Sentimentos confusos

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  Depois do tal momento de vergonha alheia que ambos sentiram, eles ouvem a mãe de Yamaguchi dizer que a janta estava pronta. Tsukishima sai primeiro do quarto e espera o esverdeado colocar uma calça. Ele estava um pouco paciente pelo o que acabara de ocorrer, então ficava andando de um lado para o outro.
  Então ouviu o ranger da porta. Tadashi abriu-a e dá um passo para frente, dando de cara com Tsukishima.

—Foi mal, Tsukki. Não sabia que você tava na frente da porta... –Ele coloca a mão na nuca, mostrando que estava tão nervoso quanto o outro.

—Sem problemas, me desculpa também...

  O clima era meio constrangedor, mesmo que não tenha sido grande coisa. Yamaguchi pensou que Tsukishima talvez tivesse ficado desconfortável... As vozes paranóicas começaram a surgir em sua cabeça, mas então ele ouve a voz de Kei quebrar o clima.

—Você anda tão distraído. Eu me pergunto se você vai conseguir ir até a cozinha sem tropeçar ou esbarrar em algo também. –Ele fala em tom irônico.

—Ah, vai ver se eu estou na esquina. –O esverdeado revira os olhos, um pequeno sorriso estampou em seu rosto. Logo ele vai na frente e desce as escadas.

  O loiro ri e segue ele. E, como esperado, o esverdeado conseguiu esbarrar em um dos armários da cozinha e bater o pé na quina da mesa quando foi se sentar.

—Ai, droga! Caramba... Se você rir da minha desgraça, eu juro que você não sai daqui de casa com vida.

  O loiro tenta conter aquela sua risada sarcástica de sempre, mas não aguenta. Pelo menos agora parecia que o garoto estava melhor depois do dia agitado.

—Eu sabia que você iria fazer isso!

—Seu... –Tadashi para de falar quando sua mãe lhes chama a atenção.

—Vocês dois não vão comer? –A mulher de cabelos verde-acizentados diz.

—Vamos sim. E seu filho continua me maltratando, acredita?

—MANO, CALA A BOCA. –Yamaguchi grita em sua direção, antes de pedir perdão baixo por sua mãe ter ouvido isso.

—Ele só te trata assim porque gosta muito de você. –Ela fala dando uma leve risada.

—N-não gosto nada! –Deu para ver o desespero na sua voz que surgiu rapidamente.

—Claro que gosta, ele é seu melhor amigo, afinal de contas.

—'Ela estava falando de gostar nesse sentido?' –Yamaguchi pensa, querendo lhe dar um próprio tapa para não imaginar mais besteiras como essa.

  O loiro percebe sua expressão e sussurra algo em seu ouvido.

—Pensou que ela estava falando sobre você estar apaixonado por mim? -Ele fala brincando, sua voz melancólica de sempre.

  Tadashi sentiu sua espinha arrepiar pelo garoto estar tão perto de si. Não é de se esperar que seu coração também acabou acelerando imediatamente. Droga, isso era ruim.

—C-claro que não! E só para deixar bem claro, eu nunca me apaixonaria por você! –Ele cruzou os braços, tentando se manter sério, porque Kei sabia quando ele mentia.

—Certo...

—Bom, podem se sentar. Eu vou servir vocês. –Ela estava de costas para os dois, enquanto desligava as bocas do fogão que estavam acesas.

  Os dois se sentam um de frente para o outro, esperando a mãe de Yamaguchi os servirem. Kei perguntou-a se queria ajuda ou pediu para que servisse seu próprio prato, ao menos, mas ela não deixou. Ela tinha os mesmos traços de Yamaguchi, até mesmo a gentileza na personalidade.
  Enquanto eles mastigavam a comida, Tadashi pode sentir um calafrio. Ele não sabia se deveria olhar, mas quando subiu o rosto, encontrou um par de olhos cor de mel que o observava. Ele quase engasgou com a comida, então bebeu um gole do suco de laranja rapidamente.

𝘜𝘮 𝘮𝘰𝘵𝘪𝘷𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘴𝘰𝘳𝘳𝘪𝘳 (𝑇𝑠𝑢𝑘𝑖𝑌𝑎𝑚𝑎) [EM REFORMA]Onde histórias criam vida. Descubra agora