/1 ano depois/
Taeil: 23 anos
Johnny: 22 anosEram já 700 tsurus e Taeil mal acreditava que já tinham tantos feitos, observava alguns deles todos coloridos, alguns com apenas uma cor mais simples, cada um especial do seu jeitinho.
Mas havia um tempo que havia parado de fazê-los com tanta frequência, culpa da faculdade e de suas responsabilidades.
E Johnny não estava diferente, com um emprego temporário como atendente em um mercadinho 24 horas, parecia cada vez mais ocupado e sufocado com as novas responsabilidades da vida adulta. Sua guitarra ficava ali no canto, juntando poeira.
— Taeil! — O Moon ouviu a voz de sua mãe o chamar alto. Guardou os tsurus e foi para a sala, vendo ela e a mãe de Johnny ali no sofá, parecendo preocupadas com algo.
— Mãe? O que houve? — As senhoras o encararam com um olhar meio cabisbaixo.
— O Johnny sumiu. — A senhora Seo soltou de uma vez, sem rodeios. — Eu já liguei milhares de vezes, procurei por vários lugares, mas não o encontrei. Você sabe onde ele está? — Perguntou com o olhar cheio de esperança.
— Desculpe, mas não falei com ele hoje. — Ambas suspiraram tristes.
Faz uns dias que não nos falamos pessoalmente. — Taeil pensou, achou até que o americano estivesse ocupado demais com os estudos e o trabalho.
— Eu vou ter que chamar a polícia, já faz quase 6 horas que ele não dá um sinal de vida! — Disse, com sua voz começando a falhar graças as lágrimas formadas em seus olhos.
— Calma, não chore por favor. — Taeil se aproximou para abraçá-la de leve. — Eu acho que sei onde ele pode estar, mas não tenho certeza, é só uma ideia.
— Vá logo, Taeil, eu vou tentar acalmar ela. Qualquer coisa me avise!
Logo o Moon saiu com seu celular em mãos e dinheiro para pegar um ônibus, ele realmente esperava que sua intuição estivesse certa.
(...)
Nem mesmo estava com roupas adequadas para estar naquele local, pois seus sapatos não o ajudavam muito a andar na superfície arenosa.
Mas o pôr-do-sol visto dali era único, com o astro luminoso se escondendo na linha do horizonte e o céu ganhando a tão conhecida coloração laranja, logo se aproximando da noite, aquilo era perfeito.
Havia um farol ali perto onde Taeil se recordava bem que Johnny o levou em seu segundo encontro. Sentia até um arrepio bom por lembrar do quão perfeito tinha sido aquela surpresa.
— Pelo amor a todos os tsurus que fizemos, Johnny, que você esteja onde eu estou pensando. — Pediu com os olhos fechados e as mãos unidas, já estava anoitecendo.
Começou a andar rápido até o local, se sentindo cansado pelo peso da areia em seus tênis. Mas quando percebeu, já estava muito próximo do farol, não podia desistir agora.
Até que, chegando ao farol, ouviu uma melodia mais que familiar para si: acordes de guitarra.
Seguiu com calma até onde vinha o som, e então sentou todo seu corpo se acalmar de vez.
Johnny estava ali, como ele havia deduzido. Sentado próximo a um coqueiro, totalmente concentrado em tocar uma música. E não apenas qualquer música, ele sabia bem.
R U Mine? do Arctic Monkeys.
Ah, ele adorava essa música.
— Hey, Johnny! — Chamou quando já estava bem próximo de si, vendo o mais novo dar um pulinho pelo susto, mas logo sorrindo ao lhe ver.
— Como você me achou? — Parou com os acordes e deixou a guitarra em seu colo, dando um pouco de espaço para que ele se sentasse no pano que havia levado.
— Eu te conheço desde os onze anos, Seo Johnny. — Beliscou de leve a bochecha do mesmo. — Sempre vínhamos nessa praia quando você precisava se distrair, e aqui foi o nosso segundo encontro então... Eu apenas deduzi e juntei as peças.
— É, você é realmente incrível. — Os dois riram daquela frase clichê do americano.
Taeil deitou sua cabeça no ombro do mais novo, enquanto predominava um silêncio confortável quase totalmente preenchido pelo som das ondas e os pássaro ao longe.
— Eu vou embora.
— O que? — O Moon se ergueu assustado, pensando ter ouvido errado.
— Meu pai está muito mal, talvez ele não passe deste mês. — O mais velho estava confuso, era tudo tão de repente que mal processava em seu cérebro. — Eu tenho que ir embora para Chicago, para, você sabe, passar os últimos dias com ele e assumir os negócios da família.
O Seo não conseguia levantar o olhar para o coreano, ele estava ainda pior, iria deixar a única pessoa que amava mais que tudo por culpa de um homem que nunca esteve presente em sua vida. Queria ficar, gostava de estar com seu namorado, naquela cidade, mas nem tudo era tão simples.
— M-mas e sua faculdade? Você vai abandonar tudo por aqui? Até o seu sonho de ser artista...? — Taeil tinha a voz embargada, estava triste como nunca depois dessa notícia.
— Eu vou continuar estudando lá, apenas preciso continuar parte do negócio da família. — Dedilhava as cordas do instrumento, tentando se acalmar e não desabar ali na frente do Moon.
— Mas... E eu, John? Como vou ficar sem você? — Com o rostinho coberto em lágrimas, perguntou, sentindo o peito doer antecipado por ter que se separar do seu grandão.
— Eu vou voltar, meu amor, mas vai demorar bastante... E sempre poderemos nos falar por mensagens, chamadas de vídeo, só estaremos muito distantes, mas não vamos encerrar nossa história aqui. — Abraçou com força o corpo menor, que soluçava baixinho.
— Mas não vai ser a mesma coisa. Eu preciso de você aqui, comigo. — Taeil o abraçava com força, ele sempre odiou despedidas.
— Eu não tenho escolha, meu anjo. Porque você acha que eu estava me escondendo? Eu também não quero ir... — Puxou o mais velho para que ficasse em seu colo, o mais próximo possível de si. Aquele perfume que só ele tinha conseguia lhe acalmar nessas horas.
— E quando você vai? — Taeil ergueu seu olhar ao Seo.
— Em uma semana. Preciso resolver a papelada da faculdade e no trabalho, arrumar as passagens, tudo tão complicado.
— Então, eu quero que seja a melhor semana de todas para nós dois. — O mais velho se levantou, estendendo as mãos para que o americano levantasse também. — Sei que não é um adeus definitivo, mas quero passar o máximo de tempo possível com você.
E então tirou aquela jaqueta e camisa que vestia, correndo para o mar, vendo Johnny fazendo o mesmo. Sentiu um intenso déjà-vu de quando foram juntos na praia pela primeira vez, eram literalmente crianças despreocupadas com a vida, mal sabendo o que o destino os reservava.
E em meio aos beijos com gosto salgado e a pequena bolha que os faziam esquecer do resto do mundo, puderam aproveitar voltarem a ser um pouco crianças, mas sem medo de encarar o que estava por vir.
No fim, não precisavam de mais ninguém, apenas um ao outro.
Mesmo que estivessem a milhares de quilômetros de distância.
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Demorei um pouquinho menos kkk
Presente de natal atrasado e de ano novo antecipado :)
Espero que tenham gostado, estamos na reta final, vejo vocês no próximo capítulo 🌻.
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꒲ one thousand tsurus | [Johnil]
Fanfic꒲ Durante anos, Taeil fez vários tsurus de papel, para que quando chegasse a mil tsurus, pudesse pedir para encontrar sua alma gêmea. Ele só não tinha ideia de que sua verdadeira alma gêmea era seu vizinho e melhor amigo Johnny, um americano alto e...