Doloroso

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Mariangel Lancaster
Mansão Mariangel, Londres
30 de março de 1992 • 23:02

— Sua sorte é que eu não guardo rancor! — Daniel diz enquanto se aproxima de Miguel — Me entrega a arma — ele pede calmamente — Miguel, me entrega a arma! — ele respira fundo — Miguel, é a última vez que digo — sussurra com um tom de voz assustador — ME ENTREGA A ARMA! — ele berra completamente fora de si

 Me aproximo um pouco da beirada para ver. Miguel continua com a arma apontada para Daniel que sem paciência avança em sua mão e a quebra em uma única virada. Os berros de Miguel são assustadores

— MÃOS AO ALTO! — uma voz forte quase grita. É um passo forte. É a polícia! Saio debaixo da mesa e corro para Daniel que esta com a camisa branca encharcada de sangue. O abraço forte. Olho para o homem que esta com o uniforme da polícia

— ME CHAMO DANIEL HICHELLO! SE PERMITIR QUE ELA ENFIE A MÃO NO MEU BOLSO, VAI VER QUE SOU JUIZ! UM HOMEM DA LEI! — ele diz em alto e bom-tom — Atira bem na testa — ele sussurra para mim

 Enfio a mão em seu bolso da frente que é bem fundo. Alcanço a arma que não é tão grande a tiro devagar. Daniele sta falando bem alto com ele agora, engatilho a arma discretamente. Me viro de uma vez e atiro sem pensar. Era para acertar na cabeça, mas, acertou na bochecha

— PETRA NÃO TE ENSINOU NADA? — pisco um par de vezes. Olho para ele que tira a arma da minha mão e anda até o homem que esta agonizando. Ele atira bem na cabeça

— Nunca peguei numa arma na minha vida! — digo apavorada! — E agora? Os outros vão nos matar! A polícia não é tão legal com "putas" que envergonham o pobre marido de bem o traindo com um astro pop! — ironizo

— Não tem policia lá fora! São seguranças dele que ele manda se vestirem assim! — Daniel esbraveja e anda até a porta — Cuida dele, eu vou terminar o serviço! — passa por cima do corpo do oficial e anda para longe. Miguel ainda esta chorando e reclamando da mão

— Escutou isso? — faço um biquinho e olho para Miguel. Me aproximo da mesa e pego a faca e um copo pesado que estavam perto do prato de Miguel — Acho que podemos brincar um pouco Miguel! — abro um sorriso para ele, antes de ele gritar ou algo do tipo, o acerto no ponto certo com o copo que estava em minha mão direita. Hora da diversão.

31 de março de 1992 • 05:19

 Eu poderia esfaquear até minha raiva passar. Eu poderia o cortar em pedacinhos. Poderia apenas cortar no lugar certo para ele ter uma morte lenta e dolorosa, mas, se eu fizesse qualquer uma dessas coisas, eu não me reconheceria mais

 Me formei em medicina para salvar e não tirar vidas. Isso vai contra tudo o que acredito. Sem contar que Miguel esta insano. Ele não responde mais por ele mesmo, se deixasse ele teria matado a todos nós

 Bem, se aquele segurança não tivesse aparecido ele é quem teria morrido. Daniel estava com um olhar mortal

 Encostada na pia encaro Miguel amordaçado e amarrado na cadeira logo atrás da mesa da cozinha. A casa durante todo esse tempo passou assim, apenas Melanie estava fazendo a limpeza e cozinhando para nós, é, uma casa desse tamanho nas costas da coitada

— Agora só colocar a mão dele no lugar! — Daniel diz enquanto entra na cozinha. Ele esta cheiroso, cabelos arrumados e roupa limpa. Ele tomou banho

— Você tomou banho? — pergunto a ele que abre um sorriso engraçadinho — Eu vou ir assim mesmo, não vejo a hora de sair desse lugar!

— Bom, quanto pior melhor já que lá fora tem dezenas de pessoas da imprensa. Ainda bem que só apareceram após meus seguranças darem um sumiço nos seguranças de Miguel que mandei ir ver Jesus!

— Você fala com tanta naturalidade — estou um pouco impressionada com o sangue-frio desse homem tão engraçado, doce e fofo

— Eu sou um ursinho, mas, até ursinhos tem sua pior face! — ele pisca algumas vezes para fazer graça. Vai até Miguel, segura a mão dele e a coloca no lugar. Miguel acorda, tenta gritar, mas é em vão 

— Agora o que vamos fazer? Perdi outro dente, minha sorte é esse dente ser um dos de trás de novo! — reclamo

— Eu sinto muito Mari — Dan me olha com uma carinha linda — Mas, se te conforta, eu encontrei fitas comprometedoras sobre Miguel e não é apenas violência domestica, ele mexe com tráfico humano. Já vendeu umas quatro mulheres para a Arabia e outros países que compram mulheres para escravizar sexualmente!

— Então nós vamos conseguir colocar ele atrás das grades? — meus olhos se enchem — Temos provas suficientes Daniel! Eu vou ser livre! — coloco as mãos sobre a minha boca

— Exatamente Mari, você vai ser livre para ir onde quiser e fazer o que bem-quiser! — Dan sorri para mim e suspira — Agora, vamos embora! A imprensa e a polícia já devem estar lá fora nos esperando! — assinto. Sem olhar para Miguel vou até Dan. Juntos saímos desse lugar que, eu não quero voltar nunca mais. Agora, eu posso voltar para o meu amor. Foi quase dois meses longe dele, Deus como sofri. Espero que meu amor esteja bem.

Latente | Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora