Pisando em pequenas poças d'água pelo caminho, Taeil caminhava sozinho de volta para casa, saindo da escola.
Seu último ano era o mais importante, e ele decidiu fazer algo que nunca imaginava ser apto: Se declarar a alguém.
Lee Taeyong era do time de basquete, uma beleza divina e uma personalidade amável, era quase impossível não se apaixonar por ele.
E assim, Taeil passou a fazer parte dessa estatística de "admiradores de Lee Taeyong".
Johnny o ouvia quase todos os dias falar durante horas sobre o Lee, e estava segurando-se para não dar um belo soco no meio da cara de seu hyung.
— Ele é perfeito, John... — Mais um suspiro de idiota apaixonado saiu dentre os lábios do Moon, o que não deixou o americano muito feliz.
"Será que Taeil era tão cego para não perceber o "penhasco" que Johnny tinha por si?""
— Fale com ele então, hyung! Ficar suspirando pelos cantos não vai te ajudar em nada! — Disse com o resto de paciência que lhe restava, e então foi embora, deixando o mais velho ainda mais confuso.
Então, de uma certa forma, Taeil seguiu esse conselho. Chegou na escola no outro dia cheio de coragem, e pediu para Taeyong que pudessem conversar na hora da saída.
Estava chovendo muito naquele dia, e Taeil não viu Johnny nenhuma vez. "Talvez ele ainda esteja bravo comigo". Pensou, e ele não estava errado.
Johnny passou as três ultimas aulas restantes naquele dia entristecido, encondido na biblioteca enquanto tentava não pensar em Taeil junto com Taeyong.
Taeil esperou um bom tempo na parte coberta do pátio da escola por Taeyong. O tempo continuava fechado, mas apenas permanecia chuviscando forte.
— Taeil hyung! O que houve? O que é tão urgente que você precisa me contar? — O mais velho sorriu, ele era sempre tão atencioso com todos a sua volta.
— É que... — Suspirou forte para tomar coragem. — Eu gosto de você!
— Ah, hyung... Eu também gosto de você! Você é meu amigo, certo?
— Não é como amigo! Eu gosto de você, de verdade... É mais forte e mais complicado, você sabe.
Os olhos do Lee se arregalaram em surpresa, ele não imaginava que logo Moon Taeil, o garoto mais inteligente do último ano, iria se declarar para si.
— Olha, hyung, eu... — As mãos do mais alto se moviam nervosas. — Me desculpa mesmo, mas eu já namoro alguém. E ele é muito ciumento.
A expressão de choque do Moon teria sido cômica se não fosse triste. Aquela dor no coração de ter seus sentimentos, de certa forma, não retribuidos, foi péssima.
— Eu preciso ir... E eu que peço desculpas, e-eu não sabia mesmo! — A visão do mais velho estava embaçada pelas lágrimas, e ele só queria correr dali.
— Está tudo bem! Um dia você pode cconhecer o Doyoung também, você com certeza vai adorar ele. Agora eu preciso ir, ele está me esperando, tchau hyung! — Se despediu rapidamente e saiu correndo no meio da chuva para encontrar o Kim.
Taeil finalmente pôde raciocinar agora que estava sozinho, e então a realidade lhe atingiu como um balde de água fria.
Seus lábios tremiam e as lágrimas teimosas insistiram em cair, enquanto o próprio Moon abraçava seu corpo buscando se aquecer em meio ao frio que fazia ali graças à chuva.
Caminhou lentamente em direção à sua casa, pisando em pequenas poças d'água no meio do caminho. Seu peito doía como nunca, e ele só queria se trancar em seu quarto e chorar até desidratar.
— Taeil hyung! — Uma voz mais que conhecida pelo mais velho soou na rua um tanto vazia. O mesmo se virou para encontrar Johnny bem distante com um guarda-chuva em suas mãos, lhe olhando preocupado.
Seu corpo reagiu de imediato, e então ele correu até o mais novo, como se fosse a última vez que fossem se ver.
Abraçou o corpo mais alto que si com força, como se ele pudesse o proteger de todo o mal e tirar toda aquela dor de dentro de si. Johnny o encarava assustado, mas o abraçou de volta, com o coração doendo por causa dos soluços angustiados do Moon.
— Eu nunca vou amar ninguém, Johnny... Nunca vou conseguir ser feliz ao lado de alguém, talvez seja melhor assim. — Sua voz estava abafada por seu rosto estar contra o peito do americano.
— Não diga isso, hyung. Você merece sim amar e ser amado, porque você é muito especial.
A mão livre de Johnny foi parar nos cabelos castanhos do Moon, fazendo um carinho leve nos mesmos. As lágrimas do mesmo já haviam parado, assim como a chuva que antes caía.
— Obrigado por estar comigo, Johnny. — E dessa vez, o abraço estava mais confortável para ambos, e o americano implorava que o mais velho não ouvisse seu coração batendo descompassado.
— Eu sempre estarei aqui por você, Taeil. — Disse, ao se separar do abraço, e então os dois começaram a caminhar juntos de volta para casa.
— Ah, hyung! — Chamou o mais velho antes que ele entrasse em casa. — Aqui, eu fiz mais um passarinho pra te ajudar a conseguir seu desejo. — Tirou do bolso um tsuru todo azul, com o nome de Taeil junto do nome de Johnny. O Moon pegou o pequeno origami com delicadeza, o agradecendo, e entrando em casa com um sorriso bobo em seu rosto.
— Talvez nem tudo tenha sido tão ruim.
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꒲ one thousand tsurus | [Johnil]
Fiksi Penggemar꒲ Durante anos, Taeil fez vários tsurus de papel, para que quando chegasse a mil tsurus, pudesse pedir para encontrar sua alma gêmea. Ele só não tinha ideia de que sua verdadeira alma gêmea era seu vizinho e melhor amigo Johnny, um americano alto e...