O Mistério da Rua sem Destino - (Livro 2)

Capítulo 1 - Inspirações do Alvorecer

...02:25AM

Quando pensamos em algo, nosso cérebro automaticamente determina se aquilo nos convém ou se cabe a nós mesmos sermos capazes de satisfazer tal ideia...

A chuva caía lá fora em grande quantidade: pingos, relâmpagos, pedras de gelo que batiam constantemente na janela do 6° andar, em meio a cerração da madrugada. Iluminado pela luz única e ofuscada de um abajur, ele pensava em uma solução para o fatídico ocorrido, desde a última noite.

- Essa chuva não para... - comenta James.

Analisando os fatos a respeito da Organização Imperceptível, tal que já não era mais despercebida, ele procurava por meios de chegar até seu companheiro. Sobre uma mesa ele escrevia num pequeno caderno, algumas anotações dos acontecimentos vivenciados na manhã do último dia em que vira Brigs.

Muita coisa tinha se sucedido em um só dia, após o sequestro do detetive. Em um jornal que se encontrava ao lado do abajur, haviam várias notícias em destaque. Dentre elas muitas ocorrências comprometedoras: Madame Foston tinha sido apreendida pela polícia e havia confessado sua cumplicidade com Dylan Adams, tinha sido confirmado que o saguão de salas complexas estava sendo usado pelos criminosos em seus experimentos de tortura, o local foi interditado enquanto a polícia realiza análises, e a máquina bizarra que estava presente na casa de Foston era a prova concreta de que as queimaduras encontradas no homicídio do prefeito, foram causadas pelo veneno proveniente do mecanismo. Estima-se que Foston possa ser condenada com até vinte anos de cadeia.

James tinha um objetivo em mente e sabia por quem ele devia procurar, mas jogar contra Dylan parecia ser impossível, um homem capaz de se esconder muito bem e de enganar as pessoas com facilidade, mas esse era um risco que ele estava disposto a correr.

Michael em seu posto na polícia procurava uma forma de ajudar James naquele momento vigente, uma maneira de encontrar o grande sênior que havia desaparecido da noite para o dia em um estalar de dedos.

Arnold havia convidado James para comparecer ao enterro de seus avós, com o intuito de depositar algumas flores, cujo o qual havia aceitado o convite para acompanhá-lo na visita.

- Como não notei a hora... Preciso dormir – anuncia James em um último suspiro, tornando cega a luz que emanava do pequeno abajur.

Talvez a megalópole de antes não estivesse assim tão populacional atualmente. Devido ao atentado em Lounge Lorange o qual ficara muito conhecido, muitas pessoas decidiram deixar Russel, além de estarem cientes de que um maníaco homicida zanzava a solta por aí. Diversos habitantes migraram para outras cidades ou até mesmo para o exterior, já foi a hora de fazerem uma escolha quanto a seus destinos: arriscar a vida em Russel ou partir em busca de uma vida nova e segura. Por obra da descoberta quanto a identidade da O.I, todo o corpo policial se encarregou das diversas formas e meios de chegar até Dylan. A cidade de Russel agora tinha um aspecto fantasmagórico, as luzes das ruas que anteriormente vinham a tona às 6 da tarde já não eram suficientes para iluminar aquele clima assombroso que havia surgido, e apagavam antes mesmo do sol surgir no horizonte, deixando somente a densa neblina cobrir as avenidas da cidade.

...08:32AM

Pela manhã, James deixa sua casa a caminho do cemitério, cruzando com vários transeuntes que encontrava, possivelmente dirigindo-se para o mesmo local que ele. Homens com sobretudos e ternos pretos, muito bem-vestidos para a ocasião, moças com vestidos longos e salto alto, algumas usavam chapéus com abas e outras optavam pelo tradicional viúva-negra.

- É sempre assim quando alguém da família vem a falecer... - diz Arnold, surgindo dentre as pessoas e se juntando a James, em suas mãos trazia um arranjo de lírios.