A cor azul turquesa

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O inicio de uma nova história 

Contem : linguagem imprópria 

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Azul turquesa sempre foi minha cor preferida, desde muito cedo eu era obcecado por tudo que levava essa coloração – brinquedos, pelúcias, roupas – não importava o que fosse. Na adolescência eu continuava com essa mania, inclusive fiz mechas dessa mesma cor em meus cabelos. Foi nessa época, que eu vi pela primeira vez, a pessoa que seria a maior obsessão da minha vida.

A batalha da Toman versus a Walhalla foi o maior evento delinquente em outubro da 2005 , todas as outas gangues estavam convidadas a prestigiarem qual venceria. Apostas e bolões rodavam por Tokyo inteira, todos queriam ser a "maior" gangue da cidade naquela época. Toman era liderada por Mikey, que anos mais tarde se tornaria meu líder também.

Naquele dia eu e meu irmão, Ran, estávamos entediados – Não queria ver um bando de pirralhos presunçosos lutar pelo controle de Shibuya - quando entraram os membros da Tokyo Manji uniformizados carregando as bandeiras com devoção, meu olhar se prendeu em um único menino. Ele era baixo, alvo, com um físico menos definido, cabelos cacheados e uma cara séria – Mas, o que me atraiu nele era a cor de seus olhos e cabelo- azul turquesa!

Esse garoto tinha um gêmeo sorridente, de cabelos cor de pêssego – aparentemente Ran estava fascinado com a destreza e violência que ele empregava – diferente do irmão o azulado mais se defendia do que realmente atacava – achei sua atitude patética. Outra coisa que me deixou inicialmente desapontado era que seu gêmeo agia de forma protetora consigo, evidentemente ele era o irmão mais novo – Nesse sentido já possuíamos uma coisa em comum, sempre os caçulas são taxados como mais sensíveis e fracos.

Nesse dia das bruxas, Toman venceu, sem nenhuma morte- " que pena! ". Eu pude conhecer mais uma característica da personalidade do pequeno – que já considerava meu desde o momento em que pus meus olhos nele- antes que a polícia chegasse, o azulado estava ajudando todos que podia a se levantar e sair dali. Isso me intrigou muito, as expressões faciais demonstravam sentimentos, que o menino claramente não nutria. Fomos embora dali sem que eu pudesse saber quem ele era. Pior, fomos embora sem ele!

A segunda vez que nos encontramos foi na batalha entre Tenjiku e Toman, estávamos em lados opostos. Mas nessa luta ele estava totalmente desconcertado com seu novo parceiro, uma vantagem para mim e Ran. Em verdade Ran tinha sido o culpado por isso, ele atacou os capitães da 2 e 4ª divisão um dia antes, os nocauteando e impossibilitando sua presença na luta. E os vice-capitões não sabiam como prosseguir sem seus pares.

Logo me inteirei que todos o chamavam de Angry, por sempre parecer zangado com alguma coisa. Naquela noite nem eu e muito menos meu irmão estávamos o poupando ou a seu companheiro. Os "bebês da família" apanhara muito, em um momento eu derrubei Angry e consegui imobiliza-lo, precisava saber como seria o seu grito de dor – confesso que me agrada muito causar dor alheia – quando quebrei sua perna, o som aveludado de sua voz misturado com a dor foram a sinfonia mais excitante que já escutei, eu necessitava faze-lo emitir mais uma vez essa melodia e por isso quebrei seu braço.

Contudo meu pequeno guardava um segredo, ele era uma caixinha de pandora que quando aberta liberava um monstro sedento pela violência. Enquanto ele estava caído no chão e nós ferimos brutalmente seu companheiro – Hakkai, esse nome ainda me causaria muita raiva no futuro – Minha joia turquesa começou a cristalizar seus olhos e dispensar em gotas grossas lágrimas e suplicas implorando para que parássemos. Foi um ato genuíno de ternura e empatia, entretanto na época aquilo me causou ciúmes, porque defender tanto aquele cara? O que de tão especial esse tipo tinha a ponto de fazê-lo implorar por clemencia? Se era isso o que ele queria eu o faria se ajoelhar aos meus pés e suplicar!

Esse foi o meu maior erro, eu o subestimei! estava tão possesso de ciúmes que não vi aquele olhar terno se esvaziar, nem reparei sua expressão séria se tornar perdida. Me impressionou quando ele levantou, mesmo estando com a perna quebrada, Ran tentou me avisar, porém, não lhe dei ouvidos, quando o segurei e com toda força tentei derruba-lo ele nem se mexeu e com um único golpe cai desacordado. Ao abrir os olhos já estava naquele inferno de reformatório, Ran me contou o fim da luta, Angry o nocauteou também, depois fez o mesmo com Muto e Madrame e com quem mais desejasse o enfrentar.

Nessa noite a Toman saiu vencedora pela segunda vez em seus confrontos, muitos feridos e mais uma vez nenhum morto " sem mortes sem alegria". Com tudo Mikey decidiu dissolver sua gangue e liberar aqueles que quisessem sair dessa vida delinquente. O fato era, conforme os anos se passavam e nos tornávamos adultos nossa violência também progredia, os ideais da Toman eram lindos em teoria, mas não sobreviveriam nesse mundo. Para o meu desgosto, Angry tinha decido junto de seu irmão viver uma "vida honesta e honrada", a última vez que o vi ele estava iniciando seu estágio em um restaurante.

Conforme o tempo passava, eu ia entrando e saindo das gangues e dos reformatórios, até que por fim Mikey e Izana fundaram a Bonten. Ran achou uma boa opção para nós entrarmos nessa organização criminosa, isso mesmo! Não era mais um a gangue, agora tínhamos negócios de fachada, comandávamos clubes onde se encontrava de tudo que fosse ilícito, cometíamos homicídios e riamos disso. Mikey cedeu ao seu impulso, ao que parece tínhamos coisas em comum, ele também tinha sua própria obsessão – Takemichi.

O antigo companheiro de Mikey o havia deixado, ele queria uma vida melhor e tentou convencer o loiro a viver esse sonho, mas não podemos mudar o que somos e Manjiro é um mafioso da melhor qualidade. Com sua família ele tem esse jeito manso, no entanto sua áurea é perigosa e possessiva. Por causa de um acordo tácito, ele respeitava a decisão de cada um dos ex-membros da Toman e não entregava nenhuma informação sobre seus paradeiros- UMA PUTA HIPOCRISIA – ele mesmo vigiava 24h Takemichi

Aliás todos na Bonten tinham seus "protegidos", o meu era Angry, Ran era Smiley, Kokonoi não aguentava ter perdido Akane e agora perdeu Inui, Baji era Chifuyu e Mikey era Takemichi. Poderíamos ser considerados um bando de desgraçados imorais que como castigo por nossos atos, fomos sentenciados a maior das penas – nunca poder ter o amor deles.

Passaram 5 anos e nesse período fizemos a Bonten crescer, já não nos contentávamos em ser a maior de Tokyo precisávamos ser a maior do Japão e assim foi. Durante esse tempo não pude ver meu precioso Angry e minha vida se movia em saltos de boca em boca e de cama em cama, tentando me satisfazer apenas com a lembrança do menino de cabelos turquesa, mas, nenhuma daquelas pessoas chegavam se quer aos pés dele. Com uma dessas tive1 filhote que recém completou um ano de idade. Para meu espanto me tornei um pai afetuoso, era a única pessoa ali com quem eu era carinhoso, nem com Ran eu demonstrava tanto afeto. Para meu infortúnio a genitora de meus herdeiros era uma vadia pistoleira, a qual fiquei contente em me livrar.

Dizem que a maçã não cai longe da árvore, meu pequeno nutria a mesma fixação pela cor azul turquesa. A aquele ômega bêbeda e chapada, que amava gritar aos quatro ventos que era uma Haitani - só estava ali pelo luxo- nunca foi de fato a oka-san dele, era apenas a que o pariu, o verdadeiro oka-san estava perdido na cidade eu irei encontra-lo. Ah que falta de educação nem me apresentei, sou Rindou Haitani.

Souya Kawata espero que você tenha aproveitado sua vida "honesta e honrada" enquanto teve tempo.

Oka-sanOnde histórias criam vida. Descubra agora