07. O Leilão

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A grade da cabeceira da cama já estava curvada para frente, de tanto que o Capitão puxava as correntes que o prendia. Ele transbordava ódio e suas unhas já estavam machucando suas palmas, devido a força com que seus punhos se travaram. Ele poderia gritar e pedir ajuda a tripulação. Mas seria muito humilhante admitir que fôra preso por um Ômega. Alfas já eram bastante orgulhosos, sendo lúpus então, as emoções se tornavam mais intensas.

Depois de muito esforço, ele finalmente conseguiu romper a grade e erguer o corpo da cama. Ele caminhou até sua estante, implorando mentalmente que o Ômega não tenha sido tão atrevido a ponto de levar a chave dos grilhões. Suspirou aliviado quando a viu no mesmo lugar onde tinha deixado. Logo ele se livrou das correntes e ignorou a dor em seus pulsos. A pele estava bastante avermelhada e machucada devido ao esforço que fez para se ver livre.

Assim que saiu da cabine, o sol já havia nascido e a tripulação já trabalhava pelo convés.

— Bom dia, Capitão. — Franz falou quando o viu.

— Bom dia o caralho! — Jeager passou por ele como um furacão e se debruçou ao lado do navio, examinando a ilha, agora pela manhã pouco movimentada.

O Capitão estava furioso, quase a ponto de matar um. Ai daquele que se atrevesse a ficar em seu caminho naquele momento.

— O que houve? — Bertholdt perguntou trazendo consigo uma xícara de café.

— O que houve?! — Jeager perguntou entredentes, virando para encarar o irmão: — A sua ideia estúpida de ontem à noite fez a porra do Ômega fugir!

Logo, uma pequena aglomeração se juntou ao redor deles. Todos interessados em assistir aquela discussão entre os irmãos.

— A culpa não é minha se você o assustou, tratando-lhe com grosseria. — Bertholdt o enfrentou. — Ele estava com você quando isso aconteceu. E saiba que ele sempre irá fugir se continuar agindo feito um idiota!

Jeager acertou uma tapa forte na mão do médico que segurava a xícara e o objeto voou longe, fazendo o mais velho se assustar.

Neste momento, Reiner apareceu com uma enorme cara de sono, caminhando tranquilamente pelo convés superior. Ele parou ao lado da timoneira, que também assistia a discussão matinal

— O que está acontecendo?

— Briga entre irmãos. — ela respondeu. — Parece que o nosso Ômega lúpus fugiu.

— Merda. — Reiner correu até as escadas e desceu, seguindo ligeiro até onde o médico discutia com o Capitão. — Precisamos encontrar aquele desgraçado. Não podemos gastar nosso precioso tempo com discussões.

O Capitão engoliu a raiva que estava sentindo naquele momento e ignorou as atitudes do seu irmão. Ele se voltou para a tripulação:

— O que estão esperando? Vão procurá-lo! — ordenou com sua voz de comando apontando para a Ilha.

Todos então se puseram a descer as cordas com os botes e rapidamente chegaram na praia. Eles procuraram o Ômega por toda a extensão de Folsom, mas não encontraram nem sinal do moreno. Porém, obtiveram uma valiosa informação dos pescadores que estavam por ali.

— Capitão. — Marco se dirigiu ao Jeager. — Não o encontramos mas os pescadores o viram seguir para um outro navio.

— Que navio?

— Eles disseram que em sua bandeira havia o desenho de dois punhos esqueléticos cruzados.

Tempos atrás, quando trabalhou por navios mercantes, o Capitão cruzou com uma embarcação que continha o mesmo símbolo informado pelo pirata, ele o reconheceu de imediato. Jeager sentiu uma fúria intensa tomar seu peito, ele caminhou até a beira do navio e respirou fundo encarando o horizonte, para logo em seguida informar:

BLACK SWAN | ERERI - RIRENOnde histórias criam vida. Descubra agora