Mesmo se eu puder viver novamente,
Mesmo se eu renascer repetidamente,
Não posso viver um dia sem você.Noah olhou para o relógio na parede branca pela milésima vez nos últimos cinco minutos. Logo depois seus olhos desceram para as fotos que estavam logo abaixo, a maioria delas eram fotos de animais. Todas as paredes do consultório eram em um branco sem graça, as prateleiras estavam repletas de livros de auto-ajuda, os quais Noah aprendeu a odiar com toda a sua força.
Cinco minutos haviam passado desde que ele entrou na sala, sendo assim faltavam cinquenta e cinco minutos para que sua sessão acabasse. Não importa o quanto a mulher a sua frente falasse, ele não conseguia prestar atenção em nada que saía da boca dela, parecia que ela estava no mudo. Noah apenas conseguia olhar para ela e pensar se aquele penteado ridículo tinha sido uma escolha dela ou ela talvez nem tivesse se olhado no espelho aquela manhã.
A verdade era que o moreno desejava estar em qualquer outro lugar naquele momento. Principalmente, em algum lugar onde ele não tinha que ficar encarando aquelas paredes brancas e observando o relógio.
De repente, dois dedos se estalaram na frente de seus olhos e ele conseguiu finalmente ouvir o que a psicóloga dizia.
- Noah, você precisa me escutar.- Ela falou, irritada porque não era a primeira vez que ela pegava o moreno viajando na maionese durante as sessões.
- Desculpe, eu me perdi.- Tentou dizer da forma mais educada que pôde.
- Eu estava perguntando se você ainda tem aqueles sonhos.- Os punhos de Noah se fecharam na hora que ele ouviu aquelas palavras. No mesmo momento, seus olhos foram novamente para o relógio atrás da mulher.- E se você ainda vê aquele homem de olhos azuis em sua cabeça.
Urrea contemplou o que ela havia questionado. Naquela mesma noite, Noah sonhou com algo que se parecia com um baile de filmes de época, ele conseguia ouvir as vozes e o barulho das taças, apesar de boa parte de sua visão estar embaçada durante o sonho. Tudo que ele conseguia fazer era ouvir algumas coisas e ver vultos.
Fazia três meses desde o incidente da ponte. Depois de sair do hospital, Noah foi morar com sua irmã e foi obrigado por ela a ir em sessões com a psicóloga toda semana. Tinha sido nessa mesma época que os sonhos começaram, eles nunca eram claros e Noah quase sempre não conseguia se lembrar do conteúdo deles, apenas alguns flashes de memória. Além disso, havia o homem de olhos azuis profundos que continuava surgindo em suas memórias, o moreno não conseguia enxergar seu rosto por completo, não sabia como ele se parecia, tudo que ele sabia era que o homem tinha os olhos azuis mais bonitos que tinha visto em toda a sua vida.
Toda vez que esse homem aparecia em sua mente, uma onda de tristeza e sofrimento se apossava do corpo de Noah e ele simplesmente não conseguia explicar isso. Apesar da psicóloga e todo mundo tratar aquilo como um delírio dele, o moreno podia jurar de alma que aquilo eram memórias, porque pareciam reais demais.
A psicóloga, dessa vez muito irritada, estalou os dedos na frente dos olhos de Noah de novo ao ver que ele estava viajando de novo.
- Noah, me responda.- Ela falou. Cruzou os braços na frente de seus peito e encarou o moreno esperando por uma resposta.
- Não. Nenhum sonho. Eu não o vejo mais.- Mentiu. Ele não queria ficar naquele assunto com ela, parecia pessoal e íntimo demais para compartilhar com alguém que não fazia ideia do que ele estava sentindo.
-X-
- Estou em casa.- Noah falou quando passou pela porta do apartamento, colocando sua bolsa no sofá e deixando suas chaves na mesinha ao lado. Linsey veio para fora de seu quarto, segurando o notebook e sentou-se no sofá.
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Somewhere Someday || N.B
Fanfiction[CONCLUÍDA] ADAPTAÇÃO AUTORIZADA Noah Urrea é um rapaz que não acredita em muitas coisas, na verdade, há poucas coisas nas quais ele acredita, e uma delas é que ele está sofrendo de um terrivel karma. Pois està passando por uma das piores fases de...