Capítulo 1

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I will never love him!

Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac

O barulho irritante do relógio na parede é a única coisa que não permite o silêncio no quarto de se tornar ensurdecedor.

Encaro os olhos verdes que lembram estonteantes esmeraldas, enquanto tento me recuperar do caminhão de informações que havia me atropelado.

- Então, você está me dizendo que... Vai trazer uma garota possívelmente psicótica, com um poder letal que nem mesmo ela sabe controlar, só para que ela possa te ajudar a curar a situação da sua mãe? Porém, você está disfarçando isso com a desculpa de que ela pode vir a ser útil para o reestabelecimento como uma arma de tortura? E então você está enviando um dos nossos soldados como algum tipo de espião? - Finalmente falo em voz alta, tentando entender a situação.

- Sim, exatamente. Você entende, não é, querida? Eu necessito do seu apoio e compreensão. - Aaron pergunta enquanto busca por algo em meus olhos, provavelmente um sinal de que eu estou compreendendo e simpatizando com o que ele está fazendo.

- Eu não sou sua querida, e não, eu não entendo. - Suspiro desviando o olhar. - Mas estou do seu lado, sempre, e tenho quase certeza de que você não é idiota a ponto de fazer algo muito estúp...

Mal consigo terminar o que estava dizendo, quando sou surpreendida com um abraço, que significava mais do que mil palavras jamais conseguiriam significar. E isso por si só vale tanto, que imagino que eu seria capaz de perdoar até a maior de suas loucuras se isso significasse ter um momento assim.

Não, de jeito nenhum, eu nunca, jamais, colocaria tudo no fogo por Aaron Warner. O que foi que acabei de pensar?

Tento separar o abraço o mais delicadamente que consigo, e quando finalmente faço isso o loiro me lança um olhar confuso, que olhar maldito, sinceramente Warner.

- Ah! - Dou um sorriso sem graça. - Isso foi muito gentil, Warner! Mas eu aprecio muitíssimo o meu espaço pessoal!

- Você? É sério? - Eu o ouvi perguntar meio incrédulo enquanto levantava da cama ainda me olhando curiosamente, como se eu fosse uma criatura extremamente estranha.

Sim, sério, desde que eu comecei a te achar extraordinário quando você sorri, desde que seu perfume se tornou intoxicante porque te deixa muito atraente e te faz muito mais memorável, desde que comecei a pensar em você bem mais do que deveria. Irritante.

- Sophie? Você está me ouvindo? Tem certeza de que está tudo bem? - Aaron se aproxima enquanto seu tom vai se tornando mais sério.

- Sim, claro! Eu só estava pensando, nada de extraordinário nisso. Não precisa se preocupar comigo.

- Não mesmo? - Ele suspira levemente se inclinando o suficiente para que seu rosto fique perigosamente perto do meu. Que droga, Warner. - O que está acontecendo com você? Eu disse alguma coisa que não te agradou? Ou sei lá, fiz algo que te magoou, querida? Porque estou com a impressão de que você está me evitando.

Fez, fez muita coisa.

- Não, você não fez nada. Só estou tentando lembrar do que a Aylin me disse sobre seu novo projeto, só isso! - digo tentando parecer o mais convincente o possível. - Inclusive, prometi que ia ajudar ela com uma coisa extremamente urgente. Te vejo depois! - Levanto da cama me dirigindo apressadamente até a porta, e antes de sair, viro mais uma vez para trás. - E já disse que não sou sua querida, Aaron.

E antes de fechar de vez a porta, vejo aquele maldito sorriso torto, e sinto meu coração palpitar perigosamente.

De jeito algum, eu estou apaixonada por Aaron Warner.

Liberta-nos, Aaron WarnerOnde histórias criam vida. Descubra agora