Dia Vinte e Quatro - Manhã

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Rony olhava para o seu malão arrumado pensando em como seria o natal naquele ano, talvez fosse igual ao ano passado, já que Harry passaria o natal lá também, mas uma coisa estava diferente.

O natal desse ano para Rony tinha uma vibe meio "todos estão pateticamente apaixonados". Até porque, o ruivo poderia ser meio desligado das coisas, mas existiam certas coisas que ficavam estampadas, como por exemplo: Harry ter passado o dia vinte e três inteiro sumido, assim como Malfoy, e depois te voltando para o dormitório a noite pra fazer suas malas com um sorriso completamente idiota no rosto.

Algo tinha acontecido, algo que ele definitivamente não queria saber, mas estava feliz por seu amigo estar feliz. Ele não sabia exatamente como lidar com aquilo que Harry e Malfoy estavam tendo, seja lá o que fosse, mas apoiaria seu amigo do mesmo jeito que Harry lhe apoiava em sua escolhas, sejam elas quais fossem.

Rony conjurou Tempus decidindo que já estava na hora de ir tomar café da manhã e desceu pela comunal indo em direção a saída, Harry e Hermione estavam sentados em um sofá conversando aparentemente sobre o dia de ontem de Harry e seu sumiço e o moreno só corava enquanto Hermione ria. Rony deu risada e saiu sem querer interromper a conversa andando em direção ao andar térreo do castelo onde se encontrava o Grande Salão.

Rony sentou ao lado de Neville que comia tranquilamente alguns biscoitos de gengibre e olhava para mesa da Sonserina, o ruivo sentou ao seu lado lhe dando bom dia e o moreno o cumprimentou de volta.

- Bom dia, Rony. Dormiu bem?
- Sim, e você tinha razão eu deveria ter feito as malas ontem de noite como o Harry. Acordar cedo hoje foi uma péssima ideia. - o ruivo comentou pegando alguns biscoitos como os de Neville.
- Pelo menos você terminou de arrumar, certo? É o que importa.
- E você não vai mesmo pro Canadá? - Rony perguntou começando a comer e voltar ao seu costume de procurar uma certa pessoa na mesa da Sonserina assim como seus amigos faziam toda manhã, nessas horas Rony queria ter a coragem de Harry.
- Não, vou ficar bem aqui no castelo. - Neville sorriu.
- Tem certeza que não está ficando só por uma pessoa em específico? - Rony sorriu com malícia e ao ver Neville corar começou a rir.
- Se eu tiver qualquer oportunidade de agradecer e não ter vocês em cima eu vou aproveitar. - Neville falou corando um pouco.
- Você deveria ter um pouco mais de coragem, Neville, se não fosse por ele você ainda estaria preso naquela casa. - Rony comentou.
- Eu sei...
- E isso já vai fazer um ano se já não fez.
- Eu sei... - Neville murchou um pouco em cima de seu chocolate quente.
- Não estou querendo te desanimar amigo, encare como um incentivo. - Rony sorriu e pelo canto do olho viu Zabine e Parkinson levantarem do café da manhã.
- Obrigado, eu acho. - Neville tentou sorrir e tomou um pouco do chocolate.

Rony sorriu de volta para o amigo e observou Hermione e Harry entrarem pelas portas do grande salão enquanto Zabine e Parkinson saíam, os quatro trocaram algumas poucas palavras e logo Harry saiu andando na frente de Hermione com o rosto vermelho, a castanha ria de algo que Pansy falou enquanto Blaise revirava os olhos e perguntava algo. Hermione terminou de rir e apontou para a mesa na direção de Rony e os olhos do ruivo se encontraram ao de Blaise. Droga, Rony pensou.

O negro olhou para o ruivo e Rony sentiu uma corrente elétrica passando pelo seu corpo, caralho... aquilo não era normal. Rony sempre se perguntava porque se sentia tão quente ao reparar em Blaise, até pesquisar sobre conexões bruxas e achar algo que não gostou muito.

Aparentemente ele e Blaise tinham algum tipo de conexão mágica que os ligavam de alguma forma. Não era só paixão, como ele achava no começo, eram magias que tinham se encontrado e pretendiam ficar juntas por toda a vida. Rony não gostava muito disso.

Ele nem tinha certeza se gostava do tipo de pessoa que Blaise era e talvez eles acabassem nem se gostando e tendo que se separar, o que seria doloroso mentamente e emocionalmente. Daria muito trabalho.
Rony sabia que estava só em negação, até porque em suas pesquisas dizia que pessoas de magias conectadas eram facilmente compatíveis e seriam felizes por toda sua vida. Então do que ele tinha medo?

O Natal dos SonsosOnde histórias criam vida. Descubra agora