado para concordar. Ele sabia que em algum momento Tony ia se atrair por alguém e deixar Stephen de lado, era sempre assim que as coisas funcionavam com os relacionamentos do seu amigo. Então Stephen resolveu se adiantar, testar suas possibilidades.

Quando terminou de dar um nó na gravata, ele caminhou para escolher um relógio, foi quando ouviu seu celular tocar. Ele o pegou e viu ser uma ligação de Tony.

— Oi, Tony, algum problema? — Perguntou preocupado.

— Preciso de você. — Tony disse, sua voz rouca fazendo os pelos de Stephen arrepiarem.

— Tony, eu não...

— Por favor, Stephen. — Tony pediu o interrompendo, um gemido sendo ouvido em seguida, fazendo uma certa parte de Strange reagir em resposta.

Stephen sabia o que aquilo significava, sabia que Tony estava o ligando porque estava excitado e outra pessoa não poderia o fazer ter um orgasmo além de Strange. E havia uma parte sua que adorava quando isso acontecia.

— Estou indo. — Stephen disse desligando rápido, ele mandou uma mensagem para Christine dizendo que não poderia ir ao encontro, que havia surgido uma emergência com Tony. Ele não podia contar que seu amigo estava excitado e que ele iria transar com ele, Christine o mataria. Então optou pela mentira.

Poucos minutos depois ela o respondeu dizendo que tudo bem e que avisaria sua amiga, até desejou que tudo ficasse bem com Tony. Ele garantiu que ficaria, disse que cuidaria pessoalmente disso.

Stephen entrou em seu carro e dirigiu para a casa de Tony, não sentindo nem um pouco de culpa de estar largando um encontro para fazer sexo com seu melhor amigo.

Alguns dias depois.

Tony caminhava pelos corredores do hospital, ele estava indo até a sala de Stephen, iriam almoçar juntos.

— Tony, oi! — Christine disse saindo de uma sala e o abraçando em seguida. — Como você está? Se sentindo melhor? — Perguntou o olhando preocupada.

— Melhor? Do que está falando? — Perguntou confuso, fazia meses que Tony não ficava doente. Era algo difícil já que Stephen sempre cuidava de sua saúde, o impedindo de comer besteiras e até o entupindo de vitamina C caso ele pegasse apenas uma chuva fraca.

— Você não esteve doente alguns dias atrás? Stephen até cancelou com minha amiga para ir cuidar de você. Ele disse que tinha surgido uma emergência com você. — Ela disse franzindo a testa.

— Stephen cancelou com sua amiga? — Tony perguntou, ficando mais confuso do que já estava.

— Sim, ele ia em um encontro com ela. Tony, tá tudo bem mesmo? Quer que eu faça algum exame em você? Ou chame o Stephen? — Perguntou preocupada.

Por mais que ela não visse ou falasse com Tony todos os dias, eles mantinham uma amizade boa, e ela se preocupava com ele. Além de que Stephen a mataria se ela notasse algo de diferente em Tony e não fizesse nada sobre.

— Na verdade, eu acho que preciso ir para casa. Não diga a ele que me viu aqui, ok? Eu mando mensagem para ele. — Tony disse, quando ela assentiu, ele deu as costas e caminhou para longe.

Christine apenas ficou parada no corredor o observando ir, sem entender nada do que tinha acabado de acontecer.

***

Espero que estejam gostando.

Até mais,

–K.F.

20 Segundos. (IronStrange)Onde histórias criam vida. Descubra agora