papai noel chegou mais cedo.
brincadeira rs que saudades de vocês!!! como vocês estão?
sim estou sumidinho, mas fiquei muito ocupado esse ano escrevendo meu livro, fazendo faculdade e... sobrevivendo. inclusive, peço mil desculpas pela demora de responder vocês no privado - e ainda nem li os comentários :(
mas queria escrever pra vocês antes desse ano acabar.
e antes de entrar no assunto, queria agradecer pelos 19k <3<3<3
minha meta é ter mais atualização no próximo ano e fazer esse número aumentar mais. não por mim, mas por vocês.
⚠ AVISO: esse capítulo pode ter gatilhos, uma vez que vou abordar relacionamentos românticos e sexuais sobre corpos trans.
esse ano foi uma loucura para mim, e a maior novidade foi a volta das aulas presenciais e, com isso, conheci algumas pessoas interessantes - e hoje é sobre eles.
e sobre mim também.
antes tinha um total de 3 pessoas na minha faculdade que eu sabia que eram trans - incluindo eu. esse ano, eu conheci bem mais pessoas trans.
logo que o ano iniciou, fizemos um movimento entre os alunos pra acontecer um piquete na faculdade. não vou entrar em detalhes sobre isso, já que foram questões internas e políticas, mas, durante o dia acabamos fazendo algumas atividades, como roda de conversa e almoço coletivo.
em um dos debates, que o tema era "permanência estudantil", resolvi me apresentar e falar sobre ser trans na universidade. o que foi interessante, pois outras pessoas trans começaram a se abrir sobre seu sentimento. logo que finalizamos, uma não binária (os pronomes são femininos mesmo) me puxou de canto para me agradecer, em prantos, por eu ter me aberto sobre isso e que foi a primeira vez que ela tinha falado em público sobre ser nb. é claro que eu fiquei lisonjeado com isso. conversamos, conversamos e ficou por isso mesmo.
vamos chamá-la de liz.
muitos muitos meses depois, pelo instagram, acabei descobrindo que ela estava namorando. quer dizer, eu desconfiava, mas foi confirmado por outros colegas. o que mais me incomodou é que o namorado dela é cis e hétero.
vou deixar essa história de lado por um momento e focar o que acontecia comigo ao mesmo tempo.
vou só contextualizar antes: em 2020 eu conheci um cara, também cishet, e oficializamos em setembro daquele ano. desde que a gente se conhecia, ele sabia que eu era gênero fluido. a gente ficou noites e noites conversando sobre isso, inclusive um dia quando fiquei inseguro e perguntaria se ele ainda ficaria comigo se eu tomasse hormônio e transicionasse (na época eu tava com cabelo comprido e fluia bastante pro feminino). ele jurou pelo amor dele que sim, mesmo se eu ficasse com a aparência mais masculina. virou o ano e eu raspei a cabeça e comecei a fluir mais pro masculino... spolier: ele terminou comigo por não se sentir mais atraído.
spolier 2: tá tudo bem agora, inclusive somos amigos. ele só era hétero mesmo.
mesmo durante alguns meses desse ano e o final do ano passado, fiquei com duas meninas lésbicas. a primeira, foi só um lance mesmo. a segunda, também era uma ficada mas a gente era mais próximo, ela refletia constantemente por eu não ser mulher, mesmo se sentindo atraída. porém, eu fingi que tava tudo bem sendo que ela confessou que só conseguia ficar comigo por causa da minha genitália - ela respeitava meus pronomes e tudo, então eu realmente achava que tudo bem.
meu ponto é: nesses meus relacionamentos, eu fui extremamente sexualizado. eu podia ser, "teoricamente", respeitado, mas, na real, essas pessoas só estiveram comigo por causa da forma do meu corpo. o ponto em comum de todos eles: suas sexualidades estavam na extremidade do espectro.
por isso a particularidade de liz me incomodou tanto: ela é uma nb que, apesar de expressar na feminilidade, ela não deixa de ser trans. e ter um homem cishet (e muito mais velho!!!!!!!!!!!! mas enfim) me deixou muito triste. ela não passa de mais um trans sendo sexualizado por seu corpo.
não vou mentir que isso não me trouxe severos traumas sobre meu corpo, minha autoestima e confiança em outras pessoas. mas não deveria ser assim, e, sério, é uma merda.
eu sei que muito de vocês são muitos novos e que provavelmente ainda não tiveram experiência romântica ou sexual. por isso, meu maior conselho amigo que eu poderia dar é: se certifique que a pessoa que você se relaciona com >>>mais<<< de um gênero.
por favor, por favor, não seja a "experiência nova" da outra pessoa, muito menos caia no papo que elu te quer mesmo sendo hétero/homo.
sinto muito se você esteja num relacionamento assim e eu estou sendo esse estraga prazer...
sintam-se livres para compartilhar suas histórias, aqui é (sempre foi) um lugar seguro para desabafar, principalmente com temas tão sensíveis como este (pelo menos para mim...).
desculpa de novo por ter tido só duas atualizações o ano todo, vou tentar responder vocês antes que o ano termine. não se incomodem em me incomodar, se for mais urgente podem me chamar no twitter e no instagram (@ autormello).
boas festividades para quem comemora e espero que vocês fiquem bem <3
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como é ser gênero fluido
De Todorelatos pessoais de como é ser gênero fluido, explicações e outras ramificações relacionadas a isso. copyright © 2017 #1 | autobiographic #1 | interativo #1 | autobiografia #1 | genderfluid #1 | generofluido