一𝙈𝙮 𝙘𝙝𝙞𝙡𝙙𝙝𝙤𝙤𝙙 "𝙁𝙧𝙞𝙚𝙣𝙙" - 𝑀𝑖𝑐𝒉𝑎𝑒𝑙 𝐴.

𝟎𝟑

N.A: Não sei um nome bom, desculpe-

Capítulo 03: Memórias
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⊱ .⋅ Casa de S/n - 04:00 PM⋅. ⊰

S/n e Michael estavam vasculhando as caixas do porão de S/n, que pela primeira vez em anos pareciam interessantes, já que a dupla de amigos estava num "transe" por causa do porão de Michael. O garoto pega uma caixa e tira um livro de dentro dela.

—Michael: e esse aqui? "Como fazer tricô".

—S/n: não temos material pra isso. Mais alguma coisa?

S/n pega um caderno e observa a capa: tinha alguns rabiscos e parecia um pouco mal cuidada, esquecida pelo tempo e com algo escrito no canto.

—Michael: só tem livros de histórias, no gênero de suspense.

—S/n: ótimo! Vai escolhendo uns.

S/n abre o caderno e começa a folhear as páginas, lendo um trecho ou outro e provavelmente fazendo alguma careta. Michael tira alguns livros da outra caixa e os deixa em um canto, os olhos de S/n ficam levemente arregalados e ela olha para o garoto.

—S/n: cacete, olha isso aqui!

—Michael: o que?

Michael se senta ao lado de S/n.

—S/n: meu diário, acho que de quando eu tinha sete anos.

—Michael: cara, você cuidava muito mal dele...

S/n dá um beliscão no Michael e volta a olhar pro caderno.

—Michael: ai!

Michael passa a mão no braço.

—S/n: vamos ver o que tem aqui... "Dia vinte de outubro de...", tá tudo borrado de tinta. "Hoje fui pra escola e caí da escada, riram de mim e mandei todo mundo se ferrar".

S/n vira a folha.

—S/n: "dia vinte e dois de outubro. Ninguém quis ser meu amigo, então eu fugi da escola e conheci um garoto estranho".

—Michael: ui, ui! S/n achando o amor da sua vida!

—S/n: jamais! Enfim, "ele comeu uma folha e...", me recuso a ler isso. "O nome dele é Mark, já vi ele na escola e vou falar com ele amanhã". É uma bela forma de conhecer alguém.

S/n diz a última parte em tom sarcástico, ela vira a folha.

—Michael: posso ler?

—S/n: vai em frente.

S/n entrega o caderno para Michael, que o pega e começa a ler.

—Michael: "dia vinte e nove de outubro: fui comprar decoração de Halloween com minha avó e comprei umas coisas de esqueleto". "Dia trinta e um, fui passar o Halloween na casa da minha avó e conheci um garoto novo, ele era uma raposa de tapa-olho".

—S/n: ah, eu lembro! Se vimos poucas vezes, mas eu vivi falando da "raposa" por um mês inteiro, ficamos próximos antes de perder contato e não lembro de nada dele.

—Michael: e sabe o estranho? Dizem que já fui chamado de raposa por um bom tempo.

Os dois se entreolham.

—S/n: então eu te conheço desde pequeno? Caralho, eu não lembro disso.

—Michael: não me diga, Sherlock! Mas, falando sério. Pra mim, se conhecemos há três anos. Não me lembro de nada disso.

—S/n: verdade, verdade. Vamos continuar lendo.

—Michael: "dia dois de novembro: encontrei a raposa no parquinho e a gente conversou, falei com ele e ganhei um pirulito, ai eu comi o pirulito. Passamos a tarde toda desenhando ao invés de brincar, saímos do parquinho, levamos ralho das nossas mães e viramos amigos".