O ultimo dia da semana é sempre o melhor, gosto mesmo de me deitar no sábado e descansar a tarde inteira, quem sabe assistir alguns filmes ou série, ler um livro e essas coisas. Acordo com um balançar no meu corpo e abro os olhos lentamente vendo a minha mãe.
"Bom dia, querida" ela disse calmamente enquanto acariciava os meus cabelos.
"Cade o meu irmão?" Perguntei enquanto me sentando na cama.
"Continua a dormir" ela sorriu-me delicada, ela passou a mão pelo o meu braço e vi as marcas roxas no seu antebraço.
"Ele te bateu ontem a noite?" Eu disse para a mulher a minha frente com as feições cansadas.
"Era eu ou seu irmão" ela disse com os olhos baixos e eu reprimi os lábios; meu pai costuma ser agressivo em todos os aspectos, e principalmente quando nós fazíamos algo de errado.
"Isso precisa parar" eu respirei fundo enquanto me sentava na cama, rapidamente a minha mãe me abraçou e eu retribui. Em certas partes da minha vida eu sinto que eu realmente pertenço a essa família, eu sempre costumo ficar ao lado da minha mãe nessas horas quando ela nos defende dele. A minha família nunca foi muito boa com isso, tenho um pai rígido com regras e uma mãe nem um pouco presente, ainda mais quando ela descobriu o meu distúrbio.
"Precisa, mas eu consigo aguentar" ela disse como todas as vezes e se separou do abraço enquanto deixava um beijo na minha testa, é raro as vezes que ela tem esse tipo de carinho por nós, ela quase nunca fica em casa e ela e o meu pai sempre estão brigando.
"Preciso me arrumar" eu a olhei e ela assentiu.
"Tudo bem, eu já vou indo, só volto a noite" eu assenti e ela saiu do quarto com um pequeno aceno de mão, eu levantei da cama já exausta mentalmente por pensar no meu pai a agredindo.
"Tudo bem" eu sussurrei para mim mesma e fui para o banheiro, liguei rapidamente o chuveiro e tomei uma ducha rápida, ainda me restavam vinte minutos, tratei de colocar umas calças jeans escuras e uma blusa branca de mangas quente, um casaco alaranjado por cima e um cachecol e touca, calcei os meus coturnos comuns e sai do quarto enquanto pegava a minha bolsa, a casa continuava silenciosa como todas as manhãs e eu apenas peguei uma garrafa d'água na cozinha, coloquei as minhas luvas e sai de casa andando, não é sadio com certeza mas é algo inevitável, eu preciso sair todos os dias e eu preciso tentar, mesmo que isso seja a pior coisa, mesmo que isso doá, é um mal necessário.
Elevei os ombros e comecei a andar em passos rápido enquanto olhava a neve no chão a derreter com o pouco de sol que nascia em Nova York, não estava tão frio como todas as manhãs, mas era o suficiente para a temperatura não estar tão baixa.
Respirei fundo enquanto ouvia todos os barulhos de carros a minha volta, eu conseguia distinguir tudo a minha volta, eu conseguia sentir cada vibração e isso me causava náuseas. Virei uma esquina rapidamente quando ouvi uma buzina ecoar bem ao meu lado, me encostei na parede enquanto apertava os meus olhos, deslizei por ela até sentir a neve molhar as minhas calças, levei as pernas até ao meu peito e senti algumas lágrimas me molharem as bochechas, eu não consigo fazer isso, o que eu estou sentindo é algo tão inexplicável que não haveria palavras suficientes para descrever a angustia que eu sentia nesse momento.
Elevei o meu rosto para respirar e vi um par de botas pretas na minha frente eu arregalei os olhos enquanto o meu corpo se estremecia, a rua estava deserta apenas com alguns carros ali que nunca notariam, me arrastei para o lado rapidamente e as botas voltaram a se mexer e as articulações dos joelhos se dobraram enquanto o famoso rosto magro e cabelos negros me enchiam a visão, ele parecia confuso e eu mais ainda, ele agarrou no meu braço me puxando para cima e eu me afastei do seu toque enquanto terminava de limpar as bochechas.
"Algum problema?" ele disse ironicamente e eu neguei rapidamente o fazendo bufar.
"Me deixei em paz" eu sussurrei e ele cruzou os braços enquanto inalava o máximo de ar possível. Ele está furioso.
"Anda porra, o que foi?" ele voltou a falar rudemente e eu baixei o meu olhar encarando os rasgos da sua calça no joelho.
"Não foi nada" eu voltei a falar e ele pegou-me no braço e puxou-me para cima.
"Você vai entrar naquele carro, porque eu já estou sem paciência, pela a milésima vez eu irei te levar até a sua casa e irei falar com o seu irmão, porque já estou cansado de você" ele apertou-me mais e eu mordi o lábio orando a Deus que ele se afastasse.
"Não quero ir para a casa" eu disse subitamente e ele apenas me ignorou enquanto me puxava para o carro, um grito saiu da minha garganta e ele me olhou furiosamente enquanto tapava a minha boca e me jogava no banco do passageiro, estremeci por relembrar coisas que não deveria e mordi o lábio enquanto sentia mais lágrimas me molharem as bochechas.
"Por que você está chorando?" ele gritou e então eu bati no painel do seu carro sentindo a dor na minha cabeça se alastrar.
"Para! Para de gritar, eu não suporto a sua voz!" eu gritei enquanto esmurrava o seu painel e voltava a me encolher no banco.
"O que? Depois de tudo o que eu-" eu o interrompi.
"Só cala a boca!" eu voltei a falar e pela a primeira vez ele obedeceu, respirei fundo e continuei a soluçar, o carro foi ligado e ele arrancou da rua que estávamos, eu o olhei ainda com a imagem destorcida pela as lágrimas.
"Você vai para a casa" ele rosnou e eu neguei, não poderia chegar assim lá.
"Não! Não posso ir para a casa" eu me desesperei e ele riu ironicamente.
"Então para aonde a boneca quer ir?" o ele exibiu um sorriso cínico e eu voltei a reprimir os lábios enquanto pensava nas alternativas que havia.
"Eu" eu pausei a minha fala e ele me olhou "Eu quero ir para a minha psicologa" eu murmurei baixamente e ele me olhou com o cenho franzido.
"O que?"
"Vire a esquerda" eu apenas disse e ele concordou, ele continuou a seguir em frente e virou novamente a direita enquanto eu mandava com a mão, ao lado de um centro-comercial ficava a psicóloga e eu o mandei parar.
"O que é isso?" ele parecia olhar com repugnância para o lugar.
"Vai embora" eu apenas disse enquanto me recolhia e saía do carro "E nunca mais me olhe" e assim eu fechei a porta enquanto corria para dentro das portas de vidros automáticos.
XX
Yeah yeah! Demorei imenso e está chato e essas coisas, mas preciso mesmo avisar que os meus testes irão começar e não posso atualizar todos os dias, então me desculpem! E PUTA QUE PARIU!! 110K DE LIDOS???MDS MDS ACABEI DE CHEGAR AO CAPITULO 10!!! MUITO MUITO OBRIGADA MESMO AMORES, QUERO MUITOS COMENTÁRIOS E VOTOS AQUI EM!! OBRIGADA POR TUDO, AMO-VOS IMENSO!!
ATUALIZADA EM: 26/02/2019
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arabella [zm]
FanfictionArabella Ward é uma doce garota que sofre de um distúrbio psicológico chamado Mutismo Seletivo. Com seus cabelos loiros e olhos azuis cristal, a garota se recusa a falar com estranhos e ter qualquer tipo de contato. Quando seu irmão Noah convida o s...