chapter one

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#NAILEA DEVORA
september 2021, seattle

Ah como é tão bom mergulhar nas águas salgadas de Seattle e ficar deitada ao sol durante horas e horas, até sentir a minha pele queimar e suplicar por sombra

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Ah como é tão bom mergulhar nas águas salgadas de Seattle e ficar deitada ao sol durante horas e horas, até sentir a minha pele queimar e suplicar por sombra.

Durante quase três meses de verão, passei todos os dias na praia – ou pelo menos o máximo de dias que consegui. Era a minha terapia, não precisava de outra coisa.

Era acompanhada sempre por Jade e em algumas ocasiões, Naomi se juntava a nós trazendo uma ou duas amigas dela, que estavam sempre bem-dispostas.

Mas como tudo o que é bom na vida, esses dias terminaram. Os dias calorentos também, tendo sido substituídos por frio e chuva, me impedindo de trazer uma roupa mais apresentável no primeiro dia de aulas.

Adentrei a sala de aula sem nenhum tipo de motivação e procurei a minha melhor amiga que ergueu a sua mão, me ajudando a localizá-la. Tínhamos combinado que quem chegasse primeiro, iria reservar um lugar para a outra visto que as primeiras aulas são sempre caóticas e ambas queríamos ficar perto uma da outra.

— Bom dia... — falou num bocejo, afastando a sua mochila, deixando o lugar novamente vago.

— Bom dia. — respondi sorrindo fraco e me sentei na cadeira ao seu lado. — Temos história, né?

— Sim... — Jade confirmou franzindo os lábios. Nenhuma de nós estaria preparada para ter uma aula de história às oito da manhã.

Decidi me aproximar ainda mais de Jade e então quase juntei as nossas mesas, arrastando a minha, estando agora mais perto e podendo pousar a minha cabeça em seu ombro. Fechei os olhos e senti-a pousar a sua cabeça na minha e ficamos ali, tirando um leve cochilo antes da aula começar.

— Aaah! O meu brother! — um leve grito masculino ecoou sobre os murmúrios já existentes na sala, o que me chamou a atenção.

Abri os olhos na exata direção da porta, estando a entrar nada mais nada menos que Vinnie Hacker. Ergui novamente a cabeça, fazendo Jade grunhir.

— O que ele tá fazendo aqui? — questionei baixo, não tirando os olhos do garoto à medida que caminhava até os seus amigos que estavam no fundo da sala.

Não sabia o que sentir, como todas das outras vezes que passei por ele. Era estranho olhá-lo e saber que ele foi uma das únicas coisas boas da minha infância e que agora, não trocamos uma palavra que seja.

Foi uma transição lenta. As nossas brincadeiras passaram a conversas que duravam horas e horas. Depois, essas conversas foram se tornando cada vez menos longas e profundas, até terem sido trocadas por um simples "Olá, tudo bem?" que ao fim de um tempo, perdeu todo o seu significado.

O motivo? Não faço ideia.

Por vezes me questiono se ele sabe o motivo desse afastamento, ou se ele se importa comigo ou sente saudades de escutar a minha risada depois das suas piadas secas.

HALLEY'S COMET, vinnie hacker.Onde histórias criam vida. Descubra agora